Na noite seguinte, o cassino exalava uma aura de decadente sofisticação. Luzes douradas filtravam-se através das lâmpadas de cristal, lançando reflexos dançantes sobre os móveis de veludo vermelho. A fumaça dos charutos desenhava espirais preguiçosas no ar, misturando-se ao aroma forte de conhaque envelhecido e perfumes caros. Risadas abafadas, sussurros carregados de segundas intenções e o tilintar das fichas criavam uma sinfonia clandestina de luxúria e jogo.
Carlos, de colete escuro e mangas arregaçadas, movia-se entre as mesas com elegância despreocupada, equilibrando uma bandeja com copos de uísque e coquetéis. Seu sorriso fácil e olhar astuto arrancavam risos das damas e olhares enviesados dos cavalheiros.
Três homens atravessaram as portas com discrição. Carlos os reconheceu de imediato.
— Boa noite aos senhores. Vão querer jogar? — perguntou com um ar de cumplicidade.
— Vamos sim. — respondeu Zacarias com um leve aceno.
Um deles — Henry — usava um bigode postiço e