LARA
O mundo inteiro parece parar no exato segundo em que desço da limusine.
Os flashes não esperam que eu me ajuste ou respire. Estão prontos, posicionados, famintos por um clique que diga tudo — ou que alimente os boatos que ainda nem nasceram.
Dorian estende a mão como se já tivesse feito isso mil vezes antes. O toque dele é firme, quente, e sustenta mais do que apenas um apoio para eu sair do carro. Sustenta a mentira.
— Sorria — ele murmura, com os olhos fixos nos meus. — Você está feliz. Você me ama. Você é a mulher mais feliz do mundo.
O sorriso que formo nos lábios é impecável. Mas não é por ele.
É pelo papel que tenho que interpretar.
Ele se posiciona ao meu lado como se fosse parte do meu corpo. A mão pousa suavemente na minha cintura, um gesto natural demais para alguém que diz não se importar. Mas o aperto sutil dos dedos, firme o bastante para que eu sinta a pressão sob o tecido do vestido, diz outra coisa: ele ainda está no controle.
O tapete se estende até a entrada imp