— Estava pensando em você há muito tempo... — O homem murmurava ao meu ouvido. Na escuridão da noite, ele me beijava sem vergonha. Ele era meu marido, aquele que entrou para minha família. Depois de uma noite de bebedeira, acabei indo para a cama com ele, e a situação virou um grande escândalo. Por causa disso, como uma filha rica e mimada, fui obrigada a aceitar que ele, um rapaz sem nada, se casasse comigo. Por orgulho, eu o humilhava, o xingava e, sempre que podia, o fazia sofrer. Mas ele nunca se irritava, parecia sempre calmo e obediente. Quando eu comecei a gostar dele, ele pediu o divórcio. O homem, que antes era calmo e submisso, de repente se mostrou uma pessoa completamente diferente, cheia de intenções sombrias. Em um piscar de olhos, tudo mudou. Minha família caiu, e ele prosperou. O marido, que eu havia pisoteado, se transformou no meu patrocinador.
Leer másEu tentei resistir, abri a boca, mas nenhuma palavra saiu. Ainda assim, achei melhor deixar para lá. Afinal, aquilo era algo para depois, o importante, naquele momento, era passar por aquela situação.Fechei os olhos com força e, mais uma vez, mergulhei num estado de semi-inconsciência. Naquele momento, parecia que meu corpo inteiro ardia numa fornalha e, mesmo assim, eu sentia um frio intenso.Depois de algum tempo, George me levantou parcialmente, apoiando meu corpo nos braços. Na mão dele havia um copo d'água, e na outra, duas cápsulas. Ele me disse:— Tome este antitérmico. É importante baixar essa febre primeiro.Balancei a cabeça e, em seguida, afastei as cápsulas, pois mulheres grávidas não podiam tomar remédios.O rosto de George se fechou, e ele falou, irritado:— Você acabou de dizer que ia se comportar direitinho!Lambi os lábios rachados e respondi:— Quero beber água primeiro. — Ao dizer isso, peguei o copo das mãos dele e bebi tudo de uma vez. Só depois peguei as cápsulas
George me encarava fixamente, com um olhar profundo e carregado. Engoliu em seco e, após um longo silêncio, sua voz se suavizou raramente:— Se você se comportar direitinho, eu não vou ser duro com você.Assim que terminou de falar, puxou o cobertor e o colocou sobre mim novamente. Em seguida, pegou a toalha e se preparou para sair.Abracei suas costas às pressas, encostando o rosto nele e, com a voz rouca e fraca, falei com dificuldade:— Eu não quero um médico... Só você cuidando de mim já está bom, George. Pode ser? Só dessa vez, você cuida de mim?Quando a gente fica doente, o coração fica mais frágil, e a voz também. A minha soava delicada, com uma pitada de súplica.Eu nem sabia se ele ia rir de mim. Afinal, do jeito patético que eu estava, ainda tinha a audácia de querer que ele, um presidente, cuidasse de mim. E o pior: alguém que me desprezava tanto. Mas não importava. De jeito nenhum eu podia deixar que ele chamasse um médico.George ficou em silêncio por alguns segundos. Em
Assim que cheguei à porta do banheiro, esbarrei de frente com George, que saía de lá carregando uma bacia com água. A bacia caiu no chão com o impacto, e eu também fui derrubada. A água morna espirrou por todo o meu corpo.George, tomado por uma fúria extrema, me agarrou e gritou:— Por que você não está deitada como devia? Por que se levantou?— Não quero ver nenhum médico... — Agarrei o braço dele com urgência, falando com pressa. — Estou bem, só preciso dormir um pouco... Não precisa de médico, não quero que um médico me examine...George me carregou de volta para a cama em silêncio, puxou o cobertor e me ajeitou.Quando ele se preparava para sair, agarrei rapidamente seu braço e me apoiei nele, chorando com a voz rouca:— Eu realmente não quero que venha nenhum médico. Não chame nenhum médico para mim... Estou bem...— Já chega dessa cena! — George gritou, irritado, e me empurrou de volta para a cama. — Você tem ideia de como seu corpo está quente? E os seus pés? Se não forem trata
— Valentina! — O homem rosnou novamente, com o rosto cada vez mais sombrio. Ele me encarava com fúria. — É melhor você me contar honestamente com quem se encontrou e o que fez com essas pessoas!Naquele momento, eu estava completamente desarrumada, com o pijama por baixo todo amassado e sujo de vinho.Ele certamente pensava que eu tinha saído para um bar com um grupo de homens, e que tínhamos nos divertido bastante. Afinal, aos olhos dele, eu sempre fui uma mulher que gostava de se divertir.Forcei um sorriso nos lábios e respondi com a voz rouca:— Se é isso que você imagina, então é isso mesmo. Não precisa me perguntar.George estava realmente furioso. Ele me levantou com força e me prensou contra a parede. Foi só então que pareceu notar que eu estava descalça.Ele franziu as sobrancelhas com intensidade, olhando para os meus pés com uma expressão de incredulidade.— Você...Assim que me soltou, meu corpo fraco tombou novamente em direção ao chão. Ele me segurou outra vez. Dessa vez
Um sentimento de ironia tomou conta do meu coração naquele instante. Ele não estava no quarto da Mariana, cuidando da sua querida, isso sim era raro.Fechei os olhos, com dor, e então forcei meu corpo a caminhar em direção ao quarto.Tudo o que eu precisava era entrar, tomar um banho quente e dormir bem. Tudo o que aconteceu naquela noite tinha sido apenas um pesadelo, e bastava uma boa noite de sono. Sim, era só dormir. Quando eu acordasse, tudo já teria passado.Eu sentia frio e tremia, mas meu corpo estava absurdamente quente, como se pegasse fogo. Era insuportável. Me sentia completamente mal, cada parte de mim doía, e eu nem conseguia manter os olhos abertos.Mordi o interior dos lábios, dando passos com extrema dificuldade.— Pare aí! — Eu mal tinha chegado à porta do quarto, a voz fria e sombria do homem soou atrás de mim.Fiquei paralisada e não me virei. Ele se aproximou, e sua voz, indiferente mas cheia de raiva contida, soou acima da minha cabeça.— Onde você foi se divertir
— Quando o Presidente Ricardo se apaixonar por alguém, vai entender que tudo o que você quer é casar com quem ama, ter filhos e construir uma família.— É mesmo?Ricardo deu um leve sorriso, sem expressar qualquer opinião.Não me importei com ele e me apressei em direção ao portão da mansão. Só quando saí do jardim da mansão de Ricardo meus nervos tensos finalmente se aliviaram. Desabei sem forças contra um poste de luz, o corpo todo gelado e trêmulo.Eu havia perdido os sapatos quando os homens de Ricardo me arrastaram para dentro do carro.Meus pés tocavam a fina camada de neve, e a dor era cortante como lâminas afiadas. O pijama sob o casaco térmico estava encharcado de vinho tinto, espalhado por uma grande área, e o frio atravessava minha pele, se espalhando pelos membros e ossos, congelando até o âmago.O vento gelado continuava soprando impiedosamente. Abracei o casaco com mais força e, tremendo, peguei o celular e o liguei.Nenhuma notificação apareceu na tela. Nenhuma chamada.
Último capítulo