Eu jĂĄ estive nua na frente de dezenas.
Centenas.
Talvez milhares.
Mas nada⊠nada me deixou mais exposta do que estar ajoelhada na frente dele, vestida.
Porque Dante Moreau nĂŁo precisava tirar minha roupa.
Ele arrancava minhas camadas com o olhar.
Descascava minha mentira com frases curtas.
E me deixava fraca com silĂȘncio.
âž»
â VocĂȘ jĂĄ gozou fingindo? â ele perguntou.
Sem rodeio.
Sem pudor.
Sem decĂȘncia.
â Claro que sim â respondi.
â Quantas vezes? kkkkkkkk
â Mais do que posso contar. e riu
Ele se inclinou.
â EntĂŁo vocĂȘ aprendeu a simular prazer.
Agora quero que aprenda a desejar de verdade.
â
Eu ri.
Um riso curto. Nervoso.
Um escudo fraco.
â VocĂȘ acha que vai conseguir?
â Acho que vocĂȘ jĂĄ estĂĄ implorando sem perceber.
âž»
Minha coxa tremeu.
NĂŁo porque ele encostou.
Mas porque ele olhava onde ninguém ousa olhar sem pagar caro:
o ponto entre meu orgulhoâŠ
e minha fome.
â
Ele se levantou.
Caminhou atrĂĄs de mim.
Lento.
Senti a presença.
O ar mudou.
Como se a temperatura subisse dois graus só com a aproximação.
Me inclinei um pouco, instintivamente.
Ele parou.
AtrĂĄs.
Perto.
Sem tocar.
O calor do corpo dele era uma parede invisĂvel.
E meu corpo começou a responder sozinho.
â
â Levante devagar. â ele ordenou.
Obedeci.
Fiquei de pé.
De costas pra ele.
A camisola colada na pele.
Ele se aproximou mais.
â VocĂȘ sente isso? â sussurrou, a respiração roçando minha nuca.
â O quĂȘ?
â Essa eletricidade entre nĂłs.
Isso Ă© o que acontece quando o desejo nĂŁo precisa de pressa.
Quando o corpo começa a implorar⊠sem um toque sequer.
â
Minhas pernas estavam moles.
Meu sexo⊠pulsando.
A pele formigando.
E ele ainda nem tinha colocado a mĂŁo na minha cintura.
â
Ele passou ao meu lado.
Foi até a frente.
Me encarou.
E disse:
â Sente-se na cama. Mas nĂŁo abra as pernas.
Me sentei.
Postura de dama.
Quadris fechados.
Joelhos juntos.
Mas a seda da camisola escorregou.
Deixando um pedaço da coxa exposto.
Propositalmente ou nĂŁo, nĂŁo importava.
Ele viu. E sorriu.
â
â Agora olhe nos meus olhosâŠ
e diga o que estĂĄ sentindo.
Minha boca secou.
â Nada. â menti.
Ele se aproximou.
Ajoelhou na minha frente.
Ficou entre minhas pernas â sem afastĂĄ-las.
A distĂąncia era milĂmetros.
O ar, um fio.
â
â EntĂŁo por que estĂĄ tremendo?
â
A resposta nĂŁo veio.
Porque ele jĂĄ sabia.
Ele me controlava com a presença.
Me excitava com o olhar.
Me despia com a voz.
â
E então, ele disse a sentença final:
â Eu vou te ensinar a gozar com o cĂ©rebroâŠ
antes de tocar entre suas pernas.
â
Quando ele se levantou, me deixou ali.
Molhada.
Aberta por dentro.
Fechada por fora.
Valentina teria feito um escĂąndalo.
Mas HelenaâŠ
ela queria ficar.
Ela queria aprender.
A mulher que cobra pra mentirâŠ
vai gozar sem ser tocada.
NĂŁo por magia.
Mas por um homem que sabe exatamente onde apertar â por dentro.