POV de Aurora
Fechei a porta atrás de mim tão rápido que quase prendi os dedos. Meu coração ainda martelava no peito, sem obedecer ao ritmo que eu implorava que retomasse.
“O que foi isso, Aurora? O que você fez?”
A cena se repetia na minha cabeça como um filme impossível de apagar: eu soprando o queixo dele, os lábios perigosamente próximos, o calor da respiração dele se misturando com a minha… e os olhos. Meu Deus, aqueles olhos verdes cravados em mim, como se ele pudesse me despir só com o olhar.
Encostei as costas na parede do corredor, tentando recuperar o fôlego. Meus joelhos ainda tremiam. Era ridículo — eu sabia. Ele era Leonardo Vasconcellos, o homem mais arrogante, controlador, orgulhoso e insuportável que já conheci. E mesmo assim, só de lembrar da proximidade, senti um arrepio percorrer minha espinha.
Passei a mão pelo rosto, quente demais, e mordi o lábio.
— Não… não foi nada. Só foi um acidente — sussurrei para mim mesma, como se repetir mil vezes pudesse transformar aqu