Ela é paga para mentir. Mas dessa vez… foi ela quem acreditou. Valentina LaRue não existe. É apenas uma máscara. Um nome de guerra. Por trás da mulher que seduz os homens mais poderosos do país, vive Helena Duarte, uma ruiva enigmática que jurou nunca mais amar — e que cobra caro por fingir que ainda acredita no amor. Helena é uma acompanhante de luxo com regras claras: Nunca dormir duas vezes com o mesmo homem. Nunca se envolver. E nunca — jamais — revelar seu nome verdadeiro. Mas tudo desmorona quando ela aceita um cliente novo. Um homem frio, misterioso, que não quer sexo… mas sim uma companhia para um jogo perigoso. Ele conhece seus segredos. Ele quer algo mais profundo que o corpo. E pior: ele faz Helena sentir coisas que ela jurou ter enterrado. Entre encontros noturnos, hotéis cinco estrelas e propostas que desafiam sua lógica, ela se vê arrastada para uma teia de mentiras, conspirações e uma paixão tão proibida quanto irresistível. Agora, ela terá que escolher: Seguir ganhando dinheiro com mentiras… Ou perder tudo ao viver uma verdade que pode custar sua liberdade — ou sua vida. ⸻ Luxo Proibido é um romance intenso, sensual e emocional, onde a linha entre amor e obsessão é mais fina que um salto agulha — e onde até o prazer tem um preço. Prepare-se para mergulhar no mundo de uma mulher que aprendeu a ser fria… mas não contava que o desejo pudesse ser sua sentença final.
Leer másNão nasci ruiva. Me tornei.
Me tornei o tipo de mulher que faz você trair sua esposa em pensamento… antes mesmo de perceber. Que faz a aliança no seu dedo pesar como chumbo quando você olha pra mim. Que faz você querer pagar só pra ouvir a minha voz dizendo seu nome errado. O nome que uso não é o meu. Valentina. Para os homens que me pagam, Valentina é uma fantasia cara. Uma mentira bem contada com curvas perigosas e cabelos cor de pecado. Ruiva, mas não aquele laranja fake de salão barato. Meu tom é vinho escuro. Cor de sangue oxidado. Brilha como fogo quando a luz do quarto me acerta de lado. Minha pele? Quase leitosa. Com sardas espalhadas feito pontos de interrogação nas perguntas que ninguém ousa fazer. Disfarçadas com maquiagem, mas visíveis o suficiente pra lembrar que sou real… Mesmo parecendo um sonho com prazo de validade. Cintura de violão. Coxas de tentação. E uma boca moldada pra falar baixinho… ou fazer barulho, quando o silêncio já não basta. Mas o que realmente me torna inesquecível… é o olhar. Castanho mel com um toque de verde. Olhar que atravessa homens e os faz se sentirem nus, mesmo de terno. Acompanhante de luxo não é profissão. É camuflagem. É arte. É guerra. Não me tornei isso por falta de opção. Me tornei por escolha. Eu preferi ser paga para fingir… do que amar de graça e quebrar a cara de novo. Amor, pra mim, é um golpe que você deixa levar sabendo que vai sangrar depois. E eu sangrei demais pra me fazer de santa agora. ⸻ Tenho 28 anos. Mas já vivi como se tivesse 50. Carrego no corpo cicatrizes que ninguém vê. E na alma… um cofre trancado com segredos que matariam qualquer homem comum. Fui criada no subúrbio. Faltou tudo — menos coragem. A primeira vez que vendi uma noite, eu chorei sozinha no banheiro. Na segunda, já chorei por dentro. Na terceira, fingi tão bem que acreditei na fantasia junto com