Tags: bilionário possessivo, casamento contratual, reencontro de ex, vingança, segredo do passado, mãe doente, tensão sexual, amor proibido Lara nunca imaginou que um dia precisaria implorar ajuda ao homem que partiu seu coração. Anos atrás, ela rejeitou Dorian Vega — um estudante ambicioso, pobre, e apaixonado demais por ela. Hoje, ele é um bilionário frio, poderoso… e rancoroso. Quando a mãe de Lara adoece e as contas se tornam impagáveis, ela é obrigada a aceitar a proposta que Dorian coloca sobre a mesa: 🔒 Um contrato de casamento. ⏳ Duração indeterminada 💰 Dinheiro suficiente para salvar sua mãe. Ela só não esperava que Dorian quisesse mais que sua presença. Ele quer controle. Vingança. E talvez… o que restou do seu coração. “Você me rejeitou no passado. Agora, é minha.” Mas quanto tempo dois corações feridos conseguem resistir antes de explodirem em desejo? TRILOGIA CONTRATO ARDENTE Livro 1: Protagonistas Dorian e Lara Livro 2: Protagonistas David e Catarina Livro 3: Protagonistas Benjamin e Alexis.
Leer másLARA
As portas espelhadas se abrem com um sopro de ar frio e a elegância sufocante que envolve o mundo de Dorian. É diferente de quando nos conhecemos e ele ainda estava desenvolvendo o negócio. Tudo entre nós mudou desde que o deixei. O mármore negro no hall, a recepcionista com olhar treinado para detectar quem pertence ali — e quem não pertence.
Eu claramente não pertenço.
Respiro fundo, com os ombros tensos e a bolsa apertada contra o peito. Meu coração está em colapso. Não por ele. Por ela. Pela mulher que me ensinou tudo sobre dignidade, e que agora, do lado de fora daquele elevador, depende da minha capacidade de engolir o orgulho.
O mundo desmoronou na minha cabeça na última semana. Perdi o emprego justo quando minha mãe mais precisava de ajuda.
— Lara Andrade? — a secretária repete meu nome com desconfiança, como se confirmasse algo absurdo.
Assinto. Minha voz não sai.
Ela analisa minha roupa simples, o nervosismo evidente. Alguém como eu não entra assim, sem hora marcada. Mas mencionei o nome dele e disse que nos conhecemos há mais de uma década. Mostrei fotos antigas, que eu nem deveria ter mais. E isso tem peso. Por mais que ela ache que eu esteja mentindo, se for verdade, como de fato é, e ela não avisá-lo, poderia se complicar.
Ela respira fundo e pega o telefone.
— Estou com uma… Lara Andrade na recepção. Disse que precisa falar com o senhor, é urgente.
A pausa parece durar séculos. Então a resposta vem, seca:
— O senhor Dorian informou que não tem nada a tratar com você.
Nada.
Minha garganta arde.
— Pode dizer a ele que é sobre a Natália, que é caso de vida ou morte? — minha voz sai, finalmente. — Ele conhece.
Ela repete a frase, em voz baixa.
Mais silêncio. Mais uma negativa.
Nada.
Nada a ser dito.
Nada a ser ouvido.
Nada restou.
A mulher desliga.
— Sinto muito, senhorita. O senhor Dorian está em reunião e pediu que a senhorita não insista.
Não insista.
Meus pés permanecem ali por mais um segundo. Eu sou uma mulher adulta, acostumada a me virar sozinha. Mas isso… isso é diferente. Isso é minha mãe. E ele sabe disso.
Dou um passo para trás. Outro. As paredes de vidro distorcem meu reflexo. Eu pareço mais jovem, mais frágil, mais perdida do que gostaria. Não choro ali. Mas os olhos ardem.
Viro as costas.
E é nesse exato momento que a porta da sala dele se abre com força. O silêncio do hall é rasgado pela presença que sempre tomou tudo ao redor como se o mundo fosse dele por direito.
Dorian Vega.
O homem que me amou. O homem que eu deixei. O homem que agora me olha como se eu fosse poeira indesejada no caminho.
Ele para. Me encara. E diz, baixo, frio, direto:
— Cinco minutos. No meu escritório.
Não é um convite.
É um decreto.
A sala é ampla, masculina, decorada com madeiras escuras e couro. Ele anda até a mesa e se senta, como se estivesse diante de um fornecedor ou uma acusada — não da mulher que, um dia, dormiu com a cabeça no peito dele.
Fico de pé. Não me ofereço para sentar.
Não sei se mereço.
Não sei se ele deixaria.
— Fale. — Ele cruza os braços.
