Mundo ficciónIniciar sesiónNinguém na terra de Faldonia ousava dizer o nome dele sem tremer. Johan Draconis. O temido Rei dos Vampiros. O monstro de olhos azuis gélidos e caninos afiados que destruiu exércitos e roubou a escuridão para seu trono. Para ele, Nadine Belladona, a Princesa/Bruxa de cura, era apenas uma moeda de troca. Um peão de valor inestimável, sequestrado em seu sono e jogado na jaula de ouro de um castelo gótico onde sua poderosa magia se tornava pó. Johan queria a vitória na guerra. E ele a queria para si. Aprisionada, com sua família e reino dependendo de sua obediência, Nadine se vê forçada a negociar com seu captor. Mas a cada olhar firme, a cada toque frio e possessivo que a faz arrepiar, a linha entre a repulsa e a fascinação se torna perigosamente tênue. Ele não apenas exige sua mão em casamento para unir seus reinos em um contrato de sangue e ferro; ele desperta nela uma curiosidade e um medo que logo se confundem com desejo. Em um jogo onde a única regra é a rendição, Nadine tem três luas para decidir se irá se ajoelhar diante de seu inimigo... ou se irá se apaixonar por seu próprio carrasco.
Leer másEm uma tenda militar, uma mulher estava adormecida pelo cansaço.
Inocente e silenciosa, sua mente vagava distante, finalmente, após tanto tempo sem conseguir descansar. Lá fora, uma névoa etérea e leve pairava, assim como o frio intenso. Seus cabelos cacheados de um castanho claro estavam espalhados pelo travesseiro, delicada como a seda que usava de vestes. A cadela fiel se arrepiou inteira e latiu. A bruxa de cabelos cacheados abriu devagar os olhos, de uma cor mel a penetrar fundo em seus pensamentos quando bem analisado. A energia ao redor a deixava pesada e sonolenta, então ela voltou a fechá-los, a Lua, nome da cachorrinha, manteve-se atenta pois não sentia que tuo stava normal. Do lado de fora da tenda, a mesma então ergue a cabeça farejando o ar, prestando atenção aos sons. Soldados dormiam, e quem estava de patrulha ali, bem à sua frente, repentinamente desapareceu. Ela se levantou de cauda baixa, sem fazer qualquer som, e então entrou na tenda dessa garota, se deitando em cima da mesma. Sorrateiramente, alguma coisa se movia pelas matas e terras das tendas, algo parecido com sombras, vultos espectrais que faziam as tochas se apagarem. Quando a última tocha se apagou, um homem gritou na entrada do acampamento. Isso alertou os outros, mas um por um eles caíram, as mãos em seus pescoços como se estivessem sufocando com uma força invisível. A tenda se abriu, enquanto homens não tinham tempo de gritar ao serem mortos do lado de fora. Os sapatos lustrados de um homem pisaram tenda adentro. — É esta a garota? Vamos matá-la! Derrotaremos todo o reinado inimigo quando o fizermos! — Sem hesitar, a criatura de voz rouca e rosnenta sibilou para o homem que adentrou. O ser era humanoide, com garras afiadas e orelhas de coiote. O rosto era humano, mas suas ações eram rápidas e encantadas como as de uma besta. Antes que a criatura tocasse na adormecida e na Lua, a cadela, que avançou ainda em cima dela, mordendo-o na mão e soltando rápido, um estalar de dedos do homem paralisou o servo no tempo. — Calma... Eu sei o quão desmiolado pode ser um Nosferatu, mas não seja precipitado. Você tem a capacidade de pensar que eu te dei... — A luz da lua tocou os ombros e o rosto do rapaz. Não parecia ter mais que 30 anos. O olhar azul e cabelos negros bem penteados contrastavam com as roupas pretas alinhadas com perfeição. Com mais alguns passos para a frente, e um pequeno movimento sobre o focinho da cadela raivosa, agora adormecida, ele pegou tanto o cão quanto a bruxa no colo. O vestido branco e leve dela desceu em cascata sob seu colo. Ele sorriu. — Ela é muito mais útil viva do que morta... Uma bruxa como ela pode servir a mim se com o estímulo correto. Ela não vai dar trabalho, mas os homens do rei vão vir atrás dela... — Me pediu para usar a cabeça... Então posso dizer o que penso, senhor? — Ele