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Capítulo 2 – A Primeira Noite

A cobertura em Ipanema era o retrato do luxo moderno: janelas que iam do chão ao teto, mármore italiano por toda parte, arte contemporânea cuidadosamente posicionada. Tudo ali refletia o bom gosto ... e o controle ... de Eduardo Castro. Nada era improvisado. Nada era impulsivo.

Elisa entrou em silêncio. Seus passos eram suaves no chão de pedra polida, o som dos saltos abafado pelo silêncio constrangedor que os acompanhava desde a limusine. Ela apertava o buquê com tanta força que os dedos começavam a doer, mas ainda não tinha coragem de deixá-lo.

Eduardo entrou logo atrás, tirando o paletó e o jogando no encosto de uma poltrona de couro. Desabotoou os punhos da camisa com gestos automáticos, sem sequer olhá-la. Elisa sentiu o estômago revirar.

Seu quarto é o segundo à esquerda ... ele disse, sem emoção na voz. ... O meu é no final do corredor.

Ela assentiu em silêncio. Já sabia que não dormiriam juntos ... e, de certa forma, sentiu-se aliviada. A ideia de deitar ao lado de um homem que mal a encarava era pior do que dormir sozinha.

Caminhou até o quarto indicado. Assim que entrou, a porta se fechou suavemente atrás de si. O ambiente era acolhedor, decorado em tons neutros, com uma cama king size impecavelmente arrumada. Em cima da cômoda, uma carta dobrada. O nome dela escrito com caligrafia firme: Elisa Santos Castro.

Ela hesitou por um momento antes de abri-la.

“Não espero nada de você além de discrição e respeito. Este casamento é uma exigência do meu avô, e estou cumprindo meu papel. Não crie expectativas. E, por favor, mantenha distância quando possível. ... Eduardo.”

Ela sentiu o impacto como um soco no peito. As palavras estavam ali, secas, sem espaço para dúvidas. Como se ela fosse uma obrigação, um peso, um estorvo.

Largou a carta na cômoda com dedos trêmulos. Então, caminhou até a janela, abriu as cortinas e contemplou o céu da cidade. Lá fora, o Rio brilhava em sua beleza noturna, mas tudo dentro dela parecia apagado.

Uma lágrima silenciosa escorreu por sua bochecha. Apenas uma. A última que ela se permitiria naquela noite.

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Horas depois, já de banho tomado, ela se sentou na poltrona do quarto com um robe de cetim branco envolvendo seu corpo. O cabelo ainda úmido caía solto pelas costas. Em suas mãos, uma antiga partitura — a mesma que ela costumava tocar no violino quando era adolescente. Tentou ler as notas, mas os olhos insistiam em desfocar.

A música era sua essência. A medicina, sua missão. A dança, sua liberdade.

E agora… tudo isso estava adormecido. Sacrificado em nome de um sobrenome e de um acordo que não fizera por si, mas pelo legado da família Santos.

Ouviu passos no corredor. Seu coração acelerou. A maçaneta do quarto se moveu.

Era ele.

Eduardo apareceu na porta. Estava com a camisa aberta até o peito e os cabelos levemente molhados. O cheiro de sabonete amadeirado chegou até ela, despertando seus sentidos.

Só queria confirmar se precisava de algo — disse ele, sem entrar.

Elisa se levantou devagar.

Não. Estou bem, obrigada.

Houve um silêncio estranho entre os dois. Um tipo de tensão que não era feita apenas de mágoa. Havia algo mais. Algo cru, mal resolvido, quase elétrico.

Eduardo olhou para ela. Pela primeira vez, de verdade. Os olhos azuis percorreram seu rosto, depois desceram pelo pescoço, ombros, até a curva da cintura marcada sob o robe fino.

Ela percebeu.

E corou.

Seu coração batia rápido, e seus pensamentos se atropelaram.

Será que ele sente? Mesmo que não admita? Ou isso também faz parte do contrato?

Eduardo pigarreou, desviando o olhar como se lutasse contra algo dentro de si.

Boa noite, Elisa.

Ela abaixou os olhos, a voz quase falhando.

Boa noite… Eduardo.

Ele saiu, fechando a porta com delicadeza.

Ela se sentou na cama. O corpo ainda vibrava com aquele olhar, aquele breve momento em que sentiu-se… desejada. Ou imaginou?

Por mais que tivesse prometido a si mesma não se iludir, algo dentro dela ainda queria acreditar que existia um homem por trás da máscara do CEO. Um homem que talvez, com o tempo, enxergasse quem ela realmente era.

Mas naquela noite, tudo o que ela tinha era o silêncio. E a promessa muda de resistir.

Amanhã será um novo dia.

E se Eduardo quisesse distância… ela também saberia manter o mesmo frio.

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