o amor que eu jurei não querer

o amor que eu jurei não querer PT

Romance
Última atualização: 2025-09-01
Cassamo57  Atualizado agora
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Índice

Sinopse Ele é Alaric Moretti, um magnata bilionário acostumado a ter o mundo aos seus pés, mas que se entregou de corpo e alma a uma mulher que o destruiu. Casou-se com Isabelle Laurent Duval, a socialite mais desejada da cidade, e acreditou viver o conto de fadas perfeito até descobrir que todos os sorrisos, jantares e declarações eram uma farsa, encobrindo uma série de traições. Quando Isabelle o abandona e deixa para trás até a própria filha, Alaric vê quebrado... exceto por uma constante: Clara Hart, sua melhor amiga desde os tempos de faculdade. Clara sempre esteve lá para celebrar suas vitórias, suportar suas quedas e cuidar dele sem pedir nada em troca, mesmo escondendo um amor silencioso e impossível. Ele sempre soube. Sempre percebeu. Mas, para Alaric, Clara nunca poderia ser sua esposa. Até que, aos poucos, ele descobre que o que sempre buscou no mundo... estava do seu lado desde o começo. Uma história sobre segundas chances, lealdade inabalável e sobre como o amor verdadeiro pode estar escondido na pessoa que você menos espera que sempre tenha estado bem na sua frente.

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Capítulo 1

capítulo 1 - Entre o que vejo e o que sinto

E mais uma vez estou olhando e apreciando a linda cerimónia daquele que é proibido para mim… que eu nem poderia sequer procurar olhar.

O vestido da noiva reluz sob as luzes douradas que atravessam os vitrais da igreja. O som suave do piano preenche o ar, e o mundo inteiro parece congelar ao redor dele — Alaric Moretti, parado diante do altar, com aquele sorriso calmo que já foi meu maior refúgio e agora é a minha maior tortura.

É estranho como um coração pode b**er tão alto que parece ecoar pelos ossos. O meu b**e assim, cada pulsar me lembrando de que estou viva apenas para testemunhar a felicidade dele… mas não ao meu lado. E o mais cruel é que eu mesma aceitei ocupar esse papel: a amiga de infância, a confidente, o ombro seguro. Nunca a mulher.

Sinto-me como se carregasse uma doença incurável — a doença de um amor que não morre, que consome por dentro. Não importa o quanto eu tente sufocá-lo, ele sempre encontra brechas para respirar. Hoje, entre arranjos florais e véus de renda, essa doença se espalha pelo meu corpo inteiro.

A voz do padre ressoa, pedindo votos e promessas, mas a minha mente não está aqui. Ela foge, como sempre fez, para o começo de tudo…

[Flashback — Infância]

Eu tinha seis anos quando o vi pela primeira vez. Não foi nada extraordinário, não havia fogos de artifício nem música dramática — apenas um menino de cabelos escuros e olhos de um castanho profundo, sentado sozinho no banco do jardim, folheando um livro grosso demais para alguém da nossa idade.

A minha mãe tinha me levado até lá para que eu brincasse com os filhos dos amigos dela, mas eu não queria brincar. Não até perceber que ele também não queria. Me aproximei devagar, como se temesse espantar aquela figura quieta.

— Você gosta de ler? — perguntei, com minha voz fina de criança.

Ele ergueu os olhos e sorriu. Foi a primeira vez que senti aquele aperto estranho no peito, sem entender o que era.

— Gosto — respondeu simples, e então moveu o livro um pouco para o lado, como se estivesse me convidando a sentar.

Foi assim que começou. Não houve apresentações formais, não houve necessidade de nomes naquele instante. Só depois, quando minha mãe nos apresentou, descobri que ele se chamava Alaric.

Desde então, virei sombra dele. Onde ele ia, eu ia. No começo, éramos apenas duas crianças que compartilhavam silêncios e risos tímidos. Mas, mesmo naquela idade, eu já sabia que havia algo nele que me puxava, algo que eu nunca encontraria em mais ninguém.

[Adolescência — Crescimento e distância]

O tempo passou rápido demais. Um dia, percebi que ele não era mais o menino franzino que lia sozinho no jardim. O corpo dele ganhou força, a voz engrossou, e o sorriso… ah, o sorriso ficou ainda mais perigoso. E eu, que sempre o amei em silêncio, comecei a perceber algo ainda mais cruel: o olhar dele nunca foi para mim.

Na escola, ele atraía atenção sem esforço. As meninas riam alto perto dele, inventavam desculpas para tocá-lo. E ele… ele olhava de volta. Não para mim, nunca para mim, mas para todas as outras.

Ainda assim, nunca me deixou de lado. Eu era a Clara. A que ele protegia, a que ele levava para casa quando chovia, a que ele defendia de provocações. A que ele tratava quase como esposa — com gestos de carinho que confundiam qualquer coração apaixonado: cobrir meus ombros com o casaco dele no frio, segurar minha mão para atravessar a rua, beijar minha testa quando me via triste.

Esses beijos… eram como uma dádiva e uma maldição. Cada toque era um lembrete de que ele me queria perto, mas não o suficiente. De que eu era especial, mas não a escolhida.

[De volta ao presente — A cerimónia]

As palavras do padre se misturam com o som abafado do meu próprio coração. Vejo Alaric colocar a aliança no dedo dela. O olhar dele é sereno, seguro… mas não é o olhar que eu conheço quando ele está comigo. Não é aquele brilho suave que sempre vi quando ríamos sozinhos, como se o mundo fosse só nosso.