balança a mão se livrando da dor fisgada da mordida do cão. — Sim, Cloud, você pode. — Disse o cortês rapaz se movendo na direção das duas. — Está usando a menina como isca para atrair os malditos do reino, não está? — Muito bem, Nosferatu... Meus parabéns... Agora vamos, deixem os animais vivos e carreguem nosso banquete real para meu castelo... Vamos comemorar nossa vitória certa. Ao sorrir, a luz da lua refletiu a luz dos dentes afiados de Johan Draconis, rei vampiro temido e admirado por muitos. Ele estava enfrentando uma guerra contra um reino chamado Faldonia, e aquele agrupamento militar estava sendo seu último obstáculo impenetrável. Durante o dia, a bruxa era poderosa em cura, reconhecida por qualquer um que não morasse em uma caverna, quase trazia seus homens de volta à vida com um simples e delicado balançar da ponta dos dedos. Ele a queria para si, e agora ele a tinha, já que quem a protegia não era tão forte quanto ela. Apesar da maldade do coração do homem, os animais foram deixados vivos. Todos bem treinados, cavalos e cães voltaram junto de pássaros como corujas e corvos, correndo e voando para Faldonia ao serem todos despertados por vampiros de todos os tipos que trabalhavam para Johan. Quando os cães voltaram, alertaram por meio de magia o rei de Faldonia que sua filha mais velha havia sido raptada pelo rei vampiro, e que ele queria negociar. Irado, Rei Benjamin não conseguiu mais dormir, dedicando-se a planejar a empreitada contra o rei vampiro. Por mais que fosse aconselhado a não fazer, a rainha arrasada se absteve de qualquer opinião, enquanto o príncipe, o homem mais velho dos filhos do rei, estava decidido a acabar com a vida de Johan, e queria ele mesmo fazê-lo. O dia amanheceu, e o sol tocou o rosto da jovem garota, que também teve a colaboração de Lua, a cadela, para tentar acordá-la. — Ah, para com isso... — Ela afasta levemente a cadela, que se sacode inteira. Foi assim que percebeu que dormiu demais e se levantou rapidamente, agarrada nas cobertas. Olhou ao redor, piscando devagar. O lugar era limpo, mas antigo. Pedras compunham a parede, madeira negra o chão e o teto. Símbolos em estandartes vermelhos compunham a decoração excêntrica e gótica do lugar. Um espelho estava bem em frente à cama, e também havia um no teto. A garota se levantou rapidamente. Ficando de pé, pôde perceber que seu vestido branco fora trocado por um preto leve e longo. Constrangida, mas muito mais preocupada em voltar para seu pai, ela correu para as portas pesadas de madeira e puxou suas maçanetas, mas não obteve sucesso... — Trancada? — Ela ergueu as duas mãos para a frente. — "Abra o que se trancou sem permissão" — Ao recitar o feitiço, as portas realmente se abriram. Mas assim que se abriram... Com passos pesados à frente, duas armaduras com capacetes fechados com escudos grandes nas mãos. Eram pessoas altas. Isso fez a garota se afastar, e Lua rosnar. Mas eles pararam. — Nadine Belladona, nosso rei convoca sua presença para uma conversa particular na sala de refeições. — Um deles falou de forma grave, firme. — Eu não vou a lugar nenhum! Não podem me obrigar! Meu pai, quando encontrar vocês, será o fi— Ela é interrompida pelos homens. — Seus poderes não funcionam nas imediações do castelo encantado do rei Vampiro. Agora, vamos! Ela tentou, mas realmente, no fim das contas, quem abriu a porta foram os próprios homens à sua frente. Quando ela respirou fundo, vendo que não tinha escolha, seguiu os dois, comandando sua cadela para seguir ao seu lado. Os corredores eram extensos, limpos, mas escuros, mesmo com as janelas abertas e gárgulas patrulhando do lado de fora. O céu estava totalmente tempestuoso. Trovões eram confundidos com o rugido de dragões ou talvez leões da arena do reino que dava para ver dali. Estátuas mostravam o rosto de antepassados vampíricos que a menina já conhecia a história. Foi assim que, depois de andar vendo os quadros e estátuas, ela chegou a uma sala grande, onde