O que diachos está acontecendo? — perguntei, perplexa, ao me deparar com uma cena que parecia ter saltado das páginas de um conto de fadas distorcido. Uma senhora de semblante duro, carregando a altivez de quem se julga acima do mundo, observava com desdém. Ao seu lado, uma jovem trajando roupas berrantes e de gosto duvidoso maltratava uma criada. Esta, de olhos castanhos ligeiramente úmidos e cabelos loiros presos às pressas com um lenço puído, usava um vestido desbotado, quase em farrapos. Ainda assim, havia algo de sereno em sua figura. A dignidade irradiava de sua postura ereta e dos gestos contidos. Mesmo sob o desgaste da roupa, seu corpo estava limpo, e os pés calçavam sapatos simples, mas firmes e inteiros, destoando do restante da indumentária. — Sua lerda! Ainda por cima deixou derramar! — bradou a senhora, a voz cortante como chicote, enquanto o rosto ruborizava de raiva. — Me desculpe, senhora. Vou limpar imediatamente. — respondeu a criada, tremendo ao se curvar, desa
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