Quero gritar que é injusto, que passei a vida ao lado dele, que sei cada detalhe do seu jeito, que sou quem melhor o conhece. Mas não posso. Porque ele nunca me prometeu nada. Nunca disse que me amava. Eu mesma é que criei esse castelo dentro de mim, tijolo por tijolo, até ficar presa nele.

Respiro fundo e sorrio, porque é isso que se espera de mim. Serei a amiga que o aplaude, que entrega flores, que posa para fotos ao lado do casal. E quando a festa acabar, irei para casa sozinha, com a mesma doença silenciosa corroendo cada pedaço de mim.

E ainda assim… mesmo ferida, mesmo partida, sei que amanhã, se ele me chamar, eu irei.

O corredor central da igreja parece se estender infinitamente. Cada passo da noiva ecoa como uma batida surda contra o meu peito. As flores brancas, cuidadosamente dispostas ao longo das cadeiras, exalam um perfume suave demais para a minha realidade — como se zombassem da amargura que tento esconder. Tudo está perfeito. Tudo está lindo. E eu queria que estivesse despedaçado, que algo saísse errado, só para que ele olhasse para mim como olhava quando eu chorava criança, para que viesse me consolar.

Mas ele está lá, intacto, belo, vestindo um terno impecável que parece feito para um rei. Alaric Moretti nunca foi comum. Desde pequeno, havia nele um ar de quem carregava o mundo nas mãos. Eu, tola, acreditei que poderia ser parte desse mundo.

Os convidados estão comovidos, alguns enxugando lágrimas discretas. Eu me mantenho imóvel, fixando o olhar no altar, tentando não desviar. E, por um instante, juro que ele olha para mim. O olhar dele cruza o meu, rápido demais para que alguém perceba, mas suficiente para acender a velha esperança. Só que o momento se dissolve tão rápido quanto veio, e logo percebo que foi apenas minha mente pregando peças. Ele estava olhando para ela. Sempre para ela.

A voz do padre se mistura ao farfalhar leve dos vestidos. “Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza…” As palavras ecoam como marteladas. Eu as repito mentalmente, como se pudesse colocá-las na minha própria boca, como se pudesse me inserir naquela promessa que nunca me foi feita.

[Flashback — Adolescência tardia]

Lembro-me de uma noite específica. Eu tinha dezesseis anos, e a cidade estava em festa. Fogueiras iluminavam as ruas, e todos pareciam ocupados demais para notar quem passava. Eu usava um vestido azul que minha mãe dizia realçar meus olhos. Alaric me encontrou no meio da praça, cercada por meninos que riam e zombavam de mim por algo que nem me lembro mais. Ele chegou como um escudo. Colocou a mão firme no meu ombro e, com aquela voz grave que ainda estava se formando, disse:

— Se têm algo para dizer, digam para mim.

Os garotos recuaram, e eu fiquei ali, com o coração batendo como se quisesse romper minhas costelas. Ele me levou até em casa. Na porta, antes de ir embora, beijou minha testa. Um toque rápido, quase fraternal. Mas para mim, foi como receber um segredo precioso. Passei a noite toda com a mão sobre a testa, com medo que aquele beijo se apagasse.

[De volta ao presente]

O som dos aplausos me arranca das lembranças. Estão casados. Ele segura a mão dela, e há uma alegria genuína no sorriso dele. Não é fingimento, não é cortesia social. Ele está feliz, e é isso que me parte ao meio — saber que ele encontrou felicidade sem mim.

A noiva o olha como eu sempre sonhei olhar. Há algo de possessivo naquele gesto, como se ela dissesse silenciosamente: “Ele é meu”. E, pela primeira vez, percebo que talvez ela sempre soube. Talvez tenha percebido o meu amor muito antes de eu conseguir disfarçar.

[Flashback — Vida adulta recente]

Alguns meses antes do casamento, estávamos na biblioteca da cidade. Ele procurava um livro antigo, e eu apenas o seguia, como sempre fiz. Quando finalmente encontrou, colocou-o sobre a mesa e disse:

— Você sempre esteve aqui, não é? Em todos os momentos.

Sorri, tentando não demonstrar o que aquilo me causava. Ele não sabia, mas essas palavras eram o bastante para me manter viva por anos. “Sempre estive aqui” porque sempre quis estar. Porque, mesmo sem ser escolhida, minha lealdade nunca vacilou.

[Presente]

As portas da igreja se abrem, e o casal caminha para fora, sob uma chuva de pétalas. Sinto-me invisível no meio da multidão. Meu vestido, que escolhi com tanto cuidado, parece opaco perto do brilho dela. O vento brinca com meus cabelos, e por um instante tenho a sensação de que ele vai se virar, me procurar com os olhos. Mas não. Ele segue adiante, de mãos dadas com a esposa, como se o mundo inteiro fosse um cenário preparado para eles.

Respiro fundo, forçando um sorriso que dói. Sei que, na festa, terei de posar para fotos, rir de piadas que não entendo, ouvir histórias do casal. Sei que serei a “amiga de longa data”, a que todos elogiam por ser tão fiel. Mas ninguém vai perceber que essa fidelidade é, na verdade, minha prisão.

E amanhã… amanhã, se ele me ligar pedindo para ouvir sobre seu dia, eu irei. Mesmo sabendo que, no fundo, ele nunca será meu.

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capítulo 2 - entre pétalas e o silêncio
capítulo 3 - sentimentos
capítulo 4 - rachaduras
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capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
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