Odiar você era meu juramento - O herdeiro da máfia.

Odiar você era meu juramento - O herdeiro da máfia.PT

Máfia
Última atualização: 2025-06-09
Olívia Lovegood  Em andamento
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Índice

Máximo Giuseppe Ferraro Bianchi, herdeiro da Cosa Nostra, foi criado com amor, mas forjado na dor. Desde a infância, seu coração pertence a Isabella Moretti, seu porto seguro, sua paixão inabalável. No entanto, aos 24 anos, o destino lhe impõe um beco sem saída: um contrato de casamento com a máfia sérvia. Serena Petrović, a enigmática e poderosa herdeira da máfia sérvia, agora carrega seu sobrenome — não por amor, mas por dever. Dividido entre a lealdade à sua organização e o amor que sempre cultivou, Máximo jura odiá-la até seu último suspiro. Mas... seria ele realmente capaz? Capaz de negar o fogo que nasce do improvável? Capaz de construir um amor tão forte quanto aquele que viu em sua família? Enquanto carrega nos ombros o peso de um casamento arranjado, observa, com revolta e dor, que todos ao seu redor — seus pais, seus tios — se casaram por amor. Então, por que o fardo recai justamente sobre ele? Entre a honra, o dever e os sentimentos que insiste em negar, Máximo descobrirá que o amor, às vezes, nasce onde menos se espera… e que nem todo juramento de ódio está destinado a ser cumprido.

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Capítulo 1

Capítulo 1- A coroa e a maldição

Ponto de vista de Máximo Bianchi

Crescer na minha família sempre foi viver um paradoxo. Dentro de casa, éramos puro amor. Fora dela… o inferno vestia terno italiano e tinha nosso sobrenome.

Eu cresci rodeado por exemplos de homens que eram gigantes. Gigantes no amor, na lealdade, no poder… e, principalmente, na brutalidade quando se tratava de proteger quem amavam. Meu pai, Salvattore, subchefe da Cosa Nostra, era o tipo de homem que arrancava a alma dos inimigos sem piscar… e, no segundo seguinte, beijava minha mãe com tanta ternura que fazia qualquer um acreditar que ele nunca tinha sujado as mãos de sangue.

Meu tio, Matteo, o Don, era a personificação do poder. Um líder que carregava o peso do mundo nos ombros, mas nunca deixava faltar amor dentro de casa. Sua esposa, Alessandra, e seu filho, Enrico Giuseppe, eram sua vida, sua fraqueza, sua força.

E havia Erich, meu tio materno, consigliere da família. Inteligente, frio, estrategista. Casado com minha tia Chiara, irmã do meu pai. Eles eram o equilíbrio perfeito entre amor e guerra, como toda a nossa linhagem.

Mas, de todos os laços que me formaram, nenhum era mais forte do que o que eu tinha com minha irmã, Giullia Ferraro Bianchi. Minha menina. Minha melhor amiga. Minha pequena. Eu a amava de um jeito que não sabia sequer explicar. Ela era meu pedaço de paz num mundo que exigia que eu fosse tempestade. E Deus sabe… se alguém ousasse tocá-la, conheceria o verdadeiro significado da palavra inferno.

Apesar do amor, eu sempre soube que nascer na Cosa Nostra era assinar um contrato com o destino. Nunca fomos livres. Nunca seríamos.

E eu entendi isso, de forma definitiva, no dia em que completei dezoito anos.

Lembro como se fosse agora. O cheiro de couro impregnado no escritório do tio Matteo, misturado ao aroma forte do charuto que ele tragava. As cortinas pesadas filtravam a luz do entardecer, pintando de âmbar as paredes que testemunharam gerações da nossa história.

Meu pai estava lá. Sério. Braços cruzados, expressão dura. Matteo, sentado na poltrona atrás da mesa, me observava com aquele olhar que perfurava ossos.

— Sente-se, Máximo — ordenou, e eu obedeci.

O silêncio pesava. Quase esmagava meu peito. Eu sabia que aquilo não era só uma conversa. Era um divisor de águas.

— Eu e seu pai discutimos isso durante muito tempo — começou, e cada palavra parecia um golpe. — E tomamos a decisão. Quando eu deixar a coroa… ela será sua.

O chão sumiu. Eu não esperava por aquilo. Não tão cedo. Não assim.

Busquei os olhos do meu pai, e ele apenas assentiu, selando minha sentença.

— Enrico será seu subchefe — Matteo continuou. — Ele carrega muito do sangue do seu pai. É impulsivo, explosivo. Uma lâmina afiada… boa para a guerra, mas instável demais para o trono.

