Mundo de ficçãoIniciar sessãoRenascida como Patrícia, Lúcia jamais esperava encontrar no príncipe o reflexo de um amor perdido em outra vida. Agora, dividida entre o desejo e o destino, ela precisa lutar para conquistar um coração que já foi prometido a outra, e também evitar um destino amargo.
Ler maislogo depois da apresentação era a hora do jantar, a sala de banquetes parecia saída de um sonho: luz dourada dos candelabros, música suave do alaúde preenchendo o fundo como um sussurro, e o aroma quente do tornense assado espalhando-se no ar. O rei, imponente em sua postura, mas com um brilho gentil nos olhos, guiou todos até a grande mesa. Assim que Esmeralda se aproximou, ele tocou o encosto da cadeira com a ponta dos dedos e a puxou para ela, com elegância surpreendente. — Sente-se aqui, Esmeralda — disse ele, sua voz firme suavizada por algo quase... íntimo. Ela corou ligeiramente. — Obrigada, Majestade. — respondeu, capturando no olhar dele um calor que a fez esquecer por um instante o burburinho ao redor. Mais adiante, Jorge se sentou ao lado de Anahí. Ele parecia nervoso, tentando impressioná-la enquanto o perfume do peixe assado subia da mesa. — Vai gostar da comida daqui… — disse, inclinando-se para ela. — Aquela bandeja ali, o peixe grande, é um tornense. O sa
Quando a hora da apresentação chegou, os integrantes da caravana se dirigiram ao Palácio. O som dos tambores ecoava pelos corredores de mármore, misturando-se ao murmúrio dos convidados que se ajeitavam em seus assentos. Candelabros reluziam no alto, lançando reflexos dourados sobre as tapeçarias e sobre o piso polido. Jorge, o líder, curvou-se diante do rei com reverência. — Majestade, é uma honra apresentar o talento do nosso povo. — Sua voz firme se espalhou pelo salão, arrancando aplausos entusiasmados. — Agora, senhoras e senhores — anunciou ele, — uma apresentação com fogo! Homens trajando vestes vermelhas entraram no centro do salão, carregando bastões em chamas. O cheiro de óleo queimando se misturou ao perfume das flores dispostas nas colunas. Quando começaram a girar os bastões, faíscas dançaram no ar, iluminando os rostos encantados do público. Um pouco atrás, perto de uma pilastra ornamentada, Anahí se inclinou para Patrícia. — Está nervosa? — perguntou em
No jardim do castelo, as flores recém-regadas exalavam um perfume doce, misturado ao aroma do chá de ervas servido sobre uma mesa de ferro rendado. Olivia e Lívia esperavam por Elisa e Eleonor sob a sombra generosa de uma magnólia. O rei Alexandre, de semblante tranquilo, acompanhava as duas damas, observando os raios de sol que se infiltravam entre as folhas e faziam brilhar o bule prateado. — Vai ser um lindo casamento, tenho boas ideias. — disse Olivia, sorridente, ao rei. — Com certeza. Fico feliz que meu sobrinho vá se casar. — respondeu Alexandre, enquanto o grão-duque aproximava-se para anunciar a chegada das visitantes. Elisa e Eleonor curvaram-se respeitosamente diante dele. — Alteza! — saudou Eleonor, a voz doce e firme. — Sejam bem-vindas — disse o rei Alexandre, retribuindo a reverência com um gesto elegante. “Que olhos bonitos ela tem”, pensou, fixando o olhar em Eleonor. “Há neles uma serenidade madura, como quem já enfrentou a vida de perto.” — Queiram se juntar
O reino de Alaban se revelava diante deles como um sonho em tons de ouro e rubi. As ruas, largas e lisas, eram feitas de concreto claro que refletia a luz do sol, e o vento do outono trazia o perfume adocicado das árvores de frutas vermelhas que se curvavam sobre as calçadas. Ao longe, o som constante da grande cachoeira ecoava como um cântico antigo, misturando-se às vozes animadas dos moradores e ao tilintar dos sinos das carroças. — Que lindo! É o lugar mais bonito que vimos até agora. — exclamou Anahí, com os olhos cintilando de encanto. — É maravilhoso! — concordou Patrícia, prendendo os cabelos que dançavam com o vento. — É um dos nossos destinos favoritos. — disse Jorge, o chefe da caravana, com um sorriso orgulhoso. — Alaban sempre nos recebe bem. Carlos observava tudo com atenção — os brincos dourados, as pulseiras de pedras coloridas, o brilho que parecia brotar de cada pessoa. — Eles devem ser muito prósperos... olhem só quanto ouro. — Aqui o ouro é como o tri
Eram quatro horas da tarde quando Catarina regressou, acompanhada de Rebeca. O sol entrava pelas janelas do ateliê, tingindo o ar de um dourado suave que fazia brilhar as fitas e os frascos de loções sobre a bancada. Elisa costurava junto à janela, e o leve som do tecido sendo cortado se misturava ao perfume de lavanda e alecrim que impregnava o ambiente. — E então, o que achou de Vinícius? Ele gostou de você. — perguntou Rebeca, balançando o vestido amarelo de tecido leve e ajeitando o chapéu de palha que sombreava o rosto risonho. As duas haviam passado o dia nas terras do noivo de Judite, irmã de Rebeca; lá, o jovem Vinícius Machado, amigo do futuro cunhado, não desviara os olhos de Catarina. Elisa, ao ouvir o nome, ergueu ligeiramente o rosto, os dedos ainda firmes na agulha. — Está conhecendo rapazes, Catarina? — perguntou com um tom calmo demais para disfarçar o incômodo. O amor durou pouco por aquele rapaz, e depois de tanto alarde de ciúmes contra a minha irmã... — pensou
Na manhã seguinte, o sol dourava os jardins quando Olívia chegou à casa de Eleonor acompanhada da filha. O perfume das flores recém-regadas misturava-se ao leve aroma de lavanda que vinha do ateliê ao fundo, onde Elisa ajudava a irmã Patrícia na confecção de sabonetes e loções. Eleonor as recebeu à porta com um sorriso cordial. O vestido azul-claro de linho e o coque bem preso davam-lhe uma elegância natural. — Sejam bem-vindas. — disse ela, abrindo espaço para que entrassem. — Estava justamente preparando o chá da manhã. — Agradecemos, querida. — respondeu Olívia, retirando as luvas antes de atravessar o corredor. — Temos muito o que conversar sobre o casamento dos nossos filhos. Lívia, caminhava ao lado da mãe com olhos atentos, absorvendo cada detalhe: o brilho das porcelanas, o cheiro de cera de abelha no ar, o tilintar distante de uma chaleira no fogão. — Eu queria ser dama de honra, se Elisa concordar. — disse ela, com um sorriso doce e um toque de timidez juvenil. Eleono
Último capítulo