Sinopse Ele é Alaric Moretti, um magnata bilionário acostumado a ter o mundo aos seus pés, mas que se entregou de corpo e alma a uma mulher que o destruiu. Casou-se com Isabelle Laurent Duval, a socialite mais desejada da cidade, e acreditou viver o conto de fadas perfeito até descobrir que todos os sorrisos, jantares e declarações eram uma farsa, encobrindo uma série de traições. Quando Isabelle o abandona e deixa para trás até a própria filha, Alaric vê quebrado... exceto por uma constante: Clara Hart, sua melhor amiga desde os tempos de faculdade. Clara sempre esteve lá para celebrar suas vitórias, suportar suas quedas e cuidar dele sem pedir nada em troca, mesmo escondendo um amor silencioso e impossível. Ele sempre soube. Sempre percebeu. Mas, para Alaric, Clara nunca poderia ser sua esposa. Até que, aos poucos, ele descobre que o que sempre buscou no mundo... estava do seu lado desde o começo. Uma história sobre segundas chances, lealdade inabalável e sobre como o amor verdadeiro pode estar escondido na pessoa que você menos espera que sempre tenha estado bem na sua frente.
Ler maisA música ambiente da festa parecia preencher cada canto do salão, mas para Clara, tudo ao redor se transformava em uma névoa de detalhes que exigiam atenção. Cada sorriso, cada gesto de Isabelle, cada olhar de Alaric era cuidadosamente analisado. Ele parecia flutuar em meio à multidão, segurando a mão de Isabelle, irradiando uma felicidade que transbordava de forma quase contagiante. Clara não podia negar a alegria que via, mas dentro de si sentia um aperto no peito que não diminuía.Alaric recebia cumprimentos sem parar. Convidados se aproximavam, oferecendo flores, abraços calorosos e palavras de felicitações. Isabelle, com seu sorriso radiante, aceitava cada gesto com graça, como uma verdadeira socialite acostumada a comandar a atenção de todos. Clara observava em silêncio, o coração batendo acelerado, tentando se preparar para quando fosse a sua vez.Finalmente, alguém se aproximou para conduzir Clara até Alaric e Isabelle. O momento que ela temia havia chegado. Seu corpo travou p
Algumas semanas se passaram desde aquele encontro tenso no café, e, estranhamente, o ar parecia mais leve, embora ainda carregado de memórias e ressentimentos. Isabelle estava diferente. Clara notava pequenas mudanças: sorrisos contidos, tentativas de puxar conversa, gestos sutis de aproximação. Havia algo calculado, mas também genuíno, como se Isabelle quisesse provar que podia ser cordial sem perder sua autoridade.Clara, embora ainda cautelosa, não podia negar que a mudança a deixava curiosa e, de certa forma, aliviada. Finalmente, Alaric parecia sorrir com mais frequência, observando cada interação com prazer visível. Cada risada compartilhada, cada olhar trocado, fazia com que seu coração se aquecesse levemente. Era como se ele estivesse vendo um vislumbre da paz que sempre desejara, mesmo sabendo que Clara e Isabelle carregavam uma rivalidade intensa.— Você está diferente — comentou Clara em um momento de calmaria, enquanto caminhavam pelo corredor do escritório. — Não sei se i
O telefone havia desligado fazia horas, mas Clara ainda sentia o peso da voz de Isabelle ecoando em sua mente. Cada palavra carregava ameaça, cada pausa transbordava julgamento. Ela se sentia exausta, sufocada, mas ao mesmo tempo não podia recuar. No dia seguinte, uma mensagem chegou: “Encontre-me hoje à tarde. Precisamos conversar.” Clara respirou fundo. O coração disparou, mas ela sabia que não poderia ignorar. Com passos firmes, saiu de casa e seguiu até o local marcado: um pequeno café elegante no centro da cidade. Quando entrou, Isabelle já estava lá, sentada com o braço apoiado na mesa, o olhar afiado fixo nela. Clara parou por um segundo, medindo o ar carregado de tensão. — Então você apareceu — disse Isabelle, a voz controlada, mas dura. — Confesso que esperava que tivesse sumido de vez. — Não desapareci — respondeu Clara, mantendo o tom calmo. — Você pediu para nos afastarmos, e eu fiz o que pude. — “O que pôde”? — Isabelle ergueu uma sobrancelha, como se o simples fat
O apartamento estava silencioso, exceto pelo som ritmado do relógio na parede. Clara sentou-se à mesa da cozinha, encarando a xícara de chá ainda fumegante. A tentativa de se afastar de Alaric, que no início parecia necessária, agora a consumia por dentro. Cada risada distante, cada lembrança inesperada, cada ausência dele doía.— Isso é insuportável — murmurou para si mesma, apertando a caneca até que os nós de seus dedos ficaram brancos.Ela se lembrava do sorriso dele, da facilidade com que a amizade deles se transformava em um conforto que nenhuma outra presença conseguia reproduzir. Mas agora, a distância que ela própria impôs parecia uma corda apertando o pescoço.Na manhã seguinte, ao caminhar para o trabalho, Clara esbarrou em alguém correndo com uma pilha de papéis que ameaçava cair. Ela se abaixou rapidamente para ajudar.— Nossa! Obrigada! — disse a jovem, rindo sem constrangimento. — Eu sou Lúcia. Sempre correndo demais…— Clara — respondeu, sorrindo com timidez. — É fácil
O sol da manhã atravessava as cortinas finas do quarto de Clara, espalhando um brilho suave sobre o lençol ainda amarrotado. Ela piscou devagar, demorando-se alguns segundos antes de sair da cama. Era mais um dia — igual a todos os outros desde aquela visita de Alaric.Tentava convencer-se de que estava bem. Odiava admitir que a ausência dele lhe roubava o ar, mas era a mais pura verdade. Assim, todos os dias, vestia a armadura de normalidade e ia para o trabalho com a determinação de quem precisa enganar o mundo.No escritório, mantinha a cabeça baixa sobre relatórios, mergulhava em planilhas como se números fossem capazes de abafar o som das lembranças. Conversava com colegas de forma automática, sorrindo aqui e ali, mas sem sentir nada. E quando o expediente acabava, corria para casa com a desculpa de cansaço, mas na verdade era medo: medo de que em algum canto da cidade seus olhos encontrassem os dele.Porém, ao fechar a porta do apartamento, o silêncio voltava como um inimigo ínt
O salão estava iluminado demais para o fim de tarde. Luzes mornas refletiam nos vasos de cristal e nas paredes de mármore polido, projetando aquele brilho frio que sempre me fazia sentir deslocada. Isabelle me esperava em uma das poltronas próximas à janela, com um vestido bege simples demais para seus padrões — um gesto calculado para parecer casual.Quando me viu, sorriu. Um sorriso largo, mas sem calor.— Clara, querida. — sua voz escorreu suave, doce em excesso. — Que bom que veio.Sentei diante dela, ajeitando a saia, com a sensação de estar entrando em território inimigo.— Você pediu para me encontrar com tanta urgência… imaginei que fosse algo sério.Isabelle suspirou, inclinando o corpo para frente como se carregasse um fardo imenso. — E é. — Seus dedos brincavam com a aliança dourada, rodando-a lentamente, como se a cada volta um pensamento mais sombrio surgisse. — Eu tenho tentado… mas Alaric anda tão distante.Meu coração apertou. Eu já sabia onde essa conversa ia chegar.
Último capítulo