Meu pai interveio, firme: — Você, filho… você é diferente. Tem a mesma sede de sangue, mas sabe esperar. Sabe ser paciente. Analisa, calcula, antecipa. Você é letal… mas não desperdiça munição. Isso faz de você o Don perfeito.

Eu deveria me sentir honrado. E me senti. Mas, junto com o orgulho, veio o peso. Um peso que esmagou minha juventude, minhas vontades, meus sonhos.

E, como se isso não fosse suficiente, Matteo lançou o golpe final.

— E… junto com a coroa, vem o acordo. — Ele inspirou fundo. — Aos vinte e quatro anos, você se casará com Serena Petrović, filha do chefe da máfia sérvia.

Senti meu estômago se contorcer. Uma ânsia amarga subindo pela garganta.

Eu sabia desse maldito contrato desde garoto, mas me enganei. Me fiz acreditar que, quando chegasse a hora, algo teria mudado. Que meu pai, meu tio, ou até mesmo Deus, dariam um jeito de cancelar aquilo.

Mas não. O acordo estava vivo. E eu… eu era a moeda de troca.

O problema? Eu já pertencia a outra mulher. Meu corpo. Minha alma. Minha maldita existência inteira era dela. Isabella Moretti.

O amor da minha vida desde que éramos crianças. A menina que me fazia queimar, sangrar, viver. A mulher que moldou o homem que sou.

Lembro como se fosse agora da primeira vez que fizemos amor. Eu tinha dezesseis. Ela, quinze. Era proibido. Era perigoso. Mas o desejo… meu Deus, o desejo era avassalador.

Ela estava linda naquela noite. Cabelos soltos, vestido leve, sorriso que me desarmava mais que qualquer arma. Me lembro de cada detalhe. Da forma como seus olhos se fecharam quando minhas mãos tocaram sua pele pela primeira vez. De como seus lábios tremiam quando eu disse que a amava. De como nossos corpos se encaixaram com a urgência de quem sabia que, dali em diante, jamais se pertenciam a mais ninguém.

Foi intenso. Foi puro. Foi fogo. E foi amor. O tipo de amor que não se explica. Que se sente nos ossos, na carne, na alma.

E era esse amor que agora estava prestes a ser esmagado sob o peso do maldito sobrenome que eu carregava.

Saí daquele escritório como um homem marcado. O peito apertando, a respiração falhando. Dirigi como um louco até a casa dela.

Quando Isabella abriu a porta, bastou um olhar. Ela sabia. Ela sempre soube me ler. Me puxou pra dentro sem perguntar nada. Nossas bocas se encontraram, e, mais uma vez, fizemos amor como se o mundo fosse acabar. Lento. Dolorido. Cheio de promessas que nunca seriam cumpridas.

Mas algo estava errado. Eu sentia. O corpo dela estava comigo, mas a mente… não.

Segurei seu rosto, olhando fundo nos olhos que eu mais amava nesse mundo. — O que está acontecendo, amor?

Ela tentou ser forte. Mas os olhos marejados a traíram.

— Meu pai… — a voz dela falhou. — Meu pai… prometeu minha mão. Para um dos filhos da máfia mexicana.

Foi como se alguém tivesse arrancado meu coração com as próprias mãos.

O ar sumiu. As mãos tremiam. Tudo em mim gritava. Porque, mesmo sendo o futuro Don da Cosa Nostra… eu não podia fazer nada.

Eu não podia começar uma guerra. Não por amor.

Abracei Isabella com toda a força que tinha, tentando, em vão, proteger ela de um mundo que não permitia finais felizes.

E chorei.

Chorei como nunca tinha chorado. Nem quando tomei meu primeiro tiro. Nem quando enterrei homens que considerava irmãos.

Chorei porque, naquele momento, entendi…

A coroa que todos invejavam… era, na verdade, a pior maldição que alguém poderia carregar.

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Capítulo 1- A coroa e a maldição
Capítulo 2 — A Guerra Que Me Habita
Capítulo 3 — Quando o Amor Se Torna Veneno
Capítulo 4 – Entre o fogo e a rejeição
Capítulo 5 – A Noite em Que Eu Desabei
Capítulo 6 – Entre a Razão e o Desejo
Capítulo 7 – O Peso do Desejo, o Gosto da Rejeição
Capítulo 8 – Entre o Ódio, o Desejo e o Orgulho
Capítulo 9 – O Peso das Consequências
Capítulo 10 – Venenosa como uma Flor, Doce como um Punhal
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