Dois anos depois…
NOLLAN — Minha nossa, que coisa mais horrível – diz a voz feminina parada em minha porta. — Droga! – Falei enquanto cobria as minhas partes íntimas com a almofada. — Que situação! – Disse ela entrando e colocando a bolsa encima da mesa. —É assim que tu entras? Pelo menos um pouco de respeito, estás em minha casa. — Vocês deveriam se respeitar primeiro, fazer esse tipo de coisa é no quarto, mas me parece que vocês gostam de uma bela aventura — falou rindo. Que situação mais embaraçosa, eu sei que ela é uma sem vergonha nenhuma, ela sempre faz isso, mas hoje eu não esperava por ela. — Toma as suas roupas – diz entregando a roupa a Naila, ela diz – você não cansa de ser encontrada nessas circunstâncias? — Eu me vou embora – respondeu a Naila com o rosto todo vermelho. — Desculpa – disse eu, envergonhado – outra vez! Você as vezes parece ser minha mulher com esse comportamento. — Eu te matava se fosses meu marido e te encontrasse assim! E se quer privacidade da próxima vez tranca a porta! – Falou ela. Assim que a Naila saí pela porta, da um sorriso fofo e ingênuo. — O quê que ela quer dizer com aquele sorriso, ela ainda quer uma próxima vez? – Falou ela indignada – o que você faz com essas garotas, nem és assim tão bonito. — A única garota aqui é você. Ouve aqui jovem, para de vir a minha casa sem aviso – falei vestindo os calções. — Se queria privacidade não deveria ter-me dado as chaves de casa! Você sabe que eu sou como sou, mais irritante impossível – caminhava pela cozinha enquanto falava – temos um jantar de família daqui a dois dias, a tua mãe ligou para mim, advinha o que ela disse? — Para me vir buscar? – Limpei os óculos – era só isso que me faltava. — Eu já sou bem grandinho para que uma garota de 19 anos cuide de mim— respondi. — É a sétima vez nesse mês que te encontro como hoje, sem falar que eles ainda acham que tu usas drogas – comentou ela entre os goles de água – não é de admirar que não confiem em ti. — Tu já cá estiveste sete vezes em minha casa só esse mês? — Da outra vez vocês estavam no banheiro, minha nossa. — Syara ! Qual é a tua? — Vocês precisam mesmo fazer sexo tantas vezes assim? Isso também faz mal, sabia? E além disso vocês nem são casados, nem namorado são, isso é ultraje. — Você ainda é virgem Não é? — Quê? – Perguntou, fundindo indignação. Pela primeira vez vi ela ficar com vergonha. — Ficou com vergonha foi? — Não teve graça! Mas respondendo a tua pergunta, graças a você não tenho muitas opções de homens que queiram estar comigo! — Você é louca de natureza, ninguém quer estar contigo por causa disso. — Todo mundo me ama, sem exceção. — Claro, eu sei a razão de ser único do seu lado, você afastou a todos com as suas ideias loucas de diversão, quem raio iria pensar em sangue falso nos extintores da escola, logo no baile de formatura. — Aquela festa estava um saco. — Aquelas podres criaturas ficaram horrorizadas com aquele cenário todo, por momentos eu pensei que você tinha assassinado alguém há muitas formas de diversão Syara , aquilo foi assustador. — Não sabem se divertir – respondeu dando uma mordida na maçã que tinha acabado de tirar na fruteira – desde aquela altura eu nunca mais fiz nada engraçado. — E na universidade, logo que você chegou coloriu o cabelo da tua colega de quarto. — O cabelo dela era sem graças – respondeu ela batendo os pés no chão. — Mas você fez um arco-íris naquilo — disse atirando o controle no sofá – você não pode fazer isso sem a permissão das pessoas, pobre garota inocente teve que lidar um ano com você. — Vê pelo lado positivo, eu já não gostava dela, para não acabar matando ela, eu apenas colori o cabelo dela, e agora tenho o dormitório inteiro só para mim — dando uma risada ela disse — eu sou uma mulher sortuda. — Mas… é que nem adianta falar contigo, você não muda mesmo, até com o reitor, eu sei que foi você… aquele grafite na parede da sala dele! — Não fui eu! — Podes até dizer que não foi você, mas eu te conheço bem, todos sabem que quem fica do teu lado só têm problemas, você deveria ser internada num hospício sabia? — Ninguém tem provas de nada, e não fala assim comigo… seu idiota. Vi ela sair com os cabelos em pé parecia sair fogo da sua cabeça, isso já era normal acontecer, ela ficava brava do nada e depois procurava uma forma de me fazer pagar por tudo, uma partida sem graça, a dois anos ela me fez todo o tipo de partidas