A madrugada ainda cobria o resort com sua penumbra suave quando Elisa abriu os olhos. O coração, pela primeira vez em meses, não batia em sobressaltos. O silêncio que reinava não era de medo, mas de paz. Lucas e Helena dormiam no bercinho ao lado, as respirações leves marcando o compasso da vida que ela escolhera proteger acima de tudo.
Ela se levantou devagar, caminhou até a varanda e se deixou abraçar pelo vento salgado vindo do mar. O sol ainda não tinha nascido por inteiro, mas a linha do horizonte já se tingia de dourado e rosa. Por um instante, Elisa fechou os olhos e respirou fundo.
Você venceu, Elisa ... murmurou para si mesma. Não por eles. Mas por você.
Atrás dela, passos pesados se aproximaram. Eduardo, ainda com os cabelos desalinhados e o rosto marcado pelo sono, encostou na porta, observando-a em silêncio. Havia uma ternura rara em seus olhos, um misto de admiração e arrependimento.
Não consigo acreditar que você ainda está aqui ... disse, a voz baixa, rouca. Depo