Mundo de ficçãoIniciar sessãoUm acidente trágico muda para sempre o destino de duas irmãs: Charlotte, adotada por uma família rica e moldada para viver sob regras e contratos, e Emily, criada com simplicidade e amor por uma assistente social. Anos depois, Charlotte se forma em Direito e é forçada a um casamento de conveniência com Nicholas Vaughn Eriksen, um poderoso magnata de Massachusetts. Ele não a ama, mas exige dela um herdeiro. Charlotte, no entanto, nunca esqueceu seu verdadeiro amor e, após duas recaídas, engravida sem saber que o filho não é de Nicholas. Quando decide pedir o divórcio, Nicholas recusa: “Temos um filho, e vamos criá-lo juntos.” Impaciente, Charlotte foge com o amante, mas seu avião cai no Pacífico. O magnata descobre a traição e, mais tarde, que o bebê não é seu. Para cuidar da criança, Nicholas contrata uma nova babá: Emily. Ele não imagina que aquela jovem doce e determinada é justamente a irmã perdida de Charlotte — e que, junto ao menino, pode mudar seu coração para sempre.
Ler maisO sol lutava para romper a névoa, lançando raios de luz que dançavam na superfície das escadas de madeira polida enquanto Nicholas descia lentamente da mansão. O silêncio que o cercava era quase sagrado, como um espaço sagrado onde até mesmo os ecos do passado pareciam respeitar a sua presença. A frieza do chão sob seus pés contrastava com a tempestade de emoções em seu interior, criando uma atmosfera suspensa, como se o mundo estivesse prendendo a respiração numa expectativa profunda. Com a vibração incessante do telefone em sua mão, acompanhada do nome piscando na tela, seu coração disparou em um compasso apressado. Dante. Ele hesitou por um momento, uma sombra de dúvida pairando sobre sua decisão. Ciente de que, ao atender o destino de todos, incluindo o seu, seria irrevogavelmente selado. — Dante… — pronunciou em voz grave e contida, como se cada letra carregasse o peso de suas escolhas. Do outro lado, a voz de Dante foi firme e direta, c
Ainda sinto o gosto metálico da noite anterior na boca quando retorno ao galpão onde prenderam Phillip. A luz é fria, cortante; o odor de óleo e poeira impregna tudo. Caminho entre sombras que parecem sussurrar lembranças, e minha respiração vem pesada — não apenas por ter viajado todo o dia, mas pela sensação de que algo definitivo se anuncia.Dante está à minha espera perto da cadeia improvisada. A presença dele impõe silêncio: não é apenas a postura do homem de negócios, mas a presença de quem carrega sangue antigo e contas por acertar. Olho para Phillip. Ainda acorrentado, tenta manter a arrogância, mas a máscara racha nos cantos dos olhos. Há músculos enrijecidos, um corpo que deu sinais de desespero, e a pele pálida sob a luz crua revela mais do que palavras.Dante aproxima-se com passos controlados. A voz dele não perde a compostura quando me cumprimenta. Sinto um leve aperto no peito: há uma concretude na frase que não admite dúvidas.— E
O som do portão metálico ecoou pelo galpão isolado, rompendo o silêncio carregado de tensão. O chão de concreto refletia a luz fria das lâmpadas suspensas. Lá estava Phillip Collins — algemado, ferido, o olhar arrogante tentando disfarçar o medo que latejava sob a pele.Dante entrou acompanhado de dois homens. O terno negro contrastava com o ambiente sujo e úmido. Ele caminhou devagar, o som firme dos sapatos denunciando o peso da autoridade. O ar cheirava a ferrugem e vingança.Phillip levantou o rosto, tentando manter a pose.— O que você quer, Dante? — perguntou com voz rouca. — Isso não é da sua conta.Dante sorriu de leve, aquele sorriso frio que antecede uma sentença.— Ele ainda tem coragem... — murmurou, aproximando-se. — Você não sabe o quanto admiro essa audácia, Collins. Mas coragem sem sabedoria sempre termina do mesmo jeito.O homem acorrentado cerrou os punhos. — Você não tem nada a ver com isso.— Tenho, s
O som do gravador recomeçou. O agente principal ergueu o olhar por cima dos óculos, atento ao menor tremor nas mãos de Karl. Eleanor, sentada ao lado, mantinha os dedos entrelaçados, a aliança girando em um círculo nervoso.— Senhor Harrington, a senhora Eleanor — começou o agente. — Este é o momento de dizer tudo. Sem omissões. Cada detalhe pode representar a diferença entre prisão e proteção.Karl respirou fundo. O peso de meses de fuga desabou sobre os ombros. — Eu e minha esposa estávamos fugindo — disse, a voz embargada. — Fugindo de Phillip Collins.O agente se inclinou, a caneta suspensa no ar. — Fugindo? Por quê?— Porque ele nos ameaçou — respondeu Eleanor, antes mesmo que Karl pudesse continuar. — Disse que, se abríssemos a boca, mandaria pessoas atrás de nós. Que nossas filhas jamais veriam o amanhecer.Ela tremia. O lenço no pescoço já não escondia o desespero. Karl pousou a mão sobre a dela, tentando conter o tremor.
INTERROGATÓRIO CONFIDENCIALOs agentes do FBI estacionaram o veículo discreto diante do casarão alugado pelos Harrington. Nenhuma sirene, nenhum uniforme à mostra. A missão era sigilosa; a ordem vinha de instâncias altas e diretas — ninguém deveria saber.Karl e Eleanor estavam prontos para fugir novamente. Malas semiabertas, olhares aflitos, o peso do arrependimento pairando como névoa no ar. O bater à porta foi firme o suficiente para silenciar qualquer tentativa de fuga.— Senhor e senhora Harrington? — perguntou o homem de terno cinza, mostrando uma credencial que só revelava o necessário. — Precisamos conversar.O casal trocou olhares rápidos, a cor se esvaindo do rosto. Eleanor tentou disfarçar, ajustando o lenço no pescoço. Karl, porém, sabia que a partida havia terminado.— Acredito que já sabem o motivo da visita — completou o agente. — A conversa será breve... se colaborarem.Foram conduzidos em silêncio. Nenhum algema.
Cheguei antes de Mark; Dante havia ficado no andar debaixo, cruzando relatórios com a equipe. O portão eletrônico se abriu como se conhecesse a urgência no peito. No hall, dois homens de terno escuro — parte do grupo de confiança enviado da Sicília — aguardavam em posição discreta.— Senhor Eriksen — disse o primeiro, em tom controlado —, o alvo principal foi capturado. Phillip Collins está sob custódia segura. Alguns chefes do cartel que o apoiavam também. Por orientação do… parceiro, serão transferidos. Os Harrington ficam sob responsabilidade do FBI ao amanhecer. O restante, destino reservado.Uma pressão invisível soltou-se no corpo. O caminho até a sala pareceu curto demais. Emily veio ao meu encontro com Edy nos braços; o menino esticou as mãos, pedindo colo. O calor do pequeno no peito dissolveu parte das sombras do dia.— Vai terminar — prometi, baixando a voz para que só ela ouvisse. — Os Harrington amanhecem nas mãos da justiça. Quanto





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