Ella quer encontrar alguém para amá-la. Edward só precisa de coragem para se declarar pra sua melhor amiga. O último ano do colegial reserva grandes surpresas para esses dois amigos. Mudanças. Uma aposta. Brigas. Revelações... O início do romance ou o fim da amizade? O último ano do colegial é apenas o início da história deles. Acompanhe aqui ‘’A história de nós dois’’, um clichê nem tão clichê assim.
Leer másA história de nós dois
Capítulo 1 – De friends à lovers
Ella Williams
Às vezes eu paro para pensar sobre o jeito que conheci meu marido e acabo rindo do jeito em que a vida o trouxe para mim. Foi simples, sem alarmes, sem aviso prévio. Não houve nada de mágico, como os filmes e os livros nos iludem. Foi em um dia chuvoso, eu não esbarrei enquanto corria para pegar o ônibus, muito menos ele derramou café sobre mim, ou os nossos olhares se cruzaram magicamente enquanto ele cantava em seu show. Eu não era popular, nem ele o nerd que se arrastava aos meus pés.
Era para ser apenas mais um dia normal de aula, mas Edward entrou na minha sala. Quieto, com seus olhos verdes quase cinzas de tanta vergonha e com sua voz rouca que carregava um forte sotaque do interior da Inglaterra, sim, eu reparei nisso, mas precisei de muita atenção à sua voz, pois ela soava baixa demais por causa da timidez e nervosismo que quase o consumiam por inteiro. Edward chegou de mansinho, pouco falava, mal olhava passa as pessoas em sua volta, parecia ter medo de tudo e de todos, mas ele se abriu para mim, pouco a pouco, mas se abriu. A garota que vivia na biblioteca e que sabia muito bem contar piadas bobas que só tinha graça para ele. Ah, eu também não posso esquecer de contar que era fácil deixá-lo com as bochechas vermelhas de vergonha ao elogiar seu sotaque.
Sotaques, eu sempre tive um fraco por eles. Irlandeses, Nova-iorquinos, italianos, franceses... Sotaques sempre me chamaram atenção. Em especial, o do garoto do interior que em menos de duas semanas se tornou meu melhor amigo. Não sei como explicar, talvez seja o jeito como ele era doce em suas palavras, ou como não havia malícia alguma em nenhuma atitude dele. Edward era alguém especial, alguém tão puro como um anjo e tão doce que dava vontade de guardá-lo em algum lugar para protegê-lo da maldade do mundo.
Por anos, foi nós contra o mundo, ou melhor, contra o colegial, já que o nosso mundo se resumia a isso. Eu lembro perfeitamente de desejar não ir para a escola quando Ed precisava faltar aulas para ajudar os pais na padaria. Nada tinha graça sem ele. Também consigo lembrar perfeitamente o jeito como gostávamos de matar aulas na biblioteca, ou até mesmo, na casinha de árvore do fundo da casa dos pais dele. As horas passavam como míseros segundos, e olha que muitas vezes, os nossos dias se resumiam a conversas. Longas conversas sobre assuntos aleatórios inesgotáveis. Sem celular, televisão, ou videogames. Apenas ele e eu, isso era o bastante, não havia espaço para mais nada. E, quando anoitecia, e mamãe me ligava, meu melhor amigo fazia questão de levar-me de carona em sua bicicleta até a minha casa que não ficava muito perto da sua. Eram quase vinte minutos pedalando, mas ele não me deixava ir para casa sozinha nunca.
Edward nunca poupou esforços para cuidar de mim, na verdade, para ele, nunca foi um esforço. Ele fazia com prazer. Por anos, eu me questionei sobre isso, porém, aos poucos eu fui entendendo o seu cuidado. Nas entrelinhas de cada gesto dele para comigo, estava descrito descaradamente, o amor que ele sempre nutriu por mim. Todos enxergavam isso. Mamãe até hoje diz que o olhar dele para mim gritava ‘’EU TE AMO’’ todas as vezes em que ele me acenava um simples ‘’tchau’’ antes de subir em sua bicicleta e pedalar de volta para a sua casa.
Eu não precisava ter procurado por amor nenhum, tão pouco precisava chamar atenção das pessoas para mim, pois o cara a quem o destino me reservou, sempre esteve ao meu lado. Sempre foi ele... o meu melhor amigo.
