Ponto de vista de Maximus.
Bianca tinha ido embora porque não queria desistir daquela maldita cena dq novela, onde ela beijaria e seria tocada intimamente por outro homem como se fosse algo banal. Eu precisava esquecer. Aquela já era a segunda garrafa de vinho que fui abrir até que a vi. E lá estava a babá com aquele camisola rosa grudada na pele que emoldurava suas belas formas femininas. Aquilo era excitante pra caralho. O meu corpo reagiu e eu me escondi atrás do balcão para esconder a ereção. — Pegue duas taças — ordenei. Prontamente, ela obedeceu. “Não seja estúpido”. Em algum canto do meu subconsciente, uma voz intrusiva me alertou. “Lembre-se de que foi ela quem deu os tranquilizantes para sua irmã!” Os pensamentos obscuros continuaram. Quando ela voltou com aquele sorrisinho sonso, pôs as taças sobre a mesa. Entornei o líquido rubi e fitei a garota que bocejou. — Estou cansada, senhor, posso me retirar? — Beba! — Entreguei uma das taças. — Detesto o silêncio, preciso de companhia pra conversar. Na verdade, queria abordar sobre a última noite em que aquela babá trabalhou na casa da minha irmã. — Como conseguiu esse emprego de babá? — Através do anúncio. Precisava desse trabalho para me manter na faculdade de direito — falou e tomou o vinho numa só golada. — Não devia beber tão rápido. — Girei o vinho lentamente na taça e depois aproximei do meu nariz para sentir o aroma antes de sorver um gole. — Desculpe, não costumo beber, senhor. — Nem com seus amigos da faculdade? — Havia uma certa curiosidade que não pude evitar na minha pergunta. — Tranquei a matrícula… — abaixou o olhar. Coloquei mais um pouco de vinho para a babá que, gradualmente, soltava as verdades. — Por quê? Por um momento, ela titubeou. — Vi os seus contracheques e minha irmã te pagava bem mais do que qualquer babá nessa cidade recebe pelos serviços. — Preciso pagar as contas do quarto do hospital e dos remédios que minha avó toma. A sua irmã sempre me ajudou como podia. Toquei no meu queixo, pensativo. “Por que Vitória doparia a minha irmã se ela estava ajudando? Será que ela pretendia roubar mais naquela noite?” Fiquei absorto nessas questões enquanto bebericava outra taça de vinho Domaine de la Romanée-Conti 1945, que l meu pai tinha adquirido anos atrás. — A sua avó está muito doente? — Sim… — Vitória suspirou e o semblante emudeceu. — A Vovó Domênica está lutando contra uma doença grave e estou fazendo o possível para ajudá-la a se recuperar. Ponto de vista Vittoria Eu quase não falava com ninguém naquela casa. A maioria dos funcionários mal dirigiam a palavra a não ser o jardineiro e a governanta, que vinha para falar algo sobre a Allegra. Era bom ter alguém para desabafar, só não esperava que meu chefe fosse um bom ouvinte. Falei da minha vida, das lutas para pagar contas, da vontade de voltar para a universidade e cursar direito e defender quem não tinha voz. Ele me ouviu. Riu comigo e serviu mais vinho do que eu costumava beber. Quando terminamos a garrafa, nós já ríamos demais. Tropeçamos nos próprios pés subindo a escada e quando paramos no corredor do andar de cima, ele me olhou de um jeito diferente. — Você tem os mais lindos olhos que já vi, sabia? — murmurou, e seus dedos tocaram meu queixo com uma delicadeza inesperada. O meu corpo estava entorpecido, mas aquele toque era real ou eu estava bêbada demais? Talvez, eu estivesse sonhando agarrada ao meu travesseiro. O chefe se aproximou e eu recuei até bater na parede e ficar encurralada. Tocando no meu queixo com polegar e indicador, levantou o meu rosto só para colar os lábios dele aos meus. A boca pressionava contra a minha e a língua exigia passagem até que eu deixei. — Vamos conversar lá dentro. — Puxou-me para a enorme suíte no fim do imenso corredor. Os beijos dele avançaram para o meu pescoço, descendo até o colo dos seios. As mãos puxaram as minhas roupas até despir-me. O pudor me abandonou no segundo em que os braços fortes do senhor Trevisani me levaram para a cama. — Relaxe! — Ele deslizou para baixo. Deixei um leve arquejo escapar enquanto os lábios carnudos percorriam minha curvas até beijar o interior das minhas coxas. — É a sua primeira vez? — Ele ergueu o rosto no meio das minhas pernas ao indagar. — Sim! — Sussurrei, um pouco sem graça. Abaixando a cabeça, ele continuou a me beijar, fazendo o calor aumentar lá embaixo. A língua e a boca dele continuavam me instigando até que o corpo do senhor Trevisani cobriu o meu. Logo, senti a ponta do desejo rijo forçando a minha entrada. Meu coração acelerava e a minha mente flutuava. No começo, os movimentos eram lentos e então, tornou-se selvagem e intenso até ele se derramar e tremer sobre o meu corpo. Depois de um grunhido rouco, só escutava as nossas respirações entrecortadas. Nenhum dos dois falou nada. Na manhã seguinte, o meu corpo todo doía e a minha cabeça latejava. Eu me mexi na cama, resmungando algo sobre nunca mais beber daquele jeito... e então senti um corpo ao meu lado. Virei lentamente e observei. Meus olhos arregalaram quando reconheci o rosto do meu chefe. Maximus Trevisani estava completamente nu e dormindo com o rosto sereno. Sentei na cama, sentindo o lençol escorregando dos ombros enquanto os meus olhos percorriam ao redor do ambiente amplo e luxuoso decorado por móveis rústicos. Eu estava no quarto do meu chefe. — Meu Deus! o que foi que eu fiz? — sussurrei, levando as mãos à cabeça.