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📍Capítulo 5 – O Convite Que Ela Já Estava Esperando

O quarto tinha cheiro de mårmore limpo, lençóis caros e culpa disfarçada.

Luxo silencioso.

Vidros blindados.

Cortinas grossas.

Uma cama king-size que nĂŁo chegou a desarrumar.

Porque eu nĂŁo durmo com cliente.

Nunca.

NĂŁo Ă© orgulho.

É controle.

Ele goza. Eu me visto. Ele paga. Eu saio.

Simples assim.

Mas naquela manhã — sozinha, como sempre — havia algo diferente.

Eu ainda estava ali.

âž»

Fiquei sentada por quase vinte minutos na poltrona lateral, de frente pra janela.

Cidade branca lĂĄ fora, pintada de neve e segredos.

Moscou não dormia. E eu também não.

O quarto era enorme.

O silĂȘncio do quarto era absoluto.

Nem relĂłgio. Nem televisĂŁo. Nem suspiros.

Só o som da cidade abafado pelas vidraças grossas, e o leve estalar do aquecimento escondido atrås das paredes de mårmore escuro.

Sozinha.

Como sempre.

Como eu escolhi estar.

âž»

A cama estava feita.

Quase intocada.

O suíço dorme roncando em outro andar agora — se Ă© que dorme.

Mas comigo?

Nunca.

Eu nĂŁo durmo com clientes.

Nem por dinheiro, nem por prazer.

Muito menos por carĂȘncia.

A Ășltima vez que confundi pele com sentimento, acordei sem dinheiro
 e com uma faca no estĂŽmago.

Figurativamente.

Dessa vez.

Aprendi que afeto é um serviço que não se cobra.

E tudo que não se cobra
 custa demais.

âž»

O quarto era grande.

Luz baixa.

Tapete cinza-chumbo.

Poltrona de couro marrom do lado da janela.

Mesas laterais de metal escovado.

Uma garrafa de ĂĄgua Perrier aberta do lado da cama.

Taça intacta.

Minha calcinha — dobrada com cuidado sobre a cadeira.

NĂŁo foi deixada.

Foi esquecida de propĂłsito.

Um lembrete de que fui eu quem saiu primeiro.

âž»

O robe de seda escorregava pela pele morna.

A toalha de cabelo jĂĄ nĂŁo segurava os fios.

O cigarro queimava lento no cinzeiro.

E meus olhos


Seguiam vidrados no vidro.

Cidade branca.

Noite fechada.

Moscou parece gelada por fora, mas o dinheiro aqui ferve nos cantos errados.

E foi exatamente em um desses cantos


que ele apareceu.

âž»

O homem que nĂŁo me tocou.

NĂŁo falou.

NĂŁo sorriu.

SĂł me viu.

E ver — da forma como ele viu — já foi o suficiente pra acender algo em mim que nenhuma mão tinha conseguido.

âž»

A batida na porta foi seca.

Duas vezes.

Firmes.

Sem hesitação.

Levantei.

Prendi o robe no laço.

Fui até a porta.

Uma funcionĂĄria do hotel. Jovem. Rosto neutro.

— Entrega para a senhorita LaRue.

Ela estendeu um envelope preto.

Luxuoso. Sem nome.

Sem remetente.

Apenas lacrado.

— Devo esperar resposta? — ela perguntou, sem olhar nos meus olhos.

— Não. — respondi.

Fechei a porta.

E travei.

âž»

A palma da minha mĂŁo sentiu o calor do papel.

Textura macia.

Peso ideal.

Frio no estĂŽmago.

SĂł um homem com poder real envia algo assim.

Abri.

Papel creme, espesso.

Letra firme.

Caligrafia elegante com toque militar.

Quarto 313. Hoje. 22h.

Sem maquiagem.

Sem salto.

Sem mentiras.

— D.

âž»

O coração não acelerou.

Mas o silĂȘncio dentro de mim explodiu.

D.

Eu nĂŁo precisava de mais.

Sabia que era ele.

O homem da festa.

O olhar que despiu minha alma sem pedir licença.

âž»

Sem maquiagem.

Sem salto.

Sem mentiras.

NĂŁo era um convite pra sexo.

Era uma convocação.

Ele queria algo.

E nĂŁo ia pagar por fantasia.

Queria verdade.

A Ășnica coisa que eu escondo atĂ© de mim mesma.

âž»

Me sentei na poltrona.

Deixei o envelope cair no colo.

A cidade do lado de fora seguia viva.

Mas dentro do quarto


tudo parou.

Ele me viu.

E me chamou.

E eu sabia que iria.

NĂŁo por submissĂŁo.

NĂŁo por curiosidade.

Mas porque todo predador sabe quando foi caçado.

E toda mulher sente


quando Ă© hora de parar de fingir.

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