— Minha mãe… — começo, e já sinto a emoção me trair. — A Natália. Você a conheceu. Ela precisa de uma cirurgia urgente. É cara. Muito. Eu perdi o emprego. Não tenho como pagar. Nenhum plano cobre. E os médicos dizem que não há tempo a perder. Eu… eu pensei…
Ele ergue uma sobrancelha.
— Que eu deveria bancar a cirurgia?
— Não é isso. — Engulo em seco. — Eu pensei que talvez você pudesse me dar um emprego. Qualquer coisa. Eu trabalho por cada centavo. Não estou pedindo caridade. Estou pedindo uma chance.
Ele se inclina levemente para frente.
— E por que, exatamente, eu daria isso a você?
— Porque eu sou boa no que faço. E porque você me conhece. — Minha voz quebra, mas me recomponho. — Porque, no fundo, mesmo com tudo que aconteceu, você sabe que eu não estaria aqui se não fosse urgente.
Ele fica em silêncio. Longo demais.
E quando fala, é uma lâmina.
— Você esteve ausente por anos. Foi embora sem explicações. Sumiu. E agora aparece implorando. Isso não é um pedido de ajuda, Lara. É chantagem emocional disfarçada de súplica.
— Não é isso…
— Acha que um bom choro vai me lembrar do que eu sentia por você?
A dor é física.
Ele sabe exatamente onde bater.
— Não. — murmuro. — Mas pensei que você ainda fosse humano o suficiente para entender.
Ele se levanta. Anda até mim com passos lentos, frios. Para a um palmo de distância. E diz, firme:
— Sinto muito pela sua mãe. Mas não tenho nada a oferecer a você. Nem emprego. Nem dinheiro. Nem empatia. Essa porta está aberta, Lara. Use-a antes que eu mande alguém fechá-la e enxotá-la daqui como você fez comigo anos atrás.
Fico ali por um segundo. Assimilando a dor.
Então me viro.
E saio.
Sem olhar para trás, lutando para não derramar lágrimas na frente dele.
As palavras dele reverberam dentro do meu peito como estilhaços. Não pela crueldade em si, mas pela precisão com que foram lançadas. Dorian nunca desperdiçou uma frase. Cada sílaba era uma escolha, e hoje cada uma delas foi uma punição cuidadosamente construída.
O elevador parece longe. Meus passos soam pesados demais para o silêncio polido do hall. A recepcionista me observa de novo, agora com um misto de pena e desconforto. Ela sabe o que aconteceu. Mesmo sem ouvir, sabe. Pessoas treinadas para sobreviver nesse tipo de ambiente aprendem a ler o peso das derrotas nos ombros dos outros.
Entro no elevador sem olhar para ninguém. O espelho de fundo me devolve uma imagem esfarelada: olhos marejados, rosto pálido, postura vacilante. Não quero ser essa mulher. Mas por alguns instantes… eu sou.
As portas quase se fecham quando uma mão as intercepta. Alguém entra. Uma voz educada, leve, atravessa o espaço.
— Está tudo bem?
Não consigo responder de imediato. Limpo os olhos disfarçadamente com o dorso da mão.
— Aparentemente, não. — ele mesmo responde, com um meio sorriso contido. — Mas com o histórico de vocês, seria estranho se estivesse.
Viro o rosto para ele. É Benjamin, sócio e melhor amigo do Dorian. Ele é bonito, mas não é só isso. Tem um ar de alguém que está sempre em controle, mas que não precisa provar isso. Paletó escuro, gravata alinhada, barba bem feita, e um olhar atento demais para alguém que acabou de me encontrar depois de tantos anos.
— Me desculpa. Eu… não estou no meu melhor dia.
— É evidente. — Ele estende a mão.
Aceito o aperto de mão com um aceno tímido.
— O que te trouxe aqui, Lara?
Meu estômago se contorce.
— Medo, com certeza. Esperança, talvez.
Ele sorri de lado, com uma expressão que mistura surpresa e compreensão.
— Achei que fosse você quando te vi passando. Foi estranho.
A vergonha me toma com força. Se ele sabe quem sou, ele também sabe que acabei de ser expulsa, rejeitada, esvaziada. Ele nos conhecia naquela época, sabe a forma como sumi.
— Não quero incomodar. Nem criar mais problemas. Eu já vou embora.
Ele inclina a cabeça.
— E vai fazer o quê? Voltar para casa e esperar um milagre? Se você veio até aqui depois de tanto tempo, é porque algo muito ruim está acontecendo.
Não respondo.
As portas se abrem no próximo andar. Ele segura para que eu passe, apontando discretamente para uma das portas de vidro à esquerda.
— Vem comigo. Cinco minutos. Eu prometo não te oferecer caridade nem clichês motivacionais.
