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 Não Tem Como Sair.
📍Capítulo 3 – O Jogo Começou. E Dessa Vez
 Não Tem Como Sair.

Moscou.

Do lado de fora, -12 graus.

Do lado de dentro
 200 graus de luxĂșria, perigo e dinheiro sujo.

Era o segundo dia da conferĂȘncia.

Mas ali
 já não tinha mais negócios.

SĂł os bastidores deles.

Só os homens que mandam no mundo


Desmontando a própria moral atrås de taças de cristal e gemidos abafados.

âž»

**Eu cheguei antes dele.

Mas quando ele chegou


O salĂŁo mudou de temperatura.

A gravidade mudou de direção.

**Porque um homem como Dante Moreau nĂŁo entra.

Ele invade.

Sem pressa.

Sem anunciar.

SĂł existe.

E quem tá no ambiente
 entende que agora o jogo tem um novo dono.

âž»

Dessa vez
 eu não tava com o suíço.

Tava livre.

Solta.

À caça
 ou sendo caçada.

DifĂ­cil saber.

As outras?

Tavam ali jogando o jogo de sempre.

Sorriso na boca.

Olhar de fĂȘmea prestes a aceitar migalha.

Querendo ser escolhidas.

Eu?

Eu nĂŁo nasci pra ser escolhida.

Eu nasci pra ser IMPOSSÍVEL.

âž»

Vestido preto colado.

Fenda que começava na coxa e terminava na promessa de que nenhum homem sairia dali são.

Cabelos soltos agora.

Ondulados, vinho escuro, refletindo as luzes douradas do lustre.

Batom do mesmo tom do pecado.

Perfume que nĂŁo Ă© cheiro.

É sentença.

âž»

De longe


**Ele me olha.

**O olhar nĂŁo Ă© desejo.

NĂŁo Ă© sexo.

É CONTROLE.

É ANÁLISE.

É DOMÍNIO.

É aquele olhar que diz:

“Quero saber o que te faz acordar no meio da noite.

Quero saber o que vocĂȘ esconde.

E depois


Quero possuir cada maldita parte disso.”

âž»

Eu viro.

Devagar.

Cruzo as pernas.

Pego a taça de champanhe.

E sorrio.

NĂŁo pra ele.

Pra mim.

Porque eu sei exatamente o que esse jogo significa.

E, amor
 eu sou mestre nesse jogo.

âž»

Passo perto dele.

NĂŁo encosto.

Deixo o cheiro.

Deixo o rastro.

Deixo o veneno.

Ele nĂŁo se move.

**Mas os olhos


Os olhos gritam:

“Eu te vi.

Eu te escolhi.

E agora
 vocĂȘ corre.

Se conseguir.”

âž»

**Na mesa, um CEO tailandĂȘs me acena.

Sorrio.

Sento no colo dele.

Cruzo as pernas.

Falo no ouvido dele


Mas nĂŁo Ă© pra ele.

É pra Dante ouvir:

— *“Se tem uma coisa que eu sei


É como fazer um homem achar que tem controle


*Quando, na verdade, quem domina


Sou eu.”

**Dante nĂŁo desvia o olhar.

**NĂŁo pisca.

Não esboça NADA.

SĂł aperta o punho.

SĂł tensiona o maxilar.

E ali
 eu percebi:

Eu tava brincando com fogo.

E o fogo
 tava prestes a me engolir.

âž»

Levanto.

Desfilo até o bar.

Me apoio no balcĂŁo.

Peço um gim.

Ele vem.

Devagar.

Silencioso.

Perigoso.

Para do meu lado.

**Nem olha diretamente.

SĂł fala.

Baixo.

Grave.

Sujo.

Do jeito que só um predador fala pra presa


Quando jĂĄ sabe que a presa nĂŁo vai escapar.

— “Quarto 313.

Sem salto.

Sem maquiagem.

Sem mentiras.”

Ele me entrega um cartĂŁo.

Vira.

Vai embora.

*Sem olhar pra trĂĄs.

Porque quem sabe que já venceu


NĂŁo precisa conferir.

E naquele momento


Eu percebi:

*O jogo não só começou.

Ele começou de um jeito


Que eu nĂŁo sei se vou sair viva.

______

Moscou, 02h11.

Quarto 313.

Ele digitou.

Um cĂłdigo.

Uma mensagem.

“Sem salto. Sem maquiagem. Sem mentiras.”

Desligou.

Jogou o celular no sofĂĄ.

Abaixou o olhar pra prĂłpria mĂŁo.

Percebeu que tava tremendo.

Mas nĂŁo de medo.

De antecipação.

De controle prestes a ser exercido.

E entĂŁo pensou, sem falar, sem sorrir, sem sequer respirar:

**“Ela acha que veio jogar.

Ela acha que domina.

Mas ela ainda não entendeu


Que a partir de hoje


Ou ela corre.

Ou ela aprende a ser minha.”

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