Você é linda

Ponto de vista de Vitória.

Os ponteiros do relógio se arrastavam como uma tortura silenciosa enquanto eu tentava me vestir sem fazer barulho.

A camisa branca dele deslizava pelos meus ombros enquanto eu caçava minha blusa por entre os lençóis bagunçados. Meu estômago revirava, não só pelo álcool da noite anterior, mas pelo que aquilo representava.

Em algum canto da minha mente, uma vozinha me recriminava: “Meu Deus, Vitória... você dormiu com o seu chefe. O cara é um magnata e noivo de uma atriz e modelo famosa.

E o pior era que os fragmentos vinham como flashes... o beijo, o riso, o toque quente, minha pele queimando sob a dele. Mas os detalhes ainda eram nebulosos e flutuantes.

Quando encontrei a minha camisola, Maximus se mexeu e eu congelei.

Máximus virou o rosto no travesseiro e abriu as pálpebras. Ficou m silêncio por alguns segundos.

— Vitória... — A voz rouca saiu mais baixa.

Assenti, num gesto instintivo.

— Desculpe, senhor Trevisani — murmurei, vestindo a camisola. — Não devia estar aqui.

— Nós dois passamos do limite — ele interrompeu, sentando-se devagar. O lençol escorregou, revelando parte do peito definido. Era estranho olhar para ele totalmente nu. — Foi apenas um deslize. Bebemos demais ontem a noite! — Levou a mão à nuca.

Eu queria responder, mas não consegui. Algo em mim gritava para correr, apagar a noite anterior da memória, fazer de conta que nada tinha acontecido.

— Eu vou ver Allegra — sussurrei, antes de sair do quarto quase tropeçando nos próprios pés.

— Espere!

— Sim… — parei.

— Não conte a ninguém sobre isso.

— Claro, senhor!

Ponto de vista de Maximus.

Ela saiu do quarto como um animal acuado e eu a deixei ir.

Encostei a cabeça no travesseiro e fechei os olhos, tentando processar o que havia feito. A babá da minha sobrinha era uma jovem ingênua, cheia de sonhos. Mas tinha muitos problemas que poderiam levá-la a cometer atrocidades.

“Talvez, ela realmente estivesse dopando a minha irmã para roubar”, Refleti sobre isso.

Não me senti culpado, pois Bianca decidiu me deixar. Lembrei disso como quem tenta se agarrar a uma desculpa. Uma forma de justificar o que fiz.

O problema de cruzar certas linhas é que depois era impossível apagá-las.

Saí da cama, tomei um banho e vesti um dos ternos do empório Armani. Solicitei à governanta que comprasse a pílula do dia seguinte e levasse para a Vitória.

— Oh, my God! — Chocada, disse no idioma dela. — O senhor está noivo e logo vai se casar com a senhorita Bianca.

— Não vou mais!

— Mas senhor, essa era vontade de sua avó e…

— Você é paga para fazer o que mando, — eu cortei o papo de imediato. — Deixe de ser enxerida e garanta que Vitória tome o contraceptivo.

— Sim, senhor Trevisani.

Conformada, ela saiu do meu caminho.

Ponto de Vitória.

Nos dias que se seguiram, Maximus voltou a ser uma sombra distante. Continuou agindo de um jeito contido, quase impassível.

Não falou comigo além do necessário e eu não tive coragem de olhar em seus olhos.

Allegra continuava me abraçando com a mesma doçura de sempre, mas até ela parecia perceber que algo estava fora do lugar.

— Está triste? — A voz infantil indagou.

— Não, anjinho, só estou cansada.

— Tio Max brigou com você?

— Claro que não! — Ri, sem graça por ter aquela conversa com uma criança.

Levantei minhas mãos e movi os dedos.

Allegra riu, esperando pelas cócegas na barriga. O som da gargalhada infant compartilhava uma energia boa que preenchia meus dias tristes.

Quase duas semanas haviam se passado e eu fui incubida de acompanhar a Allegra durante a viagem para visitar os avós paternos. Estávamos na formosa Ilha de Tenerife da Espanha, onde pude trabalhar e, ao mesmo tempo, curtir.

Certa vez, a menina estava com os avós paternos.

Aproveitei para colocar um biquíni e nadar um pouco na praia da Costa Adeje. Depois de nadar, eu saí do mar enquanto os meus pés afundaram na areia. Sentei na cadeira, deixando o sol me aquecer quando uma sombra bloqueou os raios solares.

— Senhorita Clarke

— Sim! — Coloquei o braço na testa, olhando para o grandalhão.

"Quem usa terno na praia?" Pensei, espremendo os olhos.

— O senhor Trevisani deseja lhe ver às sete da noite…

— Quer que eu leve a sobrinha dele?

— Não! A menina ficará com os avós paternos esta noite.

Não fazia ideia de que ele estava em Tenerife e nem o porquê dele querer ver depois daquela bebedeira que acabou em sexo.

Mais tarde, a brisa quente da ilha acariciava a minha pele quando cheguei ao terraço da casa de veraneio do senhor Trevisani.

O vestido leve e florido voava a favor do vento quando meu chefe surgiu por trás de mim com aquela presença que fazia meu corpo inteiro despertar.

— Está esperando alguém? — ele perguntou como um trovão contido.

— Já chegou — respondi sem pensar.

Senti as mãos segurando firme na minha cintura e então, ele me virou. Seus olhos escuros me devoravam. O beijo foi inevitável. Quando nossas bocas se tocaram, meu corpo ardeu. Seus lábios eram quentes e exigentes, e a forma como sua língua explorava a minha fez as minhas pernas cederem um pouco.

Ele me pegou no colo com facilidade, como se eu não pesasse nada, e me levou para dentro. Lembro da textura fria dos lençóis contrastando com o calor do meu corpo quando ele me deitou.

— Você é linda demais… — ele sussurrou.

Os dedos longos de Máximus deslizaram pelos meus braços, pelas curvas dos meus seios e por meu ventre.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App