Natasha Lewis tem a vida perfeita, exceto pelo fato de ser apaixonada pelo melhor amigo de infância, Xavier Alcântara. Ele a vê apenas como a “Pequena Nat”, a nerd do escritório, enquanto se encanta por mulheres sensuais. Determinada a conquistar Xavier, Natasha decide se transformar em Ruby, uma versão mais confiante e sensual de si mesma. Mas quando Xavier começa a notar Ruby e Natasha luta para manter a fantasia, ela precisa decidir até onde está disposta a ir para ser vista como algo mais do que apenas a “Pequena Nat”. Com um plano ousado e consequências imprevisíveis, Natasha enfrentará um turbilhão de emoções para finalmente conquistar o coração de Xavier — ou descobrir que ele sempre a amou exatamente como ela é.
Ler maisNatasha Lewis
Muitos dizem que eu tenho a vida perfeita. Talvez tenham razão. Profissionalmente falando, ela realmente é um sucesso. Sou formada em Marketing, com mestrado em Relações Públicas, e trabalho na Alcantara's Clothes, uma das maiores empresas da área. E sim, meu melhor amigo de infância é o CEO. Fisicamente, também não tenho do que reclamar. Olhos castanhos, cabelos longos e escuros, corpo saudável e levemente malhado. Tenho meu próprio apartamento, meu carro e uma carreira sólida. Mas, como dizem: sorte no jogo, azar no amor. Pois é, meus amores, sou apaixonada pelo meu melhor amigo, Xavier Alcântara. E essa paixão é uma piada cruel. Para ele, sou apenas a pequena Nath, a nerd quietinha que sempre esteve ao seu lado. Enquanto ele desfila com mulheres sensuais e exuberantes, eu comparo cada cara com quem saio ao incrível Xavier, e, como esperado, nenhum deles chega perto. Suspirei e me joguei na cadeira, cercada por papéis, desenhos e amostras de cores. Estávamos preparando a campanha de roupas de verão, e eu me sentia em casa no meio daquela explosão de vida. Marketing sempre foi minha primeira paixão. A segunda? Roupas, bolsas e sapatos. O barulho da porta se abrindo interrompeu meu devaneio. Só uma pessoa tinha a audácia de entrar na minha sala como se fosse dono dela. — Bom dia, pequena. Animada para mais uma campanha? — Xavier disse, com aquele sorriso que fazia meu coração disparar. — Animadíssima. As coleções de verão e outono sempre são minhas preferidas — respondi, tentando soar casual. — Que bom, porque preciso que a melhor RP que conheço salve minha pele. Revirei os olhos. — O que você aprontou dessa vez? — Digamos que eu beijei uma gatinha na balada. Ela tinha namorado, e agora tudo virou um caos. Provavelmente, algumas revistas vão adorar contar essa história. Respirei fundo. Xavier Alcântara, o rei das confusões. — Vou ligar para uma amiga jornalista e dar um jeito na sua bagunça, mas, pelo amor de Deus, toma jeito, Xavi. Você já tem quase 30 anos. Ele deu de ombros, como se eu tivesse acabado de comentar sobre o clima. — A diversão não pode parar, pequena. — É por causa dessa sua ideia de "diversão" que você vive em encrenca. Para sua sorte, eu sou muito boa no que faço. — É por isso que você está no meu time. — Ele piscou, aproximando-se para beijar minha testa antes de sair. — Passo aqui na hora do almoço. Assim que a porta fechou, suspirei, pegando meu celular para ligar para minha amiga jornalista. Se o furo já tivesse chegado até ela, Xavier ia precisar desembolsar uma boa quantia. Mas, mesmo quando mexe no bolso, ele não aprende. A verdade é que eu deveria me afastar dele. Seria mais fácil. Mas como, se a nossa amizade é tão essencial quanto o ar que eu respiro? Como, se ele ocupa cada canto do meu coração, e sem mim ele provavelmente estaria com o nome na lama? Olhei para a pilha de papéis na mesa e voltei ao trabalho. Xavier podia ser o caos em pessoa, mas eu era a ordem que mantinha sua vida em equilíbrio. ... Como prometido, Xavier veio até a minha sala no horário de almoço, para que pudéssemos ir almoçar, eu nem me preocupei em perguntar enquanto entrávamos no carro eu sabia exatamente onde iríamos. O restaurante era um típico bistrô charmoso no coração da cidade. As mesas eram de mármore branco, com cadeiras estofadas em veludo cinza. As cortinas de tecido leve, cor de creme, deixavam a luz do dia entrar suavemente, criando um ambiente acolhedor. Flores frescas decoravam as mesas e um piano de cauda