ele. Hoje, eu escolho com quem deito. E cobro caro pelo privilégio de ser usada. Mas essa história aqui… não é sobre os homens que me pagaram. É sobre o único que não me pagou. O único que não quis o meu corpo. Quis a minha verdade. E é por isso que ele quase me destruiu. Ele apareceu numa noite qualquer. Terno escuro, olhar calculado, mãos firmes demais pra serem só curiosidade. Disse que queria “conversar”. Ninguém paga doze mil reais por uma conversa. Mas ele pagou. E voltou. E cada vez que voltava, deixava uma parte de mim fora de controle. Com ele, minhas regras começaram a falhar. Meus muros começaram a rachar. Meu jogo… virou risco. Eu não sei o nome verdadeiro dele. Mas ele descobriu o meu. E agora, se eu quiser sobreviver, vou ter que decidir: Se continuo sendo Valentina… Ou se volto a ser Helena. Mas, se eu voltar a ser quem sou de verdade… Talvez eu nunca mais consiga fingir. E talvez… seja tarde demais pra amar alguém sem contrato, sem horário e sem proteção. ⸻ Essa sou eu. A mulher que cobra caro pra mentir. E que dessa vez… foi enganada pelo único homem que não quis comprar nada. — “E eu jurava que ele seria só mais um. Até aquele bilhete chegar. Sem remetente. Sem nome. Só uma frase: ‘Quarto 313. Sem salto. Sem maquiagem. Sem mentiras.’ E foi aí… que eu entendi. **O jogo… Nunca foi meu.”*Zurique.Casa Moreau.02h03.A sala se esvaziou.Mireille, Leon, Victor… cada um sumiu nos corredores silenciosos.Só o fogo na lareira ainda estalava, queimando o ar frio que vinha de fora.Dante subiu as escadas com Valentina colada na mão dele.Sem palavras.Sem promessas.Só aquele silêncio que já dizia tudo: ninguém ousa tocar o que é dele.O quarto de Dante parecia menos um quarto e mais um cofre de segredos.Vidro duplo.Cortinas pesadas.Uma cama king-size com lençóis pretos tão alinhados que pareciam uma pista de crime esperando cena.Ele soltou a mão dela, tirou o blazer, largou na poltrona.Caminhou até o frigobar, pegou uma garrafa de água, abriu — mas não bebeu.Virou, encostou na beirada da cômoda.Olhou pra ela.Valentina ficou parada, ainda vestindo o blazer dele por cima da roupa que Victor escolheu horas antes.Descalça.Cabelo solto, caindo nos ombros.Olhos fixos.Coração tão barulhento que parecia querer arrombar a caixa torácica.— Fala. — ela soltou, quebrando o
Zurique.Casa Moreau.00h47.A lareira ardia na sala.Victor de roupão, sentado com Mireille — que fingia que não estava fungando entre um gole de chá e outro.Leon, encostado na porta, braços cruzados, mas com o maxilar menos travado do que de costume.Valentina, de pé, perto da janela, mordendo a ponta do dedo, ainda segurando o rastro salgado que Dante trouxe na pele.No centro, Dante Moreau.De pé.Camisa rasgada, corpo com arranhões ainda úmidos de água salgada.Olhar aceso, mas longe.Como se ainda estivesse lá fora, entre as ondas.Ele respirou fundo.Girou o anel no dedo.Olhou pra cada um.E soltou, voz baixa, firme, do jeito que quem manda confessa — mas não se desculpa.— O helicóptero não caiu por acidente.Silêncio.Só o estalar da lenha queimando.Leon franziu a testa.Victor ergueu as sobrancelhas, já segurando um pacote de bolacha — nervoso.Dante continuou:— Alguém do meu círculo plantou um dispositivo no rotor de cauda. Um hack simples.Disfarçado de falha mecânica.
