O telefone havia desligado fazia horas, mas Clara ainda sentia o peso da voz de Isabelle ecoando em sua mente. Cada palavra carregava ameaça, cada pausa transbordava julgamento. Ela se sentia exausta, sufocada, mas ao mesmo tempo não podia recuar.
No dia seguinte, uma mensagem chegou: “Encontre-me hoje à tarde. Precisamos conversar.”
Clara respirou fundo. O coração disparou, mas ela sabia que não poderia ignorar. Com passos firmes, saiu de casa e seguiu até o local marcado: um pequeno café elegante no centro da cidade.
Quando entrou, Isabelle já estava lá, sentada com o braço apoiado na mesa, o olhar afiado fixo nela. Clara parou por um segundo, medindo o ar carregado de tensão.
— Então você apareceu — disse Isabelle, a voz controlada, mas dura. — Confesso que esperava que tivesse sumido de vez.
— Não desapareci — respondeu Clara, mantendo o tom calmo. — Você pediu para nos afastarmos, e eu fiz o que pude.
— “O que pôde”? — Isabelle ergueu uma sobrancelha, como se o simples fat