ocupava um canto, tocando uma melodia suave. O aroma de pratos requintados flutuava pelo ar, misturado ao cheiro de café recém-passado. Era um lugar onde a classe se encontrava com a elegância, um refúgio perfeito para a pausa do meio-dia. Estávamos no nosso restaurante preferido, o mesmo em que sempre almoçávamos. Xavier parecia perdido em pensamentos, até que parou de falar. Segui seu olhar até uma mulher que passava por nós. Ela estava com uma roupa social justa e decotada, e Xavier a encarava dos pés à cabeça, como se estivesse calculando cada centímetro dela. Aquilo revirava meu estômago. — Xavi — chamei-o, e ele voltou sua atenção para mim, sorrindo como uma boba. — Você não terminou o que estava dizendo sobre a coleção. — Desculpa, me distrai — ele sorriu e eu o olhei com um misto de frustração e admiração. Não disse nada, porque o garçom chegou para servir nossos pratos. Não tinha muito o que falar depois dessa, né? Era o preço que eu pagava por ser apaixonada pelo meu melhor amigo. — Está pensativa, pequena. Aconteceu algo? — Xavier perguntou. — Nada, só estava pensando em mudar um pouco meu estilo — respondi. — Não vejo nada de errado com seu estilo — ele deu de ombros. — Só queria mudar para algo mais sensual. Não sei, queria acabar com esse meu ar de boa moça — expliquei. Xavier deu uma risada de lado. — Pequena, estilo sensual não combina com você. Não adianta querer mudar sua aparência de boa moça quando você é uma moça boa, pura e delicada. — Você acha que eu não consigo ser uma mulher sensual? — perguntei, chateada. Ele olhou para mim, um pouco perdido. — Não foi bem isso que eu quis dizer. É só que você tá querendo algo que não combina com você. Desencana dessa ideia, pequena Nat, você é linda assim. Abri um sorriso bobo ao ouvir ele me chamar de linda, mas logo a frustração tomou conta. — Mas o que adianta ser linda se os homens preferem mulheres como ela? — apontei para a mulher que ele estava secando. Xavier pareceu mais sério agora, com um tom terno. — Nem todos. Você ainda vai achar alguém. Suspirei frustrada. Tá na cara que Xavier nunca ia olhar para mim com outros olhos. Sinceramente, estou cansada dele sempre me chamando de Pequena Nat, falando que sou delicada demais. Depois do almoço, voltamos para a empresa em silêncio. Bom, eu fiquei em silêncio; Xavier continuou tagarelando sobre a coleção nova. Como se isso fosse algum tipo de distração para ele, enquanto eu lutava contra um turbilhão de emoções.Natasha Lewis O reflexo no espelho quase me emociona. Estou diante de mim mesma, vestida de noiva, com o vestido dos meus sonhos. Meus olhos brilham, não apenas pela maquiagem impecável, mas pela felicidade que transborda do meu coração. Hoje, eu me caso com o amor da minha vida, e tudo parece um conto de fadas.Manuela, nossa pequena de apenas cinco meses, está sob os cuidados da mãe do Xavier. Pérola, minha melhor amiga e madrinha, já está na igreja me aguardando. Por causa da ausência dos meus pais, que faleceram há anos, meu melhor amigo, Pablo, terá a honra de me levar até o altar.— Já está pronta, pequena? — pergunta Pablo, entrando no quarto com aquele sorriso típico.Viro para ele e sorrio, segurando as lágrimas.— Sim. Obrigada por tudo, Pablo. De verdade.Ele se aproxima, segura minhas mãos e beija minha testa com carinho.— Eu estou tão feliz por você, sabia? Mas confesso algo: quando éramos adolescentes, eu imaginava esse dia de outra forma. — Ele ri, e eu o acompanho. —
Natasha Lewis Tempos depois … Era uma segunda-feira à noite, e o relógio já marcava 22:00. Eu e Xavier finalmente terminávamos de organizar as últimas caixas na nossa nova casa. Olhar em volta e ver tudo tomando forma era um misto de cansaço e realização. Depois de semanas de ajustes, podíamos chamar aquele lugar de lar. Nosso lar. O último cômodo que decoramos foi o quartinho da nossa anjinha. Estava perfeito, como um quarto de princesa que sempre sonhei para ela. O papel de parede com tons delicados de rosa e branco, os detalhes dourados no berço, e uma poltrona de amamentação acolhedora em um canto. Tudo era perfeito, fruto do nosso cuidado e amor por essa pequena que ainda nem chegou. — Posso pedir comida japonesa? — perguntou Xavier enquanto mexia no celular. Olhei para ele surpresa, com um sorriso se formando no meu rosto. — Parece que adivinhou, porque eu estava exatamente com desejo de comida japonesa, — respondi rindo. Ele parou o que estava fazendo e me olhou