Zurique.Casa Moreau.23h59.A mansão inteira estava em modo de guerra.Mapas abertos na sala de estar. Mireille disparando ordens. Victor — de roupão, máscara facial e um copo de gin — roendo as unhas como se fosse cigarro.Leon digitava códigos.Sophie, de fone, falava com equipes de busca.O noticiário, na TV, repetia a mesma manchete em looping:“Helicóptero do magnata francês Dante Moreau desaparece no Canal da Mancha. Nenhum corpo encontrado.”Valentina estava ali.Em pé.Braços cruzados.Cabelo bagunçado.Olhos vermelhos de quem não dorme há dias — e não sonha mais há séculos.Victor largou o copo.Aproximou devagar.Segurou a mão dela.— Ruiva… ele era o Dante. Não era um figurante de novela da Record. Se alguém sabe dar perdido na morte… é ele.Ela não respondeu.Olhou pro vidro da janela.Lá fora, a noite parecia debochar.No colo, o teste de gravidez ainda fechado.Um lembrete silencioso de que, mesmo quando tudo para, o destino ainda ri na sua cara.⸻Leon desligou o telef
Zurique. Cobertura Moreau. 07h15.O céu tá cinza. A televisão ligada mostra o mesmo looping: “Helicóptero de empresário bilionário cai no mar. Buscas seguem sem sobreviventes.”Victor tá de roupão. Taça de champanhe na mão, cara amassada. Mireille passa por trás, ajeita as cortinas sem dizer uma palavra.No sofá, Valentina. Pernas cruzadas. A mão esquerda sobre a barriga, como se quisesse segurar o que resta de estabilidade dentro dela.Os olhos não piscam. Tá tudo parado — menos a mente dela.No canto, Leon. Braços cruzados. Fala baixa, cortante.— Eles querem que você acredite que ele se foi. Mas Dante Moreau não cai. Nem quando o mundo tenta.Victor engole o champanhe num gole só.— Amor, se esse homem realmente morreu, eu vou abrir um OnlyFans pra pagar nossas contas. E ainda boto teu nome artístico de Madame Viúva Ruiva. — Ele solta, tentando arrancar um sorriso dela. Nada.Valentina aperta o controle da TV até quase quebrar.— Cala a boca, Vic.Ele suspira, senta do lado dela, s
Zurique.Mansão Moreau.Madrugada, 03h02.Chuva escorrendo pelas vidraças, pingando como se marcasse o tempo que não passa.Na sala:Victor de roupão de seda, taça de vinho que já virou água parada.Mireille folheando relatórios, tablet em cima do colo, óculos na ponta do nariz.Valentina, sentada no braço do sofá, pernas cruzadas, olhar perdido na tela da TV.Na TV:“Helicóptero de bilionário francês continua desaparecido. Autoridades suíças e francesas divergem sobre buscas. Sem vestígios, sem corpos.”Victor suspira, fala mais pra si mesmo:— Se esse homem aparecer, eu caso na igreja. E de véu.Valentina não ri.Não rebate.A mão aperta o braço do sofá — mas o rosto segue imóvel, bonito, impenetrável.Mireille ergue os olhos do tablet, solta seco:— Nenhum sinal. E não há resgate que funcione se não houver pista.⸻Lá fora…Faróis cruzam a entrada.Motor de carro cortado no meio da madrugada.Victor ergue uma sobrancelha:— Isso não é delivery, né?Mireille levanta da poltrona, aje
Zurique.Mansão Moreau.Sala de estar.Chuva batendo na vidraça como se quisesse entrar.Victor de um lado, Mireille de outro, Valentina sentada com a cabeça apoiada na mão.TV ligada — som mudo, legenda gritando a mesma manchete que não morre: “Bilionário francês desaparecido — buscas entram na segunda semana.”Do lado de fora, um carro preto para devagar.Nenhuma sirene. Nenhuma buzina.Motor desliga — o ronco abafado some na noite cinza.⸻Valentina respira fundo, olhos baixos.Victor passa a mão nos ombros dela, mas não fala.Mireille olha pro tablet, mastigando números, possibilidades, pistas que não existem.De repente…Três batidas secas na porta principal.A governanta ergue o olhar. Victor trava no meio do sofá. Valentina se endireita, respiração prendendo na garganta.— Espera… — diz Victor, levantando o indicador. — Ninguém toca essa campainha sem avisar, muito menos nessa hora.Silêncio.Mireille olha pra Valentina, tensa:— Tá esperando alguém?Valentina balança a cabeça,
Último capítulo