Não demoramos muito para atrair atenção.
Na verdade, acho que bastou meu salto tocar o mármore e o sorriso do Dorian brilhar sob os lustres para que os olhos se voltassem a nós. Mas agora não são apenas convidados. São jornalistas.
Quatro deles se aproximam com microfones em mãos e sorrisos afiados. Estão posicionados como se tivessem ensaiado, flanqueando nosso caminho com uma naturalidade suspeita. Dorian desacelera o passo, como se já soubesse que isso aconteceria.
Ele ergue uma sobrancelha, me lança um olhar rápido e, sem dizer uma palavra, aperta um pouco mais minha cintura. O gesto é discreto, mas sua mão desliza suavemente pelas minhas costas até encontrar o ponto exato onde meu vestido termina e minha pele começa. Quente. Precisamente íntimo.
Eu estremeço.
Ele sente.
E sorri como se nada tivesse acontecido.
— Sr. Vega! — uma jornalista mais jovem se adianta, segurando um microfone com a logo de um dos maiores sites de notícias do país. — Podemos roubar um minuto do seu tempo?