Natasha Lewis Meses se passaram desde que descobrimos que seríamos pais, e tudo na minha vida parece mais completo. Eu e Xavier nos aproximamos ainda mais, e nosso bebê, mesmo sem ter chegado ao mundo, já trouxe uma nova luz às nossas vidas.Enquanto finalizo os últimos detalhes do jantar, escuto Xavier bufando na sala. Ele está impaciente, como sempre, e mal pode esperar para saber o sexo do bebê. Seu nervosismo é adorável, e, ao mesmo tempo, cômico.— Eu te amo, Natasha, mas essa sua ideia maldita de “chá revelação” está me matando! — ele reclama pela milésima vez.Seguro o riso, enxugando as mãos no avental, e vou até ele. Xavier está sentado no sofá, olhando para mim com aquele olhar irresistível que mistura irritação e charme.— Não é um chá revelação de verdade, Xavi. É algo íntimo, só entre nós e nossos amigos, — explico, sentando ao seu lado. — E foi ideia minha e da Pérola. Nós pensamos em algo especial para você e o Pablo descobrirem juntos.Ele revira os olhos, mas não con
Xavier Alcântara Não era pra ser assim. Não era pra ela pensar que eu não queria estar com ela. Eu ia mesmo pedir Natasha em casamento, mas depois das nossas mensagens no início da semana, percebi que talvez eu estivesse sendo apressado. Ela não parecia estar na mesma sintonia, e isso me fez recuar. Mas vê-la naquele estado, nervosa ao ponto de desmaiar, me abalou de uma forma que eu não esperava.Quando ela caiu em meus braços, meu coração disparou. Não pensei duas vezes. Peguei-a no colo, com cuidado, mas meu nervosismo estava estampado em cada gesto. Peguei sua bolsa, minha carteira e celular e fui direto para o carro. Deitei-a no banco de trás, verificando rapidamente se estava respirando, e então assumi o volante.O caminho para o hospital pareceu interminável. Eu alternava entre olhá-la pelo retrovisor e manter o foco na estrada. “Por favor, fique bem, Natasha,” repetia em pensamento, a cada quilômetro.Assim que chegamos, fui atendido rapidamente. As enfermeiras a colocaram em
Natasha Lewis A audiência havia terminado com justiça sendo feita. O ex-patrão da Pérola foi condenado a 15 anos de prisão sem direito a fiança, acusado de assédio, estupro e pedofilia. Além disso, teria que pagar uma indenização de cinco mil reais à Pérola por danos morais. Quando o juiz leu a sentença, senti um alívio imenso no peito. Pérola, ao meu lado, deixou escapar uma lágrima, mas dessa vez parecia de alívio e não de dor. Apesar disso, o dia havia sido desgastante. Ouvir aqueles depoimentos, principalmente da Marina, tinha me abalado profundamente. Por mais que a justiça tenha sido feita, as cicatrizes deixadas por aquele homem não iriam desaparecer tão facilmente. Precisava de um tempo sozinha para processar tudo. Ao sair do tribunal, avisei Xavier que não iria para a casa dele naquela noite. Não porque eu não quisesse, mas porque precisava ficar comigo mesma. Estava cansada, física e emocionalmente. Quando cheguei em casa, a familiaridade do ambiente me trouxe um po
Xavier Alcântara Acordei com o vazio ao meu lado. Rolei na cama, soltando um suspiro frustrado. Não gosto de despertar e não sentir Natasha ali, seu calor, seu perfume… nada parecia certo sem ela ao alcance do meu toque. Abri os olhos devagar, já me preparando para chamá-la, mas meu olhar foi capturado pela imagem dela saindo do banheiro.Ela vestia um roupão branco que caía levemente pelos ombros, deixando à mostra a pele úmida e brilhante. Uma toalha enrolada na cabeça escondia os cabelos molhados. Mesmo assim, ela estava deslumbrante. Sempre estava.— Bom dia, Xavi. — Sua voz era suave, mas carregava aquele tom casual que me fazia sorrir.— Bom dia. — Minha voz saiu rouca de sono. — Por que não me acordou para tomar banho com você?Natasha sorriu, aproximando-se da cama para me dar um selinho antes de responder.— Acordei mais cedo pra lavar o cabelo. Não quis te atrapalhar.Observei enquanto ela ia até a cômoda no banheiro e tirava de uma gaveta o secador. Havia algo tão natural
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