Aurora Lemos é uma jovem brilhante, forte e determinada, marcada por uma infância dura e uma irmã doente que depende da sua coragem para sobreviver. Quando recebe uma proposta indecente - um casamento por contrato com o CEO e emocionalmente frio, Leonardo Vasconcellos - Aurora aceita, acreditando que poderá manter o coração fora da equação. Mas sentimentos não seguem cláusulas. Entre segredos do passado, e rivais perigosos e uma paixão que ameaça destruir seus muros, Aurora descobre que o verdadeiro contrato do destino não é assinado com caneta - mas com alma, coragem e amor.
Ler maisPOV de AuroraFechei a porta atrás de mim tão rápido que quase prendi os dedos. Meu coração ainda martelava no peito, sem obedecer ao ritmo que eu implorava que retomasse.“O que foi isso, Aurora? O que você fez?”A cena se repetia na minha cabeça como um filme impossível de apagar: eu soprando o queixo dele, os lábios perigosamente próximos, o calor da respiração dele se misturando com a minha… e os olhos. Meu Deus, aqueles olhos verdes cravados em mim, como se ele pudesse me despir só com o olhar.Encostei as costas na parede do corredor, tentando recuperar o fôlego. Meus joelhos ainda tremiam. Era ridículo — eu sabia. Ele era Leonardo Vasconcellos, o homem mais arrogante, controlador, orgulhoso e insuportável que já conheci. E mesmo assim, só de lembrar da proximidade, senti um arrepio percorrer minha espinha.Passei a mão pelo rosto, quente demais, e mordi o lábio.— Não… não foi nada. Só foi um acidente — sussurrei para mim mesma, como se repetir mil vezes pudesse transformar aqu
POV AuroraO ar me faltou.De repente, senti a mão dele deslizar até minha cintura, quente, firme, dominando cada centímetro do meu corpo. Antes que eu pudesse reagir, fui puxada contra ele, tão perto que senti o peito largo colar ao meu, a respiração dele queimando na minha pele.— Léo… — minha voz saiu num sussurro rouco, sem força.O rosto dele se inclinou até encostar no meu, a barba arranhando de leve minha bochecha. Meu coração martelava tão alto que eu jurava que ele podia ouvir. O cheiro amadeirado me envolvia, forte, viciante, e a cada segundo eu me perdia mais.Meus lábios tremeram, quase roçando os dele, e um arrepio percorreu minha espinha. Eu sabia que bastava um movimento, um passo em falso, e nada nos impediria.Mas ele não avançou.Leonardo apenas ficou ali, colado a mim, como se o próprio toque fosse suficiente para me deixar em pedaços. E deixou.Eu queria gritar, queria fugir, queria cede
POV Aurora Acordei com a luz da manhã atravessando a cortina. Estava me sentindo nas nuvens; onde eu estava era muito macio e também muito cheiroso. Tinha um cheiro amadeirado que me levava para o céu. Me espreguicei com toda calma do mundo, sentindo meu corpo leve. Espera, esse não é o cheiro do meu quarto, pensei ainda de olhos fechados. Onde será que eu estou? Ai, meu Deus, será que eu fui sequestrada? Não! Acho que não. Se eu tivesse sido sequestrada, eu não teria acordado numa cama tão macia e com um cheiro tão bom. Mas que cheirinho delicioso, que estava deixando o meu corpo todo arrepiado. Não, Aurora, deixa de pensar no cheiro gostoso e abre esses olhos. Respirei fundo e recolhi toda coragem que eu tinha e também a que não tinha. Abri os olhos de uma vez. — Ai, droga! — abri tão rápido que a luz do sol me cegou. Fechei e abri novamente, dessa vez lentamente. Olhei para todo o quarto, que era da cor preta, em todos os cantos. Estava vazio e silencioso demais. Por um in
POV AuroraO dia seguinte foi… estranho.Leonardo saiu cedo outra vez, sem me avisar, e a ausência dele parecia maior do que as paredes da casa. Tomei o cházinho sozinha, ouvindo o eco dos meus próprios passos na cozinha, como se cada som fosse um lembrete de que algo não estava certo.No trabalho, tentei me concentrar, mas era impossível. Cada vez que o celular vibrava, eu saltava achando que era ele. Mas nunca era.No meio da tarde, cruzei com Ricardo no corredor. Ele parecia cansado, mais do que de costume. Quando me viu, suspirou, como se tivesse que escolher as palavras.— Ele ainda não falou nada com você, né? — perguntou, quase em tom de constatação.Franzi o cenho. — Do quê exatamente?Ele hesitou, desviando o olhar. — Nada. Esquece o que eu disse.Aquilo só aumentou a angústia que já me corroía. Não era só uma ausência qualquer, não era só um dia ruim. Tinha algo ali, algo que Leonardo escondia de todos — inclusive de mim.No final do expediente, voltei para casa e encontrei
POV Aurora As primeiras semanas na empresa de Leonardo foram… um caos controlado. Cada dia parecia uma missão impossível: eu tropeçava em cabos, confundia nomes de colegas e, em pelo menos duas ocasiões, derrubei café sobre relatórios importantes. Sim, a minha sorte estava testando minha paciência — e a paciência de todo mundo ao redor. Mas havia algo viciante naquele ritmo. Cada erro que eu cometia vinha acompanhado de uma pequena lição. Uma colega me ensinou a organizar planilhas como se estivesse arrumando uma biblioteca de livros raros; outro me mostrou como falar de números sem parecer que eu estava recitando uma receita de bolo. E, claro, Leonardo estava lá: silencioso, atento, sempre observando… sempre calculando. Uma vez, me perdi nos corredores da empresa tentando achar a sala de reuniões. Entrei por engano na sala de descanso e derrubei uma pilha de pastas como um efeito dominó. Meu rosto queimava de vergonha, mas, no
POV Aurora"Às vezes, vestir uma nova roupa é apenas cobrir a pele. Outras vezes, é vestir um destino que não escolhemos."Eu soltei o ar que estava prendendo. Não adiantava nada continuar discutindo com ele — no fim das contas, eu também precisava do emprego.— Tá bom, você venceu. Vou trabalhar com você. Mas, se lembra, eu ainda sou estudante. Então vai ter dias que vou à faculdade ou aos estágios.Ele me olhou sem emoção no rosto, como sempre.— Tudo bem. Afinal, você é a esposa do CEO. Tem o direito de fazer o que quiser.— Não, eu não tenho. — respondi rápido. — Sou sua esposa por contrato, e prefiro que as pessoas da empresa não saibam. Não quero que pensem que recebo tratamento especial só por ser “a esposa do chefe”.— Você é, contrato ou não. — lá estava ele de novo com esse “você é”.Levantei as mãos no ar.— Tá, tá, tanto faz. Só quero paz, tá?Ele passou a mão pelo cabelo — de novo — e disse simplesmente:— Vamos sair.Franzi a testa. — Sair? Para onde?— Comprar roupas. —
Último capítulo