Quando Byanka flagra seu noivo com outra discurso nenhum resolve. Ela ergue a panela e aplica um “toc” cirúrgico na cabeça do noivo. E quando ele desmaia ela foge antes que a sala vire tribunal da Bratva e ela vire o almoço. Na rota de fuga, aparece Matteo Rizzo — capo italiano de terno impecável, paciência curta e um “manual” próprio. Item 1: capturar Byanka. Item 2: chamar ela de “noiva”. Item 3: regras servidas com a naturalidade de um expresso. Ele jura “proteger”; mas ela chama de sequestro com vista. Resultado: a casa vira um tabuleiro. A cozinha? Trancada (utensílios banidos por motivos óbvios). Corredores? Cheios de câmeras que parecem plateia. As “ameaças” de Matteo soam suspeitosamente como cantadas e as respostas de Byanka vêm carregadas de ironia e mapas de fuga rabiscados mentalmente. Enquanto a Bratva afia o contra-ataque, os dois negociam em pé de guerra. Ela exige porta destrancada, banho sem escolta e uma cláusula “zero frigideiras”. Ele oferece segurança e um último voto muito específico: “não fugir”. O clima alterna entre faísca e faísca — só muda o motivo. No fim, o jogo é simples e cruel: quem piscar primeiro perde. E, para evitar recaídas culinárias, fica o aviso do capo: quem encostar em qualquer frigideira… dorme sem sobremesa.
Leer más— BYANKA
Desço as escadas e vou em direção a cozinha, preciso me segurar muito para não gritar e para não cair no choro agora, eu preciso manter a cabeça erguida, não vou dar esse gostinho a nenhum deles, não vou deixar que vejam o quanto me afetaram.
Dimitry me segue de perto, tão próximo que quase esbarra em mim quando eu paro, o sangue quente me sobe e eu me viro para ele em um rompante, olho para sua cara perfeitamente esculpida com o seu nariz perfeitamente reto e a vontade de arruinar pelo menos isso naquele maldito rosto bonito me sobe a cabeça, as vozes quase vencem, mas me seguro e o encaro sem acreditar que ele realmente pode fazer isso comigo.
— A PORRA DA MINHA IRMÃ? VOCÊ REALMENTE TINHA QUE DESCER TÃO BAIXO? — eu pergunto com ódio, graças a Deus que não tem nenhuma panela com óleo fervente perto de mim, porque se tivesse com certeza teria jogado tudo em sua maldita face.
Ele tem a coragem de sorrir para mim e encolher os ombros, como se o pobre coitado não pudesse ter feito nada para evitar, mas eu não caio nessa fachada ou nesse sorriso falso, não mais.
— Você sabe como vocês são parecidas mílaya, não tenho culpa por ter me confundido na hora. — ele me dá um sorriso travesso como se tudo não passasse de uma grande piada, como se eu fosse mágicamente superar a cena que acabei de flagrar.
Ouvir ele me chamando de querida faz meus dentes rangerem dentro da boca e me seguro muito para não mandar ele ir se foder. Na verdade nem sei por que estou me segurando, deveria apenas mandar ele se foder e ir embora de sua vida, se pelo menos fosse fácil assim fugir dele.
— Parecidas, Dimitry? — dessa vez não consigo me segurar e soco seu peito com toda a minha força o que acaba não sendo muito, infelizmente, mas ele recua alguns passos me dando tempo para respirar adequadamente, sem ocupar todo o espaço com seu volume corporal — Você é um cretino da pior espécie! EU ODEIO VOCÊ! NÃO SEI COMO PUDE SER TÃO BURRA AO PONTO DE ACREDITAR QUE VOCÊ GOSTAVA DE MIM, QUE VOCÊS TINHAM UMA GOTA DE CONSIDERAÇÃO POR MIM, A MINHA IRMÃ, DIMITRY?
Eu olho para ele com nojo e me afasto mais alguns passos, parece ser impossível respirar o mesmo ar que ele ou até mesmo segurar seu olhar por mais que alguns segundos, meu peito arde com a traição e minha mandíbula luta para não tremer, não vou dar esse gosto a ele, não vou me desfazer na frente de quem mais me arruinou.
— Você está histérica, vai acabar acordando seus pais que estão dormindo lá em cima, você realmente quer causar toda essa cena? Realmente quer que seu pai desça aqui e acabe se estressando por causa do seu chilique? — não perco a ameaça nítida em seu tom, ele conhece bem meu pai e sabe exatamente o que ele faria comigo.
Ele se aproxima novamente de mim, roubando todo o espaço que eu havia conseguido, Dimitry me segura pelo braço e o aperta com força, então aproxima seu rosto do meu, esse cara realmente não sabe o que significa espaço, todo o humor sumiu do seu olhar e a raiva que eu deveria ser a única a sentir, está refletida em seu rosto.
— Você vai ser uma boa noiva e vai subir para o seu quarto, você não vai abrir a boca sobre o que aconteceu para ninguém ou você sofrerá as consequências, Byanka. Eu posso ser um marido muito bom para você ou eu posso ser o seu pior carrasco, a escolha é sua.
Arranco meu braço de seu aperto e o empurro com força para que ele se afaste de mim, ouço passos na escada, mas não me incomodo em ver quem é, na verdade até torço para que sejam meus pais, para que eles vejam a cobra que eles criaram dentro do seu lar e o genro de merda que eles têm, mas que insistem em passar a mão na cabeça.
