Ponto de vista de Serena Petrovic
O silêncio do carro parecia me esmagar enquanto eu olhava pela janela, os olhos fixos na estrada que me levava de volta pra Sérvia. De volta pra casa. De volta pra Aurora Petrovic, minha mãe. A mulher que conhecia cada rachadura da minha alma, cada cicatriz que eu escondia sob a pele impecável e os saltos altos.
Maldito seja, Máximo Bianchi.
Meu peito ardia, latejava. Ódio, dor, decepção… e vergonha. Sim, vergonha, porque até agora, meu corpo traía minha mente. Mesmo depois de tudo. Mesmo depois da cena grotesca dele, sentado naquela poltrona de couro, as pernas abertas, encarando-me fixamente enquanto aquela prostituta loira se ajoelhava entre suas coxas, lambendo, chupando, engolindo aquele pau grosso que, até aquele segundo, eu fantasiava ser meu.
Puta merda, Serena, para!
Bati a mão contra a própria coxa, frustrada. Desde aquele momento, desde aquele olhar carregado de possessão, de selvageria, de crueldade... eu me via no lugar dela. Eu me via a