é acompanhada para se sentar, e então os dois se afastaram. Do outro lado da mesa já posta, de madeira maciça acinzentada pelos longos anos de sua construção, brilhante por um verniz vermelho de fundo, Johan estava tomando em uma taça um líquido vermelho que arrepiou a pele da mulher bem lentamente. — Bem-vinda, bruxa... Permita-me me apresentar. Eu sou o rei Johan Draconis, e eu gostaria de negociar com você. Ela não pôde responder. Ficou observando seu rosto, e por algum motivo que não podia entender, ficou encantada com o rosto do homem à sua frente. Parecia uma escultura polida, pálido, cabelos negros e olhos azuis, que ao tomar do líquido ficaram vermelhos como uma rosa, com os espinhos mais afiados em sua boca, escapando pelo lábio. — ... O cão comeu sua língua? — Ele sorriu e então seus caninos apareceram, ainda mais afiados, grandes dentes que a matariam facilmente, assim como as unhas que eram como garras de algum felino. — A... Ah, desculpa, eu não conhecia a aparência do rei vampiro, mas fico feliz que não seja um monstro como todo mundo diz que você é. — Áspera, ela respondeu. — Como sou uma princesa, lhe direi com educação, assim como fez. Sou Nadine Belladona, Humana Pura e Bruxa de Primeiro Mundo. — Eu sei perfeitamente quem você é. — Rosnou entre palavras, baixo, mas o suficiente para que tocasse seu ouvido. Não dava para evitar, o olhar da garota fixado no dele entregava a vontade de saber mais. A curiosidade era extrema. — Eu gostaria de propor algo a você. — Ele disse, movendo as mãos lentamente, gesticulando. Diante dos olhos dela, o homem desapareceu em uma névoa espessa e etérea, e então apareceu ao seu lado, puxando sua cadeira, virando-a para ele. Com ele ajoelhado perto de suas pernas, seu sorriso estonteante tirou a vontade da garota de reagir. — Eu quero unir os nossos reinos... E quero que você me entregue de bom grado a sua mão em casamento.Nadine acordou para um mundo de baixa-temperatura e sons amplificados. Não havia sol, apenas uma luz cinzenta e filtrada que entrava pelas janelas do castelo. Ela não sentia a pulsação fraca de seu antigo coração humano; em seu lugar, havia uma calma morna e uma sensação estranha de poder centralizado.A primeira coisa que percebeu foi a ausência de dor. A exaustão se fora, substituída por uma energia fria e infinita. Ela era imortal. Ela era uma vampira, seu corpo reamente suportou a transformação.A segunda coisa que notou foi o peso familiar sobre si. Johan estava deitado, o corpo glacial servindo como um porto seguro. Ele dormia profundamente, o sono do guerreiro exausto, mas seu braço estava firmemente enrolado em sua cintura, a essência das sombras dele fluindo para ela, selando o a transformação.Nadine tentou mover a mão. Seus dedos eram estranhamente fortes e pálidos. Ela tocou a cicatriz em seu flanco; o Xamã Scar havia fechado a ferida, mas agora, era apenas uma linha prate
O silêncio nos aposentos de Nadine era opressor. Ela estava febril, lutando contra o cansaço. A ferida estava selada, mas a exaustão a mantinha na borda da consciência, onde o toque da morte parecia um sussurro constante bem no pé de seu ouvido.A porta se abriu. O frio que invadiu o quarto não era apenas climático, mas a manifestação da essência de Draconis. Johan entrou. Ele havia lidado com Taddeus, e o ar ao seu redor carregava o peso de decisões irrevogáveis.Ele dispensou os guardas com um gesto seco, sua atenção fixada inteiramente em Nadine. Seu rosto, embora sem ferimentos físicos visíveis, estava marcado por uma exaustão sombria, a tensão de um Rei que havia sacrificado sua própria disciplina.— Você está acordada.. Posso dizer que você me deu um verdadeiro susto — Sua voz era baixa, um som grave que mal quebrava o silêncio, mas que carregava um pesar incomum.Nadine tentou mover o braço, mas a fraqueza era esmagadora. Seus olhos se fecham de novo, mas com calma ela diz, com
