Elisa Santos sempre foi uma mulher excepcional — linda, talentosa, médica brilhante, violonista e dançarina de alma livre. Mas, por lealdade ao avô, aceita um casamento arranjado com o bilionário Eduardo Castro, um homem frio e arrogante, que a vê apenas como parte de um contrato. Elisa esconde sua beleza e essência por trás da simplicidade e timidez, tentando, em silêncio, conquistar o coração de um marido que mal a enxerga. Ignorada, menosprezada e machucada por palavras e atitudes, Elisa encontra força para se reerguer. Ela redescobre suas paixões e talentos, torna-se uma artista aclamada no exterior e some do mapa após pedir o divórcio. Eduardo, preso à arrogância e aos fantasmas do passado, só percebe o valor de Elisa quando já é tarde — e inicia uma busca desesperada por aquela que ele nunca soube amar. Três anos se passaram. Eduardo reencontra Elisa nos palcos do mundo, agora sob o nome artístico Clara Amaral. O reencontro acendeu tudo o que nunca foi dito, tudo o que foi negado. Mas reconquistar Elisa não será fácil, ele terá que enfrentar sua própria culpa, lidar com armadilhas do passado e provar que é digno do amor que ela guardava. Entre mágoas, perdão e recomeços, Elisa e Eduardo descobrirão que o amor verdadeiro exige coragem, entrega e tempo. E quando a redenção finalmente acontece, eles viverão uma paixão arrebatadora — agora por escolha, não por obrigação. Um romance urbano intenso, com emoções à flor da pele, reencontros marcantes e o poder transformador do amor quando ele finalmente é vivido por inteiro.
Ler maisO salão do Copacabana Palace estava iluminado como se fosse uma cena de filme romântica. Lustres de cristal cintilavam no teto, refletindo nos espelhos dourados, uma orquestra maravilhosa, flores brancas e orquídeas azuis preenchiam cada canto, exalando um perfume doce demais para o gosto de Elisa.A alta sociedade presente com roupas maravilhosas e as jóias com seus brilhos de diamantes reluzindo pelo salão. Tudo era perfeito. Tudo era impecável. Tudo era… irreal.
Ela estava ali, vestida em um Vera Wang sob medida, renda francesa e seda pura, linda, o vestido resaltava suas curvas nos lugares certos maquiagem perfeita seus cabelos ondulados castanhos tudo impecável, mas sentia-se como uma atriz em uma peça da qual não escolhera participar. Elisa Santos respirou fundo. Seus dedos tremiam ao segurar o buquê de peônias brancas. O coração batia rápido, não de emoção — mas de ansiedade. O véu delicado cobria parte de seu rosto, mas não escondia seus olhos verdes esmeraldas, doces e assombrados. Do outro lado do altar, Eduardo Castro estava imóvel. Um terno Armani sob medida moldava perfeitamente seu corpo atlético, a postura rígida e o olhar azul náutico frio e inexpressivo. Era o homem mais bonito que Elisa já vira — mas também o mais distante. Sua beleza era como mármore: impressionante, lindo, rígido porém gelada ao toque. O juiz iniciou a cerimônia, mas as palavras pareciam ecoar distantes, abafadas pelo turbilhão dentro de Elisa. “Eduardo Castro, aceita Elisa Santos como sua legítima esposa?” Ele assentiu com um leve movimento de cabeça. A voz firme e sem hesitação e o olhar frio: Sim. Nada mais. Nenhum sorriso. Nenhuma emoção. Nenhum toque de ternura, como um poste de concreto ereto, sólido e frio. Quando chegou a sua vez, Elisa hesitou. Seus olhos buscaram, quase implorando, algum sinal humano no rosto dele, um olhar, um sorriso, Nada. Engoliu o nó na garganta e respondeu: Sim… Elisa sabia que o casamento era só um mero contrato combinado entre sua avó e o avô de Eduardo, apenas uma troca de favores entre eles para que cuidasse de Elisa já que sua vó não duraria muito tempo. A troca de alianças foi rápida. Eduardo pegou a