Início / Romance / LUXO PROIBIDO / 📍Capítulo 7 – O Primeiro Toque
📍Capítulo 7 – O Primeiro Toque

Peguei.

Abri.

Notas de 500 euros.

Dezenas.

Centenas.

Indecente.

Sujo.

Delicioso.

— Você sempre paga antes? — arqueei uma sobrancelha, mas era mais autoproteção do que deboche.

Ele sorriu.

Sorriso torto.

De quem já sabe que venceu.

De quem não j**a pra ganhar.

J**a pra destruir e depois escolher se quer reconstruir… ou não.

— **Não.

Eu pago pra não deixar dúvidas.

Se você ficar… você sabe o valor.

Se quiser sair… leva o dinheiro.

Mas leva junto a vergonha de não ter aguentado o jogo.

Fechei o envelope.

Joguei na mesa.

Claro como fogo:

Não tô aqui pelo dinheiro.

E agora… ele sabe disso.

Dante se move.

Três passos.

Cada um mais letal que o anterior.

Parou tão perto…

que o calor do corpo dele fez meu ventre se contrair.

Mas ele não me tocou.

Nem precisava.

Dante toca com presença.

Com olhar.

Com energia.

— Você tá com medo? — perguntou.

Baixo.

Sabe aquele tipo de voz que não soa no ouvido?

Ela b**e no osso.

No pulmão.

No meio da alma.

— Não. — menti.

Ele inclinou o queixo.

Levantou dois dedos.

Ergueu meu queixo com a delicadeza que se pega um cálice de cristal.

Não pra admirar.

Pra decidir se bebe…

ou se quebra.

— Você é linda, Valentina. — ele disse.

— Eu sei. — respondi, firme.

Ele sorriu, lento, perigoso.

— **Mas beleza sem verdade… é só enfeite caro.

E eu não pago por enfeite.

Pago por controle.

Ele soltou meu queixo.

Deu um passo pra trás.

Cruzou os braços.

Sentou na poltrona.

Perna cruzada.

Postura impecável.

Postura de quem não discute.

Postura de quem ordena.

E soltou:

— Agora… ajoelhe-se.

O sangue?

Primeiro gelou.

Depois ferveu.

Depois… virou gasolina.

— Você me paga pra te obedecer? — rebati.

Ele não piscou.

Só inclinou levemente a cabeça.

Sorriso que parecia um crime disfarçado de charme.

— **Não.

Eu pago… pra você se lembrar que aqui…

quem manda sou eu.

Ajoelhei.

**Mas não como quem se rende.

Como quem entende…

que às vezes quem se abaixa…

é quem tá prestes a virar o jogo.

Me sentei sobre os calcanhares.

Cabeça erguida.

Sem vacilar.

Sem desviar.

A camisola de seda grudou no corpo.

A fenda aberta, deixando a coxa quase inteira à mostra.

**E ele olhou.

Não com tesão vulgar.

Com cálculo.

Com aquela fome que não quer só carne.

Quer alma.

Quer rendição.

Quer pedaços que nem eu sabia que tinha.

— Você se vende como um segredo caro. — ele disse.

— Mas, por trás dessa pose…

tem uma mulher apavorada com a ideia de ser tocada… sem ser paga.

— E você acha que é diferente? — rebati.

Ele riu.

Seco.

Sujo.

Perigoso.

— **Não.

**Eu sou pior.

Porque eu não quero comprar seu corpo.

**Quero comprar sua verdade.

E vou arrancar ela de você…

nem que isso custe tudo.

Ele estendeu a mão.

Mas não pra tocar minha pele.

Segurou meu pulso.

Firme.

Certeiro.

Sem força.

Sem violência.

Apenas pra deixar claro…

E disse.

Quase num sussurro que parecia uma sentença:

— **O que me excita em você…

não é teu corpo.

É ver você tentando fingir…

que ele ainda é seu.

E se alguém olhasse de fora… podia até achar que era só um toque.

Mas não era.

Era um aviso.

Era um lacre.

Era uma coleira invisível sendo fechada.

— Levanta. — A voz dele soou como uma ordem que meu corpo atendeu antes da mente processar.

Eu me ergui.

Não porque quis.

Não porque aceitei.

Mas porque negar… parecia idiota.

E parecia inútil.

Dante se levantou também.

E era surreal como, mesmo sem estar encostando, o corpo dele parecia ocupar mais espaço do que qualquer parede ali dentro.

Ele circulou.

Deu a volta em mim… como quem avalia uma joia roubada.

Ou uma arma carregada.

O cheiro dele — quase inexistente, quase proibido — grudou na minha garganta.

Notas de madeira escura, couro e… perigo.

Ele parou nas minhas costas.

Tão perto…

que se eu respirasse mais fundo, o ar dele entrava no meu corpo antes do oxigênio.

A mão dele não tocou minha pele.

Mas puxou devagar a alça da camisola.

Deslizou só até fazer o tecido cair de um lado, expondo metade do meu ombro, da clavícula… e da minha sanidade.

— Sabe o que mais me irrita em você? — a voz dele desceu grave, direto no meu ouvido.

Não respondi.

Nem consegui.

— Você anda pelo mundo como se ninguém fosse capaz de te parar.

Como se ninguém tivesse o direito de te segurar.

De te fazer ceder.

De te dobrar.

A mão dele subiu.

Ponta dos dedos quase, quase tocando…

Mas não tocou.

Ele riu, baixo, sujo.

— **E o problema, ruiva… é que você tá certa.

Ninguém pode.

Ninguém…

Menos eu.

Virei o rosto.

Queria enfrentar.

Queria soltar alguma daquelas respostas afiadas que eu dominava melhor que qualquer idioma.

Mas não saiu.

Porque, quando olhei pra ele…

eu vi.

O perigo real.

A fome real.

O tipo de desejo que não se mede em gemidos.

Se mede em rendição.

Ele segurou meu queixo.

Não com violência.

Mas com domínio.

A ponta do polegar deslizou no meu lábio inferior, pressionando devagar.

Como quem testa se o objeto é tão macio quanto parece.

— Você acha que tá no controle, Valentina… porque aprendeu a fingir melhor que qualquer um.

Mas comigo… não existe mentira que se sustente.

Ele soltou meu rosto.

Deu dois passos pra trás.

E, com aquele tom que não permite discussão:

— Deita.

De costas.

Agora.

O corpo respondeu antes da lógica gritar que não.

Subi na cama.

O tecido gelado dos lençóis encontrou minha pele quente como se fosse parte do castigo.

Deitei.

De costas.

Pernas semiabertas.

Braços ao lado do corpo.

Coração fora de ritmo.

Alma fora de controle.

Desejo… fora de qualquer contrato que eu já assinei na vida.

Ele veio.

Devagar.

Predador que saboreia antes de morder.

Se ajoelhou na ponta da cama.

Me olhou como quem lê um mapa do tesouro.

E disse, arrastando cada sílaba como quem esculpe desejo na pele:

— **Você não entendeu ainda, né?

Eu não te trouxe aqui pra foder seu corpo.

Eu te trouxe… pra foder sua cabeça.

Pra arrancar de você a única coisa que você nunca deu pra homem nenhum.

Sua rendição.

Sua verdade.

Seu controle.

E, inclinando sobre mim, boca a milímetros da minha:

— **E, meu amor…

Você vai gozar tanto… que vai implorar pra nunca mais fingir.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App