Eu deveria recusar. Orgulho ferido, dignidade dilacerada, coração em ruínas. Mas o cansaço da luta solitária pesa mais do que qualquer protocolo interno de autossuficiência.
Sigo.
O escritório dele é menor, mais moderno, com tons claros e janelas amplas que capturam o movimento da cidade. Há livros por todos os lados, em estantes abertas e bem organizadas. Um quadro moderno na parede oposta à mesa chama atenção — é vibrante, abstrato, feito de linhas caóticas e cores improváveis. É bonito. E inquietante.
Ele oferece uma poltrona e senta na outra, à minha frente, como se estivéssemos em uma sessão de terapia disfarçada de conversa informal.
— Quer me contar o que está acontecendo?
— Eu perdi o emprego. — Respondo com honestidade. — E minha mãe… está doente. Precisa de uma cirurgia urgente. Eu não tenho como pagar. E achei que… talvez o Dorian pudesse me dar um emprego. Um começo. Alguma forma de conseguir o dinheiro.
— E ele recusou.
Não é uma pergunta. É uma afirmação. Clara como a luz que entra pela janela.
— Recusou. — murmuro.
Benjamin cruza uma perna, pensativo.
— Eu o conheço há muitos anos. Trabalhamos juntos em tudo, desde antes da fortuna. E também sei que, se ele te recebeu na sala dele, é porque ainda sente alguma coisa. Entenda, eu não deveria estar te contando isso.
Solto uma risada amarga.
— Se sente, é rancor. Ele foi… cruel. E ele tinha razão. Eu fui embora. Eu não disse nada. E agora apareço pedindo ajuda.
— Situações desesperadas não seguem lógicas emocionais.
— Não estou pedindo que ninguém me salve. — me apresso em dizer. — Eu só quero trabalhar. Qualquer coisa.
— Você sabe fazer o quê?
— Gestão de projetos. Vendas. Atendimento. Já liderei equipes, mas aceito cargos mais baixos. Só preciso de uma entrada.
Benjamin inclina o corpo para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.
— Se eu te der uma entrada… o que você faz com ela?
— Eu corro com tudo o que tenho.
Os olhos dele me analisam por longos segundos. Há julgamento, mas não desprezo. Há avaliação — como alguém que mede não só o que é dito, mas o que é sentido.
— Me dá vinte e quatro horas. Talvez eu consiga pensar em algo.
— Por quê?
— Porque você é importante para ele. E porque eu odeio ver uma pessoa disposta ser tratada como se fosse descartável. Mesmo que, tecnicamente, ela tenha se autoexilado por anos.
Sorrio com ironia.
— Você é gentil. Mas não precisa fazer isso.
— Eu sei. — Ele se levanta. — Mas mesmo assim vou fazer.
Antes de que eu possa dizer qualquer coisa, Dorian irrompe pela porta, furioso.
LARAO espelho reflete uma mulher que quase não reconheço.E, ao mesmo tempo, talvez nunca tenha me visto tão claramente.O vestido branco que escolhi não tem rendas nem brilhos — mas carrega mais luz do que qualquer traje que já vesti. É feito de um tecido leve, que flui ao redor do corpo como se soubesse onde parar. Acima da barriga que já se anuncia com firmeza, o decote em V valoriza o colo com elegância. As mangas caem pelos ombros e braços como um véu de nuvem. O cabelo preso com delicadeza, algumas mechas soltas. O brilho nos olhos, impossível de camuflar.Estou grávida. Estou casada. Estou viva.E hoje, pela segunda vez, vou prometer a ele tudo o que tenho — não porque um contrato nos obriga, mas porque o amor nos escolheu.— Você está deslumbrante. — A voz da minha mãe me alcança da porta.Sorrio. Ela se aproxima, com os olhos brilhando. Não usamos maquiadora, nem cabeleireira. Só as mãos de quem me conhece de verdade.— Pronta? — ela pergunta, segurando meu buquê de flores d
DORIANQuando abro a porta de casa, não espero encontrar risos.O dia foi longo, como todos os últimos têm sido. As reuniões se arrastaram, as decisões exigiram mais diplomacia do que estou acostumado a ceder, e o trânsito parecia querer provar que cidade tem alma de tortura. Mas é esse som — esse som específico — que me faz parar no corredor e esquecer tudo.Uma gargalhada. Alta. Solta. E outra em seguida.Duas vozes femininas, em perfeita sintonia, rindo como se o mundo não tivesse mais nenhuma dívida com elas.É isso. A dívida foi paga.Sigo o som até a sala de estar. A iluminação é suave, as luzes indiretas espalhadas pelos cantos dão um ar de lar, de colo. A TV está ligada em um filme antigo, daqueles de comédia romântica em que todo o roteiro gira em torno de mal-entendidos, cafés derramados e reencontros no aeroporto.Lara está recostada no sofá, uma almofada apoiando a base das costas, os pés descalços cobertos por uma manta azul. Ao lado dela, sua mãe — sim, sua mãe, porque a
LARATrês meses se passaram desde o dia em que a dor tomou tudo.Três meses desde que meu corpo apagou para proteger o que ainda havia de mim. Desde que descobri que não estava mais sozinha — não de verdade — porque dentro de mim batia um coração novo. Um coração pequeno, mas já imenso demais para caber em qualquer explicação.Agora, o tempo desacelera.O outono chegou, e com ele vieram os dias mais curtos, o cheiro amadeirado no ar, os cobertores deixados sobre o sofá. Minha barriga começa a desenhar sua presença por baixo dos vestidos de algodão, e Dorian fala com ela como se ela entendesse. E talvez entenda.A casa ficou mais silenciosa desde que Cat e David viajaram para a filial no Oriente Médio. Minha mãe fez outra cirurgia e tem se recuperado no seu ritmo. Lê. Caminha. Fala pouco. Pensa muito. Nunca força uma conversa. Não toca no assunto. Não insiste em desculpas.Depois de tudo, aceito a palavra do neurologista: a primeira cirurgia a livrou da doença, mas abalou seu cérebro.