mão dela como quem assina um contrato e deslizou a joia dourada em seu dedo sem sequer olhar para os olhos dela. Elisa o imitou, engolindo a dor como sempre fizera na vida. “Eu os declaro marido e mulher.” Os convidados aplaudiram. A música preencheu o ambiente. Eles se viraram para a plateia, e Eduardo lhe ofereceu o braço como manda o protocolo. O toque foi breve. A pele dele era quente, mas a frieza era cortante. ----- Já na limusine, o silêncio entre eles era ensurdecedor. Elisa fitava a cidade pela janela, tentando não encarar o homem ao lado, sem nenhuma emoção. Ele parecia entediado, os olhos fixos no celular, como se tudo aquilo fosse apenas mais uma reunião de negócios. Você está ... decepcionado? ... perguntou ela, a voz baixa, quase um sussurro. Ele não desviou os olhos da tela. Só estou cansado. O coração dela se encolheu. Não deveria doer tanto, já que não esperava carinho, mas ainda assim… doía. Eduardo finalmente a encarou. Seus olhos azuis pousaram nos dela como um raio congelante. Não se iluda, Elisa. Isso aqui é um acordo. E será mais fácil se ambos lembrarem disso. Ela sustentou o olhar. Por dentro, uma parte dela queria chorar. A outra... queria resistir. Eu sei exatamente o que é isso — respondeu, firme, mesmo que sua mão trêmula desmentisse sua coragem. E então, ele desviou o olhar e voltou ao silêncio, enquanto o carro os levava para a cobertura em Ipanema — a nova prisão dourada de Elisa Santos.A noite após o evento foi de pura paz na mansão dos Castro. A casa estava mergulhada em um silêncio doce, interrompido apenas pelas risadas abafadas de Elisa e Eduardo na suíte principal.Ela estava sentada na poltrona de amamentação recém-chegada, com um dos sapatinhos de bebê nas mãos, e ele deitado na cama, lendo o livro “Pai de Primeira Viagem” com os óculos na ponta do nariz. Eduardo... escuta isso aqui, ela disse entre risos. “O bebê pode não sorrir de verdade nas primeiras semanas. Não leve para o lado pessoal.”Ele ergueu os olhos, rindo. Então ele vai puxar a mãe. Você demorou meses pra sorrir pra mim.Elisa jogou o sapatinho nele, que pegou no ar com reflexos afiados. Se eu não estivesse com esse barrigão, eu ia aí te beliscar. Mesmo com o barrigão, você continua perigosa ... murmurou ele, se levantando. Caminhou até ela e ajoelhou aos seus pés.Passou a mão com carinho pela barriga arredondada, sentindo um leve movimento. Eles estão dançando aqui dentro? Estã
O Teatro Municipal do Rio de Janeiro nunca esteve tão cheio de significados. Vestidos longos, flashes de fotógrafos, conversas elegantes e uma aura de expectativa pairavam no ar. Era a grande noite do leilão beneficente da Fundação Santos Castro.No camarim principal, Elisa terminava de se vestir com a ajuda de Cecília. O vestido de seda azul-claro abraçava a silhueta da gestação com delicadeza, ressaltando a beleza natural da futura mãe. Seus cabelos estavam presos em um coque elegante, com pequenos fios soltos que emolduravam o rosto sereno. Está linda ... disse Cecília, emocionada. Você parece... uma pintura. Parece que tudo que a gente viveu chegou até aqui ... respondeu Elisa, olhando seu reflexo. E agora… estamos prontos para mostrar que tudo valeu.Do lado de fora, Eduardo, impecável em seu terno preto com gravata de cetim azul combinando com o vestido da esposa, falava com os cerimonialistas e com a imprensa, mas seus olhos buscavam constantemente a porta por onde Elisa
