Anahi estava diante do espelho mágico, um artefato raro herdado de sua avó — uma mulher envolta em mistérios e sabedoria ancestral. A sala era pequena, mas repleta de relíquias que exalavam o cheiro amadeirado do tempo: pergaminhos antigos empilhados em estantes de carvalho, frascos de vidro contendo substâncias de cores intrigantes e candelabros de ouro desgastado, onde a cera derretida formava pequenas esculturas improvisadas. A única luz vinha do luar, que atravessava os vitrais coloridos, projetando manchas multicoloridas nas paredes de pedra fria.
Anahi deslizou os dedos sobre a moldura ornamentada do espelho, sentindo a textura fria e levemente áspera do metal envelhecido. Seu reflexo oscilou por um instante, como se a superfície líquida do espelho hesitasse antes de responder.
— Espere. — disse Vera, inclinando-se para falar algo ao ouvido da irmã.
— Espelho, espelho meu, que tudo vê e tudo sabe, quem é a mulher que conquistará o coração do meu irmão? — Sua voz soou baixa, mas