LARAAcordo com um som que não vem de máquina nenhuma.É o som do silêncio confortável. Da respiração dele.E de algo novo entre nós.O tempo passa devagar depois da notícia. Peço que a médica explique tudo de novo, com calma, para ter certeza de que não estou sonhando. Ela o faz com delicadeza. Explica que a cirurgia foi preventiva, que o bebê está seguro, que tudo agora dependerá do cuidado e do repouso. Diz que é cedo, mas que está tudo bem. Tudo. Na mesma noite, Dorian arrasta a poltrona até a beirada do meu leito, e ali dorme, com os pés esticados, o paletó servindo de cobertor, e os olhos semicerrados mesmo quando diz que está acordado.Acorda sempre que me mexo. Sempre que suspiro.— Dorian — sussurro, certa vez, durante a madrugada. — Dorme de verdade. Eu estou bem.Ele ergue os olhos na penumbra e responde:— Eu estou dormindo. Só por dentro.No dia seguinte, a médica entra no quarto com um leve sorriso e um tablet na mão.— Achamos que vocês gostariam de ver. — Ela vira a te
LARAA primeira coisa que ouço é a máquina.Um bip constante, como um metrônomo do mundo que ainda pulsa.Depois, o cheiro.Desinfetante, álcool, algo frio e clínico.O som da respiração dele vem em seguida.Baixa, ritmada, como se ele estivesse se esforçando para manter a calma.Mas eu conheço Dorian Vega.Ele só respira assim quando está tentando não quebrar o mundo ao redor.Abro os olhos devagar. A luz me fere como se fosse faca. Pisco. Tento me mover. Não consigo.Um gemido escapa. Baixo. Mas é suficiente.— Lara? — A voz dele quebra. — Amor… você está comigo?Viro o rosto na direção do som. Dorian está ali. Sentado ao meu lado, os olhos vermelhos, a barba por fazer, o terno amarrotado como se o mundo tivesse passado por cima dele.E ele tivesse deixado.— Você… — Minha voz falha. — Você está aqui.— Eu nunca sairia daqui — ele responde, pegando minha mão, beijando meus dedos com tanta ternura que me dói mais do que qualquer dor física. — Você me assustou. Muito.Fecho os olhos d
DORIANO quarto é amplo, silencioso e claro demais.Luz natural entra pela janela lateral, mas tudo em mim continua em sombra. Sombra de medo. De impotência. De tudo o que não consegui evitar.Lara está ali. Tão perto.Mas tão ausente.Os fios ligados aos monitores registram cada batida do coração dela — e do nosso bebê. Um compasso lento e constante, que deveria me trazer alívio.Mas tudo em mim continua em guerra.Ela ainda não acordou.Os médicos dizem que é normal. Sedação leve. O corpo está reagindo bem, o bebê está seguro. Mas nada disso me basta.A cada minuto que passa, sinto como se estivesse tentando sustentar um castelo com as próprias mãos. Como se tudo pudesse ruir, caso eu me distraísse.Sento na poltrona ao lado da cama e observo seu rosto.Mesmo adormecida, ela é Lara. Minha mulher. Forte. Brilhante. Indomável.E isso me dilacera ainda mais.Porque hoje ela precisou ser frágil. E ninguém deveria obrigá-la a isso.— Eu devia ter te seguido mais de perto — murmuro, com a
Último capítulo