Mundo de ficçãoIniciar sessãoDuas irmãs gêmeas idênticas. Dois mundos opostos. Um destino entrelaçado por mentiras, paixão e um segredo capaz de ruir impérios. Milena Duarte cresceu longe dos holofotes, entre mesas de restaurante e noites em claro. Sonhadora, honesta e resiliente, ela nunca soube quem era seu pai, apenas que ele a abandonou antes mesmo de nascer. Lorena Monteiro, por outro lado, vive cercada de luxo, poder e escândalos abafados por cifras. Fria, calculista e acostumada a manipular todos ao seu redor, Lorena está prestes a perder tudo: o casamento com o influente Alerrandro Vasconcellos, a fortuna que herdaria aos 23 anos e a reputação que sustenta sua fachada perfeita. Mas quando um acidente misterioso faz Lorena desaparecer, Milena é confundida com a irmã e levada ao luxuoso apartamento de Alerrandro, o frio e belo rapaz. No início, Milena quer contar a verdade. Mas diante de um carinho que nunca teve e um perigo que a afronta mais na frente, ela aceita viver a mentira. O que ela não esperava era que, Alerrandro começa a se apaixonar pela “nova versão” da mulher que jurou nunca amar. Doce, simples, verdadeira… Milena desperta nele sentimentos que ele nunca teve antes. Só que nada é o que parece. Lorena não sumiu por acidente. Ela está se escondendo para fugir de uma chantagem ligada ao assassinato de um empresário rival. Marcos, pai de Lorena, esconde um segredo que o liga à vida simples de Milena, e que pode destruir tudo o que construiu. Ele reconheceu apenas uma das filhas… por razões que jamais revelou. Alerrandro começa a se apaixonar, mas a revelação da troca de identidade pode transformar o amor em ódio. E quando a verdade vier à tona, não será apenas o amor que estará em jogo, será a vida de todos.
Ler maisAlerrandro entrou no quarto com passos lentos, ainda com a camisa molhada colada ao corpo, os cabelos úmidos escorrendo pelas têmporas. O frio da água já não incomodava tanto quanto a inquietação que crescia dentro dele. Ao ver Milena encolhida na cama, abraçando os próprios joelhos, seu semblante endurecido suavizou. — Lorena?... — murmurou, com a voz baixa, quase hesitante. — Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa quando você entrou no hotel? Alguém lhe tocou?... — Seus olhos estavam fixos nela, e a preocupação era evidente no tom. — Pode me contar... você sabe que pode. Milena ergueu o rosto devagar, os olhos ainda marejados, mas sem lágrimas. Tentou falar, mas as palavras pareciam presas na garganta. — Não é que eu... Eu... — balbuciou, a voz trêmula, como se lutasse contra algo dentro de si. Alerrandro se aproximou e se sentou ao lado dela, o colchão afundando levemente com seu peso. Sem dizer nada, afastou delicadamente os cabelos que caíam sobre o rosto dela, revelando
Os dois entraram no apartamento. Milena parou logo na entrada, os olhos arregalados como se quisessem absorver cada detalhe do ambiente. O luxo do lugar parecia quase intimidá-la. Ela girava lentamente o pescoço, observando os lustres de cristal, os móveis de design refinado, os quadros abstratos nas paredes. Seus lábios entreabertos revelavam um misto de fascínio e confusão. Alerrandro fechou a porta atrás deles com um leve estalo e caminhou em direção a ela com passos firmes, mas contidos. Seu olhar era sério, quase duro, e a tensão em sua mandíbula denunciava o esforço que fazia para manter a calma. — Não faz isso novamente, Lorena — disse ele, com a voz baixa, mas carregada de reprovação. — Você sabe muito bem que seu pai não ficaria nada satisfeito com esse tipo de atitude. Ele estendeu a mão e, com um gesto cuidadoso, retirou o palito que Milena segurava entre os dedos. Colocou-o sobre o braço do sofá com precisão, como se aquele pequeno objeto fosse uma peça fora de lug
— Senhor!... Eu... eu não sei quem está procurando — disse Milena, a voz trêmula, quase um sussurro, enquanto seus olhos castanhos, arregalados, fitavam o homem à sua frente.O desconhecido era alto, de postura ereta, vestia um terno cinza-escuro perfeitamente alinhado ao corpo esguio. Os cabelos loiros estavam penteados com precisão, e o perfume amadeirado que exalava parecia ter vindo de um mundo completamente diferente do dela. Seus olhos, de um verde profundo, a observavam com uma intensidade que a fez recuar um passo, instintivamente.Milena apertou as mãos contra o avental surrado que usava no hotel onde trabalhava como garçonete. O coração batia acelerado, como se quisesse escapar do peito. Ela engoliu em seco, tentando entender o que aquele homem tão distinto fazia ali, parado diante dela, com um leve sorriso nos lábios e um olhar que parecia atravessar sua alma."O que será que ele quer comigo?", pensou, sentindo o rosto corar. "Uma moça simples, de origem tão humilde... Será
Alerrandro entrou no quarto com passos pesados, como se cada movimento fosse uma tentativa de escapar da conversa que acabara de ter com Lorena. A porta se fechou atrás dele com um leve estalo, abafando os sons da sala. O ambiente estava escuro, iluminado apenas pela luz suave que vinha da sala, filtrada pelas cortinas de linho. Ele soltou os papéis sobre a cômoda, tirou a camisa com um gesto impaciente e passou a mão pelos cabelos claros, bagunçando-os como quem tenta desalojar pensamentos indesejados.O quarto, amplo e elegante, parecia frio naquela noite. A cama arrumada, os lençóis impecáveis, o perfume discreto de Lorena ainda pairando no ar. Alerrandro caminhou até a janela, abriu uma fresta e deixou o vento entrar, como se o ar fresco pudesse acalmar o turbilhão que se formava dentro dele.— Porque não consigo amar ela?... Ela parece tão... tão vazia por dentro. — Disse para si mesmo. Ele se sentou na beira da cama, os cotovelos apoiados nas coxas, o olhar perdido no chão. A f
Sentado sobre o sofá de couro escuro, Alerrandro Vasconcellos mantinha a postura rígida, com os cotovelos apoiados nos joelhos e os dedos entrelaçados, sustentando o peso da própria cabeça. Diante dele, uma pilha de documentos da empresa se espalhava sobre a mesa de centro, alguns com anotações à caneta, outros ainda intactos. A luz amarelada do abajur ao lado projetava sombras suaves em seu rosto, revelando as marcas de cansaço que se acumulavam sob seus olhos verdes, intensos e analíticos. Ele os movia lentamente, linha por linha, como se cada palavra pudesse decidir o futuro da Vasconcellos Engenharia. Seu semblante, esculpido com precisão quase artística, estava tenso. A mandíbula cerrada denunciava a pressão que sentia, e o leve franzir da testa mostrava que sua mente não descansava. O silêncio da sala era quebrado apenas pelo som do relógio na parede e pelo ocasional virar de páginas. Do corredor, passos suaves se aproximavam. Lorena Duarte surgiu, envolta por um robe de s





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