Quando percebeu que a víamos, ergueu o copo num brinde silencioso e sorriu.
Aquele sorriso.
O tipo de sorriso que anuncia tempestades.
Entramos novamente. O ar da casa parecia mais denso do que antes, como se até as paredes tivessem ouvido a conversa no jardim.
Sofia caminhava à frente, elegante, com aquele porte que impunha respeito sem precisar levantar a voz. Eu vinha logo atrás, tentando disfarçar a confusão que ainda me rodava a cabeça.
Syara estava na sala.
A mesma postura de sempre, relaxada demais para ser inocente. Fingiu surpresa, ergueu o rosto e sorriu como quem cumprimenta sem realmente se importar.
—Doutora West, não é? — perguntou, num tom leve, quase doce. — Sempre ouço falar muito da sua competência.
Sofia parou. O olhar dela, embora educado, era frio e direto.
—Obrigada. — respondeu apenas, com a voz firme. — Faço o que é preciso ser feito.
O silêncio que se seguiu era feito de coisas não ditas. Syara inclinou a cabeça, esperando algo mais — uma explicação,