Dane-se se o meu pai quiser minha cabeça por isso, por perturbar seu precioso sono, não me importa o que ele vai fazer comigo pelo escândalo que estou dando em sua sede mais importante, eu quero extravasar, quero que todos saibam o quanto esse filho da puta é baixo e no momento não me importo com as consequências dos meus atos.
— NUNCA MAIS ENCOSTE EM MIM! VOCÊ PERDEU O DIREITO QUANDO ENCOSTOU NA PUTA DA MINHA IRMÃ, NUNCA MAIS ME TOQUE COM ESSAS MÃOS NOJENTAS OU EU VOU CORTÁ-LAS DO SEU CORPO, PEDAÇO A PEDAÇO! — eu berro em sua cara como se estivesse possuída e talvez eu realmente estivesse.
— Você não saberia o que fazer com uma arma mesmo que alguém desenhasse para você. — ele abre um sorriso torto para mim, ele e eu sabemos que eu não tenho realmente nenhum poder aqui — O que a pobre e indefesa Byanka Petrov poderia fazer além de gritar e espernear como a criança mimada que ela é? — ele pressiona se aproximando ainda mais de mim, quase me beijando.
— Ainda posso sentir o cheiro daquela boceta barata que você estava comendo, tenha o mínimo de decência e escove os dentes se pretende falar tão perto de mim com esse bafo horroroso, ou melhor vá embora da minha casa agora! — eu rosno para ele.
— A casa também é minha, seus pais deram ela a nós dois quando nós nos noivamos mílaya, é tanto minha quanto sua e eu não vou a lugar nenhum por causa da sua histeria, tome um remédio e vá dormir que amanhã eu posso te perdoar por tudo que você está me causando hoje. — ele diz irritado.
— MATTEO Fazem dois dias que não a vejo, mas que a observo como um maldito psicopata através das câmeras instaladas em seu quarto, dois malditos dias que a vejo acordar, levantar, se espreguiçar e ficar encarando o nada como uma maldita maluca. Ela ainda não percebeu, mas o quarto onde está pertence a mim, os lençóis que ela se esfrega todas as noites pertencem a mim, o travesseiro que ela funga antes de dormir contém o meu cheiro, ela está se viciando em mim aos poucos e nem percebeu.Atualmente eu tenho dormido em um dos quartos extras, ainda não quero assustar minha pequena boneca, não mais do que eu já fiz pelo menos. — BYANKA— Mas o que… — eu tento falar, mas Giulia apenas acena a cabeça negativamente para mim e vem em minha direção me abraçar.— Felicidades ao casal, benvenuto in famiglia e mi dispiace per questo. — ele sussurra baixinho em meu ouvido e se despede com um beijo em minha bochecha.Matteo observa a nossa interação em silêncio, mas seus olhos perderam o brilho assassino que continham a poucos segundos atrás, como se nunca tivessem existido.Giulia sai rapidamente da sala, mas para a porta ao dizer:— Posso emprestar algumas roupas minhas QUE HOMEM DOIDO
— BYANKA O babaca esquentadinho me puxa pelo braço como se eu fosse uma maldita boneca de pano, leva tudo de mim para que eu continue mantendo a linha de boa prisioneira, mas minha paciencia não é de ferro, puxo meu braço do seu aperto e ele praticamente rosna para mim como um maldito cachorro raivoso. — Qual é o seu maldito problema comigo? — eu pergunto com raiva.— Você não significa nada para mim, bambola. — ele me chama de boneca da mesma forma que Matteo, mas com desprezo pingando em sua voz. — MATTEOA viagem transcorreu relativamente bem até a Itália, de lá deixamos o jatinho fretado para entrarmos no nosso e ir até Arezzo, onde nossa casa está localizada, perto o bastante de Florença e de Roma, no meio exato entre os dois para que possamos ir de um local ao outro sem ter nenhum problema.Byanka sempre colaborando de forma misteriosamente tranquila, sem reclamar muito, apenas de coisas triviais como o frio, mas para quem estava na Rússia o frio da Itália não se compara a nada.— Quer se trocar antes do nosso casamento, querida? Talvez você queira colocar algo mais apresentável. — eu pergunto a ela com um sorriso.Não que eu realmente vá me casar cMINHA NOIVA E MINHA FAMILIA
— MATTEOEstranho, observo Byanka subir os degraus do nosso jatinho e me surpreendo por ela não gritar, não xingar ou tentar escapar de nossas mãos, ela com certeza não é conhecida pelo seu temperamento tranquilo ou por sua boa vontade de cooperar.Nesses poucos dias que estou com ela eu tive a completa certeza que essa dannazione tem sangue italiano nas veias, é impossível uma mulher como ela ser completamente russa, é surtada demais para isso.Sou o último a entrar no jatinho que Dário alugou, na verdade não foi ele que alugou diretamente, mas sim um dos nossos soldados russos infiltrados, um russo com alma italiana que sempre serviu muito bem ao meu pai e q
REGRAS DO JOGO— MATTEO Eu já sabia o que iria acontecer antes mesmo que ele chegasse em casa, sabia que mamãe havia contado para ele, mesmo que eu tivesse implorado e chorado aos seus pés pedindo que não contasse nada, mas ela estava tão chateada comigo que não me ouviu. Então quando ela ligou para ele eu corri para meu quarto, eu sabia que não tinha onde me esconder, eu sabia que meu pai me encontraria, mas no meu quarto pelo menos podia fechar os olhos, podia fingir que nada daquilo aconteceu, que nada iria acontecer. Eu me jogo na minha cama e bato na minha cabeça
Último capítulo