CAPÍTULO 2– A atual temporada

(Naila)

A quem diga que psicopatas não são loucos, não tão loucos assim, como todos dizem. Eu acho, que eles tentam fazer o que acham certo, eliminar todas as coisas erradas no mundo. E acabam se esquecendo deles mesmo. Todo mundo esquece, pequenos detalhes, como se tornar um assassino em série, ou de tomar um anticoncepcional depois do sexo.

— E agora! O que eu faço? — Caminhei de um lado para o outro, com o teste na mão. — E agora?

Olhei para o telefone, Nolan estava ligando para mim, andei às voltas. Meus cabelos bagunçados e desalinhados me fizeram parecer uma completa desesperada.

O som da batida na porta me fez assustar e esconder o teste por baixo da almofada.

— Já vou! — O som da porta tornou-se mais barulhento. — Pára de bater! Eu disse que já vou.

Corri até a porta, sem nem sequer olhar pelo olho mágico. E quando abri, ela estava lá.

Ela olhava estranho para mim, molhada com alguma coisa, mas não era água, não estava chovendo.

— Syara? O que você faz aqui?

Ela foi entrando, me empurrando como se a casa lhe pertencesse. Não sei o que se passa com essa miúda, tem apenas vinte anos, mas se acha dona do mundo.

— Você vai terminar com Nolan agora mesmo.

O tom de voz dela fez meus pelos se arrepiarem, não foi o que ela disse, mas como disse, sem emoção, e com uma frieza devastadora.

Ela sentou, calma e elegante, com roupas tão caras que teria que trabalhar meses para tê-las. Sabia que os pais dela têm grana, mais quão é para ela usar prada assim como se nada fosse.

— Sai da minha casa!

— Está me expulsando?

— Nolan disse que não deveria te receber quando estiver sozinha, e que era para chamar a polícia se necessário. — Caminhei, até onde estava o meu celular. Mas ela foi mais rápida e pegou antes de mim.

Puxou o braço, me fazendo ficar de frente a tela do celular e desbloqueou, com um gesto rude, ela me empurrou para o outro lado, caí direito na poltrona atrás de mim.

— O que acha que está fazendo? Ficou louca?

— Eu sou louca! Então vê se cala a boca antes que faça por ti. — murmurou, mexendo atentamente no meu celular.

Ela apontou a câmera, o flash forte me deixou com dor nos olhos.

— O que é isso? Para que serve?

Ela sorriu. Até o sorriso dela era de arrepiar. Tenebroso quanto sua beleza.

— Seu namorado está surtando. — Recebi o celular e vi as mensagens que eles estavam trocando. Nolan estava implorando pela minha vida.

“Syara! O que pensa que está fazendo? Não toca nela, eu imploro. Hey, deixa ela em paz. Syara sua louca. Nem tente fazer nada, eu estou vindo”.

— Parece que ele se preocupa muito com você.

— O que disse a ele. Aqui não tem nada. Mandou uma mensagem de visualização única?

Ela se levantou, ficou de frente a porta, contando os minutos, até o som do elevador tocar.

— Grita. — falou.

— Gritar? Porquê?

— Eu mandei você gritar. — Ela atirou um copo contra a parede o que me fez gritar.

Nolan, entrou chutando a porta. Com tanta força que a fechadura saiu.

Ele parado a minha frente, seu peito arfava e me olhava com medo, ou ternura. Susto talvez. Era tão difícil de decifrar até o olhar dele indo em direção a Syara. Raiva, e com uma pitada de alívio.

Ele ergueu-se, e puxou ela pelo braço.

— Você enlouqueceu de vez? Porquê veio aqui? — ele olhou para mim, parecendo chateado— Eu disse pra você chamar a polícia. Porquê está aí parada?

— Tem certeza que quer que ela chame a polícia? Olha que eu tenho muito para contar.

— Ouve aqui sua louca! Eu tenho contas para acertar com você. Agora vai embora e vê se não volta. — puxou ela pelo braço e tirou ela para fora da minha casa, até ao elevador. E só voltou até as portas se fecharem.

O homem de cabelos pretos e olhos castanhos, caminhou em minha direção. De forma tão atraente, tão determinado, que por momentos acabei por esquecer o que tinha acontecido minutos antes.

Ele ficou tão perto que pude sentir o hálito fresco dele. — Não deixa ela ficar perto de ti. Fuja. Corra o mais rápido que puder.

Ele se aproximou mais ainda, tanto que pude sentir o calor de seus lábios. Quentes, macios, firmes. Excitantes, e super meus.

Ele carregou-me ao colo, enquanto caminhava para o quarto. Eu sabia o que estava pra vir.

Ele transa como ninguém, não como os outros caras. Ele é incrivelmente único nisso.

Eu só preciso contar para ele.

Mas como eu faço isso?

Antes de pensar em como, estava atingindo outro ápice do prazer. E o gemido preencheu o apartamento.

O orgasmo é prazeroso. Delicioso vindo dele.

No peito dele, eu sentia o coração dele batendo. Uma melodia dançante, bastante alegre.

— Seu coração tem um som incrível.

— Não é igual a todos os outros?

— É! Mas o seu me deixa empolgada. — falei. Sorri e acariciei seu peitoral. Passei a mão outra vez no seu membro, ele mexeu,

— E se nós tivéssemos uma família?

— Família? — ele questionou com certa descrença. — Porquê tanta pressa?

— Não! Mas sabes que coisas assim acontecem. Não dá para evitar.

— Eu sei que você se protege bem. Foi por isso que eu te escolhi. Uma enfermeira só engravida quando quer, você entende isso melhor do que ninguém. Além disso não penso em ter filhos agora. Eu gosto como a gente está agora.

Não quer! E agora? Se ele não quer o que faço?

Levantei da cama, sentido um frio imenso na barriga, corri para o banheiro e tirei tudo de dentro. Meu estômago estava todo embrulhado e tirei tudo o que não tinha comido.

— Ele vai achar que fiz de propósito. Que usei a gravidez para prender ele.— sussurrei. Minhas mãos estavam tremendo ou suando, não conseguia ver pelos olhos cheios de lágrimas.

— Naila! Você está bem? — perguntou ele, da porta.

— Eu…— limpei as lágrimas com a palma da mão. Lavei o rosto na pia. — estou bem. Só estava com o estômago as volta.

— Tá! Eu preciso ir agora! As coisas com a Syara vão piorar se não for procurar por ela. Mais tarde eu ligo. E não se preocupa com a porta eu mando alguém vir concertar. — Disse, antes de finalmente sair. Quando saí, vi ele conversar com uma mulher antes do elevador fechar as portas, ele estava sorrindo, pareciam íntimos.

Fiquei ali parada, por breves momentos eu não soube o que fazer, nem o que pensar. Alguém chamava por mim.

— Hey moça! Consegue me ouvir. — ele me tocou no ombro. Tomei um susto enorme e ele também.

— O que você faz aqui? Quem é você?

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