A movimentação no Teatro Municipal já tomava proporções grandiosas. O leilão beneficente e a noite de apresentações da Fundação Santos Castro estavam entre os eventos mais aguardados do ano. A mídia começava a comentar com entusiasmo sobre o projeto inovador que unia tratamento médico, arte e inclusão social ... idealizado por ninguém menos que a renomada neurologista Elisa Santos Castro e seu marido, o CEO Eduardo Castro. Lá dentro, sob os grandes lustres de cristal, as equipes ajustavam os últimos detalhes: som, iluminação, cenografia. No palco, as crianças da fundação ensaiavam com os professores, cada uma delas superando limites que antes pareciam intransponíveis. Algumas com limitações motoras, outras com síndromes raras, mas todas carregando nos olhos o brilho do orgulho e da conquista. Elisa observava tudo sentada em uma das poltronas da plateia, com a barriga já enorme, sentindo leves contrações de treinamento. Ao seu lado, Cecília segurava uma garrafa de água e um leque imp
As mãos de Eduardo estavam entrelaçadas às de Elisa, enquanto os dois aguardavam na sala da clínica. Ela estava com quase 35 semanas, os gêmeos cada dia mais ativos, a barriga redonda pesando com ternura, e o coração… vibrando de um amor novo, intenso, que crescia junto com aqueles dois pequenos corações batendo dentro dela. Sente isso? ... ela perguntou, com um sorriso cansado, mas doce, levando a mão dele até um ponto à esquerda do ventre. Eduardo sorriu quando sentiu o movimento. Esse aqui já está treinando pra ser jogador de futebol. E a outra… deve ser bailarina. Igual a mãe. Você insiste nisso ... ela disse, rindo baixinho. Não insisto. Constato. A médica chamou os dois para o consultório e logo começaram os exames finais. A sala se encheu com o som familiar, mágico, dos batimentos cardíacos. Eduardo se emocionava todas as vezes. Elisa, deitada, olhava o monitor. Os bebês estavam grandes, saudáveis. A médica mediu com atenção o líquido amniótico, os batimentos, os mov
A rotina de Elisa e Eduardo estava marcada por uma tranquilidade doce e serena. Entre consultas do pré-natal, encontros com os médicos da fundação e reuniões com novos investidores, os dias pareciam fluir com esperança. O quartinho dos bebês já tomava forma, com papel de parede delicado, móveis planejados e detalhes pensados com carinho por ambos. Eduardo acompanhava tudo com atenção. Pela primeira vez, ele sentia que estava fazendo parte desde o início. Participava das decisões, escolhia cores, dobrava pequenos macacões com as mãos grandes e desajeitadas, mas com o coração transbordando. Nunca pensei que ver uma cômoda branca me deixaria tão emocionado ... ele disse uma noite, sentado no chão do quartinho, enquanto ajudava Elisa a organizar as gavetas. Ela, com um sorriso doce, observava os olhos azuis dele brilhando como há muito tempo não via. Você está se saindo um excelente pai, mesmo antes deles nascerem ... respondeu, tocando o rosto dele com carinho. Ele puxou-a com de
A gestação de Elisa já avançava pelo sétimo mês. Seus passos agora eram mais lentos, mas cheios de serenidade. O corpo, transformado pela maternidade, ganhava novas curvas, e o brilho nos olhos crescia a cada chutezinho dos gêmeos. Eduardo a olhava como se estivesse descobrindo uma obra-prima todos os dias. Era como se o tempo tivesse finalmente dado a eles a recompensa por tudo o que viveram ... e sobreviveram. Naquela tarde, decidiram dar um passeio tranquilo pelo shopping. Elisa queria escolher os últimos detalhes do enxoval, e Eduardo, sempre atento, fazia questão de carregar as sacolas, oferecer água a cada meia hora e verificar se ela precisava sentar. Você está exagerando ... ela disse, entre risos, sentando-se na praça de alimentação depois de experimentar alguns sapatinhos minúsculos de tricô. ... Estou grávida, não de porcelana. Para mim, você sempre será uma raridade. E agora carrega dois diamantes. Ela rolou os olhos, fingindo impaciência, mas sorriu com o coração le
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