Acordei na manhã seguinte exausta, apesar de ter dormido em meu próprio quarto. A parede entre mim e Leonardo parecia feita de papel, e eu passei metade da noite em claro, repassando o beijo e, pior, a quase-continuação dele. O corpo ainda se lembrava do calor, da pressão...
— Foco, Aurora! — Resmunguei, batendo de leve na própria testa.
O plano era simples: evitar o CEO possessivo, loiro idiota e orgulhoso o máximo possível.
Desci para a cozinha cedo, mas ele já estava lá, impecável em um terno cinza, tomando café e lendo o jornal. A cena era de uma rotina normal, mas o ar crepitava entre nós.
— Bom dia — Minha voz saiu estranhamente rouca.
— Bom dia. Dormiu bem? — Ele perguntou, sem tirar os olhos do jornal. Era uma pergunta retórica e, dadas as circunstâncias, pura provocação.
— Perfeitamente — Menti, servindo-me uma xícara de chá.
Fiz o possível para ignorá-lo, até que decidi que precisava de uma di