Nadine desabou. Como se a magia deixasse seu corpo e por consequência sua energia vital também. A exaustão e o ferimento a atingiram com força total. O último som que ouviu foi a voz do xamã:— Abram caminho! a Rainha está ferida! — Ela escutava o som da voz do homem distante, mal podia entender o que falava. Estava fisicamente inconciente.O balanço de ser carregada trazia certo acalento, os sons da guerra se foram quase que todos ao mesmo tempo.Estava assustada, ao mesmo tempo que calma, fechou os olhos após tentar abrir eles com mais força, se sentiu ser deitada em uma maca.— Nadine! — Era a voz de Lua — Me deixem passar! — Ela foi impedida por alguns vampiros que brigaram com ela para que deixasse o xamã trabalhar.— Qual a situação!? Exijo saber! — Disse a voz um pouco mais firme de Savana.— Ela perdeu muito sangue esta esgotada, ela precisa de espaço o xamã sabera o que fazer. — DIsse a voz de um nosferato ja conhecido por eles.Foi um baque quando a porta se fechou com forã
Aquele amanhecer trazia consigo o prelúdio agourento de aço, magia e o cheiro metálico da morte. Nadine estava ao lado de Johan, no alto, sentindo a marmórea frieza de seu corpo como seu único ponto de equilíbrio contra a voracidade de sua própria magia. A ansiedade pela batalha era palpável.— Taddeus se aproxima — disse Johan, sua voz um comando seco. — A magia dele é a real ameaça. Ele a superou em poder puro, Princesa. O risco não está na prata, mas na sua exaustão.— Ele é o mais poderoso Belladona que resta, fora de mim — reconheceu Nadine, vestida em seu traje de combate manchado de terra, símbolo de seu novo papel. — Mas ele é caótico e instável. Minha chama interior é centralizada pelo seu todo; a dele é um vendaval sem propósito final, as vezes a magia faz o que quer com ele.Eles desceram ao campo. O exército de Draconis esperava. Nadine se posicionou, atenta à presença de Taddeus, ela sentia. Ele estava envolto em uma aura bruxa cor de tempestade, pulsando com um poder que
O casamento havia sido selado com sangue e fogo político, mas a consumação final esperava o término da cerimônia na Torre de Obsidiana. Nos aposentos do Rei, no entanto, a noite não era de descanso. Nadine e Johan estavam debruçados sobre o mapa, a urgência da guerra misturando-se à tensão física dos dois que só crescia.— Taddeus atravessou as Montanhas. Ele espera a divisão. Ele espera que a presença do Rei Benjamin gere confusão entre meus suditos — disse Johan, a voz grave cortando o silêncio.Nadine traçou uma linha no mapa. — Ele me subestima. Minha magia de sustentação garante que os curados não hesitarão. Minha ala de suporte estará na retaguarda, na verdade acho que ele nem se quer imagina a extenção do que eu posso fazer.Ela ergueu o olhar para ele. A clareza de sua mente, agora centralizada pelo contato anterior com ele, era absoluta.— Não serei apenas a base de sustentação de cura. Serei a chave para Benjamin. Usarei minha magia para anular sua voz e forçar Benjamin a de
Nadine acordou antes do amanhecer. A primeira coisa que notou não foi a luz, mas a ausência total de frio em seu corpo. Pela primeira vez em semanas des de que chegou no reinado, seu pulso mágico estava em perfeita harmonia e calmaria, estável, mas poderoso, ela se sentia no controle da sua própria magia. O preço de tudo isso estava ali, ao seu lado. Mas essa estabilidade estava deixando a garota simplesmente quebrada por dentro, aceitar ser tão humilhada e usada por ele... Era repugnante.Johan dormia (ou repousava), ainda a contendo em seus braços. Agora a temperatura de sua pele já não era chocante, mas familiar, quase reconfortante. Ela tocou a cicatriz deformada em seu braço, um lembrete físico de seu descontrole e da dor que ele estava disposto a suportar para transformá-la, seria isso?Com a clareza da mente restaurada, a raiva voltou. Não a raiva cega da humilhação, mas a fúria fria da estratégia. Ela havia sido dominada, marcada e usada, mas, em troca, havia recebido controle





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