Zurique.
Casa Moreau.
23h59.
A mansĂŁo inteira estava em modo de guerra.
Mapas abertos na sala de estar. Mireille disparando ordens. Victor â de roupĂŁo, mĂĄscara facial e um copo de gin â roendo as unhas como se fosse cigarro.
Leon digitava cĂłdigos.
Sophie, de fone, falava com equipes de busca.
O noticiĂĄrio, na TV, repetia a mesma manchete em looping:
âHelicĂłptero do magnata francĂȘs Dante Moreau desaparece no Canal da Mancha. Nenhum corpo encontrado.â
Valentina estava ali.
Em pé.
Braços cruzados.
Cabelo bagunçado.
Olhos vermelhos de quem nĂŁo dorme hĂĄ dias â e nĂŁo sonha mais hĂĄ sĂ©culos.
Victor largou o copo.
Aproximou devagar.
Segurou a mĂŁo dela.
â Ruiva⊠ele era o Dante. NĂŁo era um figurante de novela da Record. Se alguĂ©m sabe dar perdido na morte⊠é ele.
Ela nĂŁo respondeu.
Olhou pro vidro da janela.
LĂĄ fora, a noite parecia debochar.
No colo, o teste de gravidez ainda fechado.
Um lembrete silencioso de que, mesmo quando tudo para, o destino ainda ri na sua cara.
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Leon desligou o telef