Um acidente trágico muda para sempre o destino de duas irmãs: Charlotte, adotada por uma família rica e moldada para viver sob regras e contratos, e Emily, criada com simplicidade e amor por uma assistente social. Anos depois, Charlotte se forma em Direito e é forçada a um casamento de conveniência com Nicholas Vaughn Eriksen, um poderoso magnata de Massachusetts. Ele não a ama, mas exige dela um herdeiro. Charlotte, no entanto, nunca esqueceu seu verdadeiro amor e, após duas recaídas, engravida sem saber que o filho não é de Nicholas. Quando decide pedir o divórcio, Nicholas recusa: “Temos um filho, e vamos criá-lo juntos.” Impaciente, Charlotte foge com o amante, mas seu avião cai no Pacífico. O magnata descobre a traição e, mais tarde, que o bebê não é seu. Para cuidar da criança, Nicholas contrata uma nova babá: Emily. Ele não imagina que aquela jovem doce e determinada é justamente a irmã perdida de Charlotte — e que, junto ao menino, pode mudar seu coração para sempre.
Ler maisCharlotte no NoivadoO vestido caía sobre mim como uma prisão dourada. Cada pedra de cristal bordada no tecido pesava mais do que correntes. As joias que brilhavam em meu pescoço, escolhidas a dedo pela minha mãe adotiva, refletiam as luzes do salão, mas nada refletiam do que eu era por dentro.Para os convidados, eu era a imagem da perfeição. Uma jovem de vinte e três anos, formada em Direito, filha de advogados renomados, agora prometida a Nicolas Harrington, um magnata de trinta e quatro anos, herdeiro de um império. Todos sussurravam com inveja: “Ela é a mais sortuda da cidade.”Mas dentro de mim não havia sorte. Apenas silêncio. Apenas dor.Sorri para as câmeras, como fui ensinada. Endireitei o queixo, caminhei com postura impecável, como exigiam as regras de etiqueta que meus pais adotivos haviam enfiado em mim desde os sete anos. Mas meus olhos… ah, meus olhos buscavam algo que nunca encontrariam. Procuravam o olhar de Mark, o único homem q
Emily e GraceGracie Eu sempre soube que esse dia chegaria. O dia em que Emily faria dezoito anos e eu não teria mais desculpas para guardar comigo as últimas lembranças dos pais dela.A caixa estava em cima do guarda-roupa há anos. Eu a mantinha ali como se fosse um tesouro sagrado, embrulhada em um pano de linho. Dentro dela, havia mais do que documentos e joias: havia a história de uma família inteira interrompida pelo destino cruel.— Emily… — chamei baixinho, com o coração apertado.Ela veio até mim com aquele sorriso doce que sempre teve, mesmo nos dias mais difíceis. Aos meus olhos, ainda era a mesma menininha de olhos marejados que um dia clamava pela mãe no orfanato. Mas agora, estava se tornando mulher.Coloquei a caixa sobre a mesa. Ela me olhou curiosa.— O que é isso, mamãe?Suspirei fundo.— É a sua herança, filha. Não em dinheiro, não em terras, mas em memórias.Emily arregalou os ol
– O Noivado Mais Triste NicolasEu não podia permitir que a herança de Nívia fosse parar em mãos erradas.Minha irmã não tinha culpa do destino que nos foi imposto. Ela tinha apenas dez anos quando o mundo desabou sobre nós, e desde então tudo o que fiz foi trabalhar para garantir que ela tivesse um futuro digno. E agora, com vinte e três anos, concorrendo à faculdade de Medicina, ela precisava mais do que nunca de estabilidade.Os cinquenta por cento que ainda estavam presos ao testamento não eram meus. Eram dela. Era a segurança da vida que sonhava.E se, para isso, eu precisava me casar, então eu me casaria.Não por mim.Por ela.Os advogados se reuniram. Do lado de lá da mesa, os pais de Charlotte. Eu já conhecia o escritório deles — trabalharam para o conglomerado diversas vezes. Advogados competentes, sim. Mas quando olhei em seus olhos, vi apenas cifras. Nenhum amor. Nenhuma preocupação verdadeira com a
As Memórias FragmentadasEu tinha acabado de completar dezoito anos quando a mamãe Grace me chamou para sentar na sala. Sua expressão estava diferente — um misto de alívio e nervosismo. Ela segurava uma caixa antiga nas mãos, e só de olhar para ela eu soube que algo muito importante estava prestes a mudar.— Emily, minha filha… — sua voz estava suave, mas firme. — Hoje você já é adulta. Entrou na faculdade, tem sonhos lindos, e eu nunca deixei de acreditar que chegaria esse momento.Ela colocou a caixa sobre a mesa e respirou fundo.— Agora é hora de você saber toda a verdade.Meu coração disparou. Verdade? Que verdade?Grace abriu a caixa, e dentro dela estavam fotografias antigas, joias delicadas, documentos amarelados. Eu reconheci de imediato o rosto sorridente da minha mãe biológica. O coração me deu um salto. Eu nunca tinha esquecido aquele rosto. Eu sonhava com ele. Eu chorava por ele.As lágrimas encheram meus olhos a
A SEPARAÇÃO Mark não tomou aquela decisão de pedir meu casamento por impulso. Ele havia se preparado. Havia conseguido um emprego em outro estado, em uma empresa de advocacia que acreditava no talento dele.— Charlotte, vou começar como advogado júnior, mas o salário já é muito bom. E é só o começo. Um futuro inteiro me espera. — disse, segurando minhas mãos com convicção. — E não vou sozinho. Quero você comigo. Nós dois trabalhando lado a lado, construindo nossa vida, nossa casa, nossa família.Meus olhos brilharam naquela noite em que ele me contou. Pela primeira vez, a esperança parecia ter forma, parecia ser real. Eu o imaginei de terno, confiante, defendendo causas, crescendo, e eu ao lado dele, apoiando, sendo sua parceira.Mas nossos sonhos foram podados, esmagados pela ambição e pela frieza dos meus pais adotivos.A recusa deles ainda ecoava em meus ouvidos.— Não. — aquela palavra tinha destruído tudo.Mark saiu da
Meu Destino SeladoForam nesses anos que eu decidi que viveria o máximo que pudesse, porque eu sabia que meu tempo de liberdade tinha prazo. Não seria deles, não seria do Nicolas, não seria de ninguém. Seria meu.E, nesse tempo, eu me entreguei de corpo e alma ao único homem que me fazia sorrir: Mark.Ele era tudo o que eu precisava. O único que enxergava além da minha aparência, além da “filha adotiva perfeita” que todos viam. Com ele, eu podia chorar, e ele me oferecia o ombro sem pedir explicações. Podia rir, e ele ria comigo sem medir minhas palavras. Podia falar dos meus medos, e ele me ouvia em silêncio, como se cada palavra fosse importante.Mark não era rico. Não tinha sobrenome de peso. Mas tinha algo que ninguém no meu mundo tinha: amor verdadeiro.Lembro-me da primeira vez em que me entreguei a ele. Eu tremia, não de medo, mas de certeza. O meu coração já era dele fazia tempo; naquele momento, o meu corpo também passou a ser. E
Último capítulo