Demorou muito até eu perceber o que eu sentia pelo meu melhor amigo, contudo, ele sempre teve certeza do que sentia por mim. O amor para ele sempre foi claro. Tínhamos tudo para ser um simples clichê friends to lovers, mas quis a vida que fossemos um pouco mais complicados que os casais dos romances best-sellers.
Apaixonar-me pelo meu melhor amigo, amá-lo, e viver esse amor não foi tão simples como parece. Nossa história não é perfeita, ou até mesmo, simples como nos contos de fadas. Até chegarmos aqui, como estamos hoje, casados e vivendo nossa melhor fase com nossa família, vivemos altos e baixos entre risos e lágrimas. Porém, o amor nos sustentou.
É isso, o amor que nos sustenta. Não é sobre a força vir de mim ou de Edward, é sobre o que sentimos um pelo outro ser tão verdadeiro, que não nos deixa desistir. A força não está em nós, está no amor que nos une e sustenta. Não é e nunca foi sobre Ella, ou sobre Edward, é sobre o amor que transforma dois indivíduos em apenas um.
Teve dias em que tínhamos a certeza de que queríamos dividir uma vida inteira juntos, no entanto, eu lembro que também teve dias em que sentávamos e perguntávamos um para o outro ‘’É isso mesmo que queremos?’’ ou até mesmo ‘’Você não acha que vai ser melhor se continuarmos apenas amigos?’’. A incerteza do futuro é agoniante, aterrorizante o bastante. A verdade é que o caminho somos nós que fazemos, mas para trilharmos, não podemos ter medo. Se gostamos de alguém, devemos lutar por essa pessoa até o fim, pois a luta pode ser difícil, árdua, cansativa, mas no final, a recompensa é compartilhar a vida com essa pessoa e, não há nada na vida melhor que isso.
Em toda essa trajetória, Edward lutou por mim quando eu não tive forças para aceitar o ‘’nós’’. Mas houve também um momento em que eu precisei lutar por ele. E o mais importante, houve uma época em que nós dois precisamos lutar pelo nosso relacionamento. E sim, isso é amor.
Capítulo 82 – EpílogoIsabella Davies— Isabella Diana William Davies. Satisfeito? — Abraço meu marido por trás na sacada do nosso quarto de hotel. — Tudo bem ou já se arrependeu de se casar comigo?— Nunca! — Ele ri e inverte as posições me colocando à sua frente e apoiando seu queixo no meu ombro. — Eu estava olhando as estrelas e lembrando de um dia em particular...— Que dia? — Pergunto curiosa. — Do dia em que você me fez olhar pro céu, escolher uma estrela e fazer um pedido. — Edward lembra muito bem, eu também lembro.— E o que você pediu? — Pergunto e sinto seus dedos acariciarem minha cintura.— Você. Eu queria ter você... — Ele sorri e seus lábios beijam com delicadeza o meu pescoço. — Estava agradecendo porque ela realizou o meu maior desejo e me deu você como esposa.— Ela está trabalhando para realizar o meu desejo. — Viro-me para o meu marido e vejo seus olhos refletirem a luz da lua que brilha com intensidade no céu. — Qual foi o seu desejo? — Ed pergunta com suas mão
Capítulo 81 – O casamentoNarradorApós o almoço, foi uma correria que parecia não ter fim para as noivas. Flora e Ella ocuparam-se em procurar por vestidos simples, porém que servissem para seus casamentos. Nada muito extravagante, no entanto, algo que deveria servir para o casamento a ser celebrado por algum cover do Elvis ou da Marilyn Monroe. Era quase três da tarde quando ambas conseguiram a chegar à suíte para se arrumarem. A pedido das noivas, os homens que já estavam arrumados, para a surpresa delas e eles foram passear pelo hotel para passar o tempo. Florence optou por um terninho todo branco, com um belo decote na parte da frente e a calça com boca de sino. Ficou perfeito em seu corpo e o batom vermelho nos lábios, junto ao coque alto no cabelo e os brincos de brilhante, deram um toque mais elegante ao look fashionista da mulher que se inspirou no Elvis e fez de si uma versão mais atual e feminina do ídolo. Ella, o oposto da amiga, optou por um vestido branco, de renda e
