Quando Dante tirou a camisa, nĂŁo houve pressa.
Ele sabia o impacto que causava â e sabia usar cada segundo a seu favor.
O peito definido, bronzeado, com um risco de pelos que descia em direção ao ventre como um mapa pro pecado.
Sem exibição.
Sem vulgaridade.
SĂł poder. Cru.
Ele se despiu com a precisĂŁo de um cirurgiĂŁo.
Primeiro a calça.
Depois a cueca.
Pernas fortes.
Quadris estreitos.
E entre eles, o tipo de arma que qualquer mulher sente antes de ver.
E eu vi.
E senti.
E quis.
â
Me virei de lado, ainda arfando do orgasmo anterior.
A camisola colada entre as pernas, Ășmida.
Pele suada.
Cabelos grudando na nuca.
Ele veio até mim.
NĂŁo com fome.
Mas com controle.
Se deitou ao meu lado.
De frente.
Olhos nos meus.
A mĂŁo grande e quente encostou na minha cintura.
Primeiro toque fĂsico.
Mas parecia que ele jĂĄ me conhecia hĂĄ anos.
â
Ele nĂŁo tirou minha roupa.
Deslizou a alça da camisola por mim, sem pedir.
A seda escorregou devagar, revelando o seio esquerdo.
Ele olhou.
SĂł olhou.
Por longos segundos.
â VocĂȘ sabe que isso aqui⊠é meu agora, nĂ©?
â Hoje⊠talvez. â rebati, tentando ainda manter um fio de controle.
Ele sorriu.
E entĂŁo colocou a boca no meu peito.
â
LĂngua quente.
Lenta.
PrecisĂŁo cirĂșrgica.
NĂŁo chupava pra provocar.
Chupava pra marcar.
Como quem assina algo que acabou de comprar.
E ali, senti a segunda onda começar a subir.
A mĂŁo desceu.
Segurou minha coxa com força.
Puxou devagar até me abrir.
â
â Sem calcinha. â ele murmurou.
â Boa garota.
â
O toque dos dedos foi terno.
Molhado.
Curioso.
Ele explorava como quem mapeia territĂłrio.
Mas nĂŁo entrou.
Ficou por fora.
Torturando.
Provocando.
Quase implorando⊠pelo meu grito.
â
Eu gemi.
Baixo.
A voz falhou.
Ele subiu novamente.
Olhou nos meus olhos.
â VocĂȘ quer?
â Quero.
â Diga direito.
â Quero vocĂȘ.
Dentro de mim.
Agora.
â
Ele me virou.
Devagar.
De bruços.
Beijou minhas costas.
Mordeu o ombro.
Desceu a camisola até os joelhos, sem tirar totalmente.
Como se dissesse: âVocĂȘ continua minha, mas ainda Ă© sua.â
Se posicionou atrĂĄs.
Encostou.
NĂŁo entrou.
â Isso Ă© seu corpo dizendo sim.
Mas eu quero a alma junto.
â
â VocĂȘ jĂĄ tem ela. â eu sussurrei.
E entĂŁo ele me penetrou.
â
Sem brutalidade.
Mas com firmeza.
Deslizou por inteiro.
Me encheu.
Me dominou.
E euâŠ
gozei no segundo toque.
Sem nem entender como.
â
Ele começou a se mover.
Cada estocada era uma frase nĂŁo dita.
Cada gemido meu era uma resposta involuntĂĄria.
Cada batida de quadril⊠era posse.
Eu tentava me manter firme.
Mas a cada nova investida, meu corpo cedia mais.
Desmontei.
Gemi.
Clamei.
Ele puxou meus cabelos.
Virou meu rosto.
Beijou minha boca como se tivesse direito.
E naquele momentoâŠ
Tinha.
â
NĂŁo lembro quanto tempo durou.
Mas lembro da sensação.
Fui fodida.
Com alma.
Com pulso.
Com método.
E quando acabouâŠ
Ele nĂŁo disse nada.
Só me abraçou por trås.
E sussurrou no meu ouvido:
â Esse foi o começo.
A prĂłxima vez⊠vocĂȘ vai me implorar pra nĂŁo parar.
E eu soube que ele estava certo.