sem graça que possam imaginar, ela me drogou, bateu meu carro e me culpou, e ainda… receio que ainda não acabou, vivemos toda a vida juntos, ela quase tentou—me matar, ela sabe que sou alérgico ao maracujá, e adivinhem o que ela fez, essa miúda é a mais louca do mundo dos loucos que possam imaginar… mas eu tive que a suportar por pelo menos 20 anos da minha vida. E eu sei que tem mais! — Ela ficou brava com isso? Que miúda mais sem noção. Jantares de família, tão importantes como respirar! Eu estava à espera de qualquer coisa… mesmo. — Estamos aqui todos reunidos mais uma vez, estava com muita saudade de todos – disse o meu pai já na mesa. — Não faz tanto tempo assim né pai – falei olhando para a Syara – nós nos vemos sempre em cada semestre. — Desde aquela brincadeira que você teve a ideia parva, ficaram 1 ano sem vir – disse o meu pai olhando para mim – e por que você decidiu ir morar tão longe? Há tantas casas aqui perto. — Ele foi para cuidar da Syara ! — diz a mãe dela — Sério Nollan ? — pergunta o seu pai. — Então por que não disse isso antes? Foi melhor decisão que você já teve, vocês precisam mesmo cuidar um do outro – disse o meu pai olhando para a Syara . — As mulheres são muito mais cuidadosas em relação ao homem, sempre foram assim, desde a criação do mundo – respondeu a minha mãe – e como ele se tem comportado Syara ? Eu olhei para ela, eu sei que já sou adulto, mas ainda tinha medo da reação dos meus pais, ainda me importava com o que ele pensavam sobre mim, eu sei que todos nessa mesa pensam que sou inconsciente, drogado, irresponsável, imaturo e principalmente um sociopata, e várias vezes eu me perguntei por que não dizer toda a verdade sobre ela, por que levar a culpa de todas as coisas que ela faz? Assim que eu olhei para ela, e vi o sorriso malvado no seu rosto eu soube logo que nem adianta tentar, ela vai me distruir assim que começar a chorar, já deixei essa história ir muito além para tentar impedir alguma coisa. — Podem parar com isso? Eu sou muito adulto para que uma criança de 19 anos cuide de mim – além disso eu sou dono do meu próprio nariz. — Olham quem fala, diz o homem que sempre que eu vou em sua casa vejo sempre com uma mulher diferente a fazer sexo. Assim que ela disse isso, todos na mesa engasgaram—se até eu, como se eu já não soubesse disso, ela age de forma totalmente imprevisível, sempre que há uma brecha para me dedurar ela faz, mas afinal de conta quem é mais velho aqui? Tenho que por um basta nisso! — Já chega Syara ! – Gritei – eu sou adulto caramba! — Você deixou uma garota de 19 anos ver você fazer sexo com outras mulheres? — Ela não b**e a porta – disse, envergonhado. — Por que me deu as chaves então? – e se queres privacidade não faça aquilo na sala, em pleno sofá – falou ela num tom tímido! – eu nunca vi esses tipos de coisas, foi horrível. — Seu moleque idiota, olha o que você fez com essa pobre garota – seu desgraçado. Eu um homem de 20 e poucos anos ainda apanho do meu pai por fazer sexo na minha própria casa, que absurdo! Mas admito que quando ela faz aquela cara de choro até eu penso que sou culpado de tudo o que acontece no planeta. — Faz um tempo que você leva essa vida já! Precisa parar e se concentrar. Acha que vai ficar a vida toda levando mulheres para casa? — Disse a minha mãe. Meu pai ao lado dela apenas acariciava seu ombro. Tentando mantê-la calma. — Eu não disse que vou viver assim a vida toda mãe.— reclamei. — Você já tem quase vinte sete anos Nollan Patrick Golden. Nessa altura eu já tinha uma empresa e estava casado com sua mãe.— Ralhou meu pai. — Você precisa de alguém que vá te colocar nos trilhos. Bufei. — Como ousa fazer isso para o meu adorado tio, seu malandro — Syara disse divertida. Sabia bem que quando estivéssemos juntos, eu pelo menos a tentaria matar. Pelo meu olhar estava claro. — Nós vamos arranjar uma noiva para você!— Falou a minha mãe, firme. — Quê? — Eu e a Syara perguntamos uníssono. — Que papo é esse? Ele é muito novo para isso!— falou ela. Agora tentando me defender do drama que criou. — Hãn! Agora você me defende. — Se estiver casado, como posso continuar cuidando de você— falou ela. — Quer saber! Até acho uma boa ideia, assim, eu não preciso mais levar a culpa por você! Nunca mais. — Tia! Ele não pode se casar! Além disso, estamos em pleno século XXI, que mulher se casaria por… — Eu sei quem— disse tia Adriana. Mãe de Unirian.