Capítulo 80 – Viagem de formaturaNarradorQue graça teria se a vida fosse previsível? Que graça teria se tudo sempre saísse como o planejado por nós? A verdadeira alegria da vida fica nas emoções do improviso, na capacidade que acabamos desenvolvendo em resolver conflitos e adaptar-se aos acontecimentos impostos. Edward e Isabella até tentaram se casar meses depois do noivado. Contudo, não aconteceu. A vida de adulto, as obrigações, a universidade, os estágios que se tornaram trabalhos... Tudo estava se tornando ainda mais sufocante a cada dia que passava. Foi uma verdadeira prova de fogo para o casal que, felizmente, conseguiram permanecer juntos até o final.A brisa toca o rosto de Florence, Alex, Isabella e Edward. Os dois casais de melhores amigos sentem seus rostos sendo tocado pelo ar fresco do deserto. Las Vegas parece ainda mais lindo do que as fotos que babaram por dois longos anos até a viagem em comemoração a formatura. O médico, a jornalista, a psicóloga e Alex, o mais n
Capítulo 79 – Presente de aniversárioUm tempo depois...NarradorAs estrelas parecem bem mais brilhantes no céu do interior da Inglaterra. Não se sabe se elas estão assim hoje por estarem contemplando o jovem casal de amigos a passearem pelo pequeno bairro que assistira Edward a crescer, ou se então só ficam assim porque o céu o ar do interior é mais limpo que o da cidade de Londres, com o qual ambos estão acostumados. Mas o céu hoje está magnífico. A última vez que estiveram juntos na casa dos Davies foi quando Edward estava a completar seus dezoito anos... Dois anos depois, em seu aniversário de vinte, muita coisa mudou.— Parece que foi ontem que você viajou escondida dos seus pais e veio aqui se declarar pra mim. — O casal decide pausar a caminhada e sentam-se à frente de um pequeno lago que tem na praça do bairro. É noite, a praça está praticamente deserta, a não ser pelos dois amigos. — Eu estava pensando a mesma coisa, sabia? — Ella ri. — Bom, não na parte da declaração, mas
Capítulo 78 – Amor além da vidaIsabella WilliamsHoje pela manhã, a caminho do trabalho, passei em frente ao cemitério onde Chad foi enterrado junto aos pais dele. No momento em que eu vi algumas pessoas adentrarem aquele lugar segurando rosas brancas, um bolo se formou em minha garganta e o meu peito se inflou com um choro que eu não consegui conter dentro de mim. Ver aquelas pessoas e aquele lugar foi um gatilho que, com todo amor que eu já senti um dia por Chad e ainda sinto por preservá-lo em minha memória, não arruinou o meu dia, mas me deixou cabisbaixa.Eu não me despedi dele. Tudo o que eu me lembro é da última vez que o vi antes de viajar para Liverpool e não ter conseguido fazê-lo ir comigo. Ele estaria aqui se eu tivesse insistido um pouco mais. Às vezes é inevitável não pensar nisso. Como não me culpar?Eu não pude me atrasar para o trabalho, não pude me dar ao luxo de desapontá-los por mais uma vez, caso contrário, eu estaria no olho da rua, então eu fiz de tudo para co
Capítulo 77 – Reerguendo-se.NarradorSentir-se em paz consigo mesma era uma coisa que Ella não conseguia sentir há muito tempo. Mas hoje, mesmo depois dos seus pais irem embora e mesmo sabendo que ainda não está completamente recuperada da perda de Chad, Isabella conseguiu sentir-se muito melhor. Como se não estivesse mais acorrentada ao seu passado, como se não precisasse de mais nada, de correr atrás da verdade ou tendo dúvidas sobre si mesma. A possibilidade de ser adotada não era algo que a incomodara, pelo contrário, ela sempre admirou o ato. O que incomodava a mulher era ter em mente que as pessoas à sua volta escondiam algo dela. E esse algo, por mínimo que fosse, era importante. A conversa com Rosalie e Robin foi esclarecedora. Além de tudo, Isabella pôde se sentir amada e, felizmente, novamente abraçada pelos pais que tanto voltou admirar depois de tal ato. Ela viu amor não só nas palavras, mas nas atitudes narradas, na luta que tiveram até conseguirem a guarda da menina q
Último capítulo