Elisa Santos sempre viveu à sombra de sua própria luz. Médica talentosa, dona de uma beleza rara e alma sensível, ela renunciou aos próprios sonhos para cumprir a vontade do avô: casar-se com Eduardo Castro, um dos bilionários mais influentes e arrogantes do Rio de Janeiro. O casamento arranjado sela não apenas um contrato de poder entre duas famílias, mas também o início de uma convivência marcada pelo silêncio, pela frieza e pela mágoa. Eduardo, preso ao orgulho e às feridas do passado, recusa-se a enxergar a mulher extraordinária que tem ao lado. Elisa, mergulhada no luto e na solidão, aprende a suportar a indiferença enquanto luta para não perder a si mesma. Mas o destino não se contenta com histórias previsíveis. Separações, escolhas dolorosas e reencontros inesperados transformarão completamente os dois. O homem frio descobrirá que o coração pode ser mais teimoso que o poder. A mulher que sempre se apagou para agradar aos outros renascerá em força, brilho e paixão. Quando finalmente se reencontrarem, não serão mais os mesmos. Entre eles, restará apenas uma pergunta: é possível recomeçar quando o amor nasceu em meio ao ódio?
Leer másA manhã do grande dia nasceu dourada, como se até o sol tivesse decidido vestir-se de festa. As ondas batiam suavemente na praia em frente ao novo prédio da Fundação Santos & Castro, erguida com tanto esforço e amor. Era ali que aconteceria a celebração dupla: a inauguração oficial da fundação e a festa de um ano de Helena e Lucas, os gêmeos que haviam transformado para sempre a vida de Elisa e Eduardo.O salão estava deslumbrante. Flores brancas e azuis decoravam cada canto, simbolizando pureza e renovação. Balões delicados subiam em arcos ao redor do palco, onde uma orquestra já afinava seus instrumentos. Mesas de doces exibiam torres de suspiros e pavlovas ... um detalhe carinhoso de Elisa, que sempre associava a leveza do merengue aos momentos mais doces da vida.Elisa estava radiante em um vestido de seda azul claro, simples, mas que realçava sua beleza natural. Eduardo não tirava os olhos dela. Desde que haviam renascido como casal, parecia que cada instante ao lado dela era um
A noite estava silenciosa no resort. O mar sussurrava lá fora, e o céu, coberto de estrelas, parecia guardar um segredo antigo. Os gêmeos dormiam tranquilos no bercinho, embalados pelo cansaço de um dia cheio de descobertas. Elisa observou por um instante os filhos, beijou cada um na testa e depois fechou a porta devagar, deixando a babá eletrônica ligada. Ao virar-se, encontrou Eduardo encostado na varanda, com uma taça de vinho na mão e os olhos fixos nela. Havia uma intensidade em seu olhar que a fez prender a respiração. Não era o Eduardo CEO, frio e arrogante; tampouco o homem quebrado pelos erros. Era apenas ele ... despido das máscaras, vulnerável, inteiro. Eles estão em paz ... Elisa disse, a voz baixa. Finalmente. Eduardo pousou a taça na mesa e se aproximou devagar, como se cada passo fosse uma confissão. E nós? Quando teremos paz? Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa. Você acha que não temos? Ele parou diante dela, tão perto que podia sentir o perfume suave de seu
A madrugada ainda cobria o resort com sua penumbra suave quando Elisa abriu os olhos. O coração, pela primeira vez em meses, não batia em sobressaltos. O silêncio que reinava não era de medo, mas de paz. Lucas e Helena dormiam no bercinho ao lado, as respirações leves marcando o compasso da vida que ela escolhera proteger acima de tudo. Ela se levantou devagar, caminhou até a varanda e se deixou abraçar pelo vento salgado vindo do mar. O sol ainda não tinha nascido por inteiro, mas a linha do horizonte já se tingia de dourado e rosa. Por um instante, Elisa fechou os olhos e respirou fundo. Você venceu, Elisa ... murmurou para si mesma. Não por eles. Mas por você. Atrás dela, passos pesados se aproximaram. Eduardo, ainda com os cabelos desalinhados e o rosto marcado pelo sono, encostou na porta, observando-a em silêncio. Havia uma ternura rara em seus olhos, um misto de admiração e arrependimento. Não consigo acreditar que você ainda está aqui ... disse, a voz baixa, rouca. Depo
Depois da noite aterradora da invasão na mansão, Eduardo decidiu que não poderiam mais viver com aquele peso sufocando cada respiração. Elisa concordou. Precisavam de um tempo longe, ainda que fosse por poucos dias. Algo para resgatar a paz, mesmo que momentânea.O resort escolhido ficava cercado por mata nativa e praias desertas, protegido por segurança reforçada. Um lugar paradisíaco, idealizado para que pudessem respirar depois da tempestade. Frederico e Cecília insistiram em ir juntos. O patriarca queria proteger sua família, e Cecília, como sempre, desejava estar perto das crianças, pois se considerava tia e agora era madrinha deles.Na primeira manhã, o sol iluminava o mar como se fosse ouro líquido. Elisa caminhava descalça pela areia, segurando Lucas nos braços, enquanto Eduardo vinha logo atrás com Helena, e Frederico empurrava o carrinho com os brinquedos. Cecília, atenta, observava os quatro, orgulhosa daquela união. Parece um sonho depois de tanto pesadelo ... Elisa diss
A madrugada estava mergulhada em silêncio, mas na mansão Castro nada parecia tranquilo. Eduardo ainda estava acordado, andando de um lado a outro no escritório. Havia algo no ar, uma sensação de perigo que não o deixava descansar.No quarto ao lado, Elisa despertou de repente, sem entender por quê. O coração batia acelerado. Ela se levantou, foi até o berço dos gêmeos e acariciou as mãozinhas deles. Uma pontada de medo tomou conta de seu peito, como se uma ameaça invisível rondasse a casa.Foi nesse instante que ouviu o estalo de uma porta. Elisa se congelou. Segurou firme o pequeno frasco de spray que Eduardo havia deixado para emergências.A sombra surgiu no corredor. Shopia. Até que enfim, Elisa… a voz soou carregada de ódio, quase um sussurro cortante. Finalmente sozinhas.Elisa respirou fundo. O que você está fazendo aqui? O que acha? ... Shopia avançou um passo, o olhar faiscando. Vim terminar o que comecei. Acabar com a farsa que você construiu. Você está enganada ...
O vento da madrugada soprava forte sobre a cidade, mas não era o frio que arrepiava a pele de Elisa naquela noite. Era a sensação de que algo estava prestes a acontecer, algo maior do que qualquer ameaça que já haviam enfrentado. Enquanto ajeitava os gêmeos em seus berços, beijando-lhes a testa, Elisa sentiu no íntimo que aquela calmaria era apenas o respiro antes da tempestade.Na sala da mansão, Eduardo analisava relatórios enviados pelo detetive. Shopia havia escapado da prisão com ajuda de contatos do submundo, mas agora parte daquela rede de proteção estava ruindo. Um dos seus próprios cúmplices havia traído, passando informações à polícia ... e pior, talvez até colaborando com os Castros.Eduardo fechou a pasta com força, a mandíbula rígida. A traição a enfureceria, ele sabia disso. E se já era perigosa em liberdade, acuada ela se tornaria imprevisível. Ela não vai parar, Elisa... murmurou quando a esposa entrou na sala, delicada mas com olhar firme. Cada passo que damos, el
Último capítulo