Dante Moretti tem tudo que o dinheiro pode comprar: carros, festas, mulheres e poder. Filho único do CEO de um império bilionário... e mafioso, ele aprendeu cedo que o mundo não perdoa fraquezas. Mas por trás da arrogância e da vida de excessos, Dante sente um vazio que nada consegue preencher. Quando seu pai decide colocá-lo para trabalhar em uma das empresas da família, em um cargo baixo, ele percebe que riqueza não é nada sem disciplina. É nesse ambiente que Dante conhece Isabella, a nova recepcionista: boazinha, firme e impossível de conquistar. A resistência dela desperta algo novo nele e uma atração que vai muito além do físico. Entre provocação, tensão sexual, adrenalina e conflitos, Dante terá que provar que é capaz de mudar... ou perder tudo que tem. Mas será que Isabella vai conseguir domar o badboy mais irresistível do mundo corporativo ou será ele que a arrastará para seu caos?
Ler maisMulher nenhuma nunca disse não pra mim. Carros, festas, drogas, socos, tudo isso eu já tive demais. O problema é que nada nunca foi o suficiente. A adrenalina some rápido, e eu sempre acabo voltando ao mesmo ponto: vazio, entediado, procurando mais uma desculpa pra me foder ou foder alguém.
Meu nome é Dante Moretti, filho único do CEO de um império bilionário que cobre desde hotéis de luxo até importação e exportação de… bem, coisas que não dá pra declarar na Receita. Pra muitos, meu pai é um empresário exemplar. Pra quem realmente conhece, ele é um filho da puta mafioso. E eu cresci nesse mundo, com sangue nos punhos antes dos quinze e cheiro de pólvora antes dos dezoito. Hoje, eu tenho vinte e quatro e continuo o mesmo desgraçado que todos esperavam que eu fosse: arrogante, rico e sem propósito. O baixo da música fazia o vidro da cobertura tremer. O apartamento parecia um inferno caro: luzes de LED vermelhas, cheiro de cigarro misturado a perfume barato e corpos dançando como se não houvesse amanhã. Garrafas quebradas pelo chão, colchões improvisados em um canto, gente chapada rindo sem motivo. Eu estava no meio de tudo aquilo, deitado no sofá de couro com duas mulheres no colo. Uma loira chupava meu pescoço como se fosse encontrar ouro ali, enquanto a outra, morena, ria bêbada, tentando enfiar outra dose de tequila na minha boca. — Devagar, gatinha, eu gosto de perder o controle, mas não gosto de babaca tentando me matar de álcool. — Falei, afastando o copo com a mão. A morena fez biquinho. — Você é impossível, Dante. — Eu sou muitas coisas. — Dei um sorriso cínico, puxando a loira pela cintura. — Mas impossível é só uma das minhas qualidades. Todos riram. Sempre riam. Eu nunca precisei de esforço pra ser o centro das atenções. Dinheiro, rosto bonito e sobrenome perigoso fazem esse trabalho por mim. Só que no fundo, eu estava entediado. Aquilo já não me dava mais a mesma adrenalina. Um cara mais ousado, um babaca magrelo de camiseta cara, decidiu puxar assunto. — Ei, Dante, ouvi falar que você ganhou a corrida ontem. Quebrou o carro do Valentim no meio da pista, foi? Sorri de lado, lembrando do barulho do metal batendo e do sangue escorrendo na boca do Valentim quando o tirei do carro. — Quebrei sim. O carro dele e alguns dentes. A galera explodiu em risadas. Eu adorava o som disso, mas sabia que não era riso de amizade. Era de medo. Ninguém ali ousaria me desafiar. Foi então que a porta do elevador abriu. O silêncio caiu como um tiro. Meu pai entrou, impecável no terno escuro, dois brutamontes atrás dele. O homem tinha a aura de alguém que podia matar com um olhar. E, de certa forma, podia mesmo. — Todo mundo fora. Agora. Não precisou repetir. As meninas levantaram correndo, tropeçando nos saltos, alguns caras quase se atropelaram tentando sair. O som foi desligado. Em menos de dois minutos, a cobertura estava vazia. Só eu, meu pai, e o gosto de merda que aquela cena sempre deixava. — Porra, pai. Estragou minha festa. — Resmunguei, me jogando de novo no sofá, como se não desse a mínima. Ele caminhou até mim devagar. Cada passo pesado, controlado. — Você me envergonha, Dante. — A voz dele era baixa, mas cortante. — Um Moretti não é conhecido por desperdiçar a vida assim. Revirei os olhos. — Relaxa. Eu tô só aproveitando o que o seu dinheiro paga. Não é pra isso que serve nascer em berço de ouro? O soco veio rápido. Minha cabeça girou e o gosto de ferro invadiu minha boca. Cuspi sangue no chão e ri. — Belo jeito de mostrar amor paternal. Ele não riu. Nunca ria. — Você é um merda. — Disso a gente concorda. — Passei a língua no corte da boca e ergui o queixo. — Mas sou o seu merda favorito. Meu pai se inclinou sobre mim, os olhos duros. — Sabe por que ainda não cortei você da herança? — Vai me dizer que é amor de pai? — retruquei, sarcástico. Ele me segurou pelo colarinho e puxou pra frente. — Porque eu ainda tenho esperança de que você seja mais do que um vagabundo. Empurrei sua mão, ajeitando o colarinho. — Essa esperança vai te matar, velho. O soco seguinte quase me fez cair do sofá, mas eu continuei rindo. Rir era a única arma que eu tinha contra ele. — Amanhã. — Ele disse, firme. — Você vai começar a trabalhar em uma das minhas empresas. Cargo baixo. Sem privilégios. Vai bater ponto, obedecer ordens e aprender o que significa ser um homem. — Trabalhar? — ri alto, debochado. — Eu? Com aquela cambada de otários engravatados? Prefiro morrer. Ele se virou para sair, mas antes de entrar no elevador, parou. — Então morra. Mas se não provar que merece, não vai sobrar nada pra você. Nem o sobrenome. As portas se fecharam, e o silêncio voltou. Encostei a cabeça no sofá, o sangue ainda escorrendo do canto da boca, e sorri. Não porque estava feliz. Mas porque sabia que, do jeito que ele me conhecia, isso ia dar merda. Ele queria me ver obediente? Ia se decepcionar.Quando Isabela se aproximou e se acomodou ao meu lado, tudo ao redor pareceu ganhar um significado diferente. Peguei a garrafa de vinho e servi duas taças. Entreguei uma a ela, deixando que nossos dedos se tocassem por um instante mais longo do que o necessário.— A camisola ficou linda em você — falei baixo, quase como uma confissão.Ela corou levemente, desviando o olhar para as chamas, mas o sorriso tímido que surgiu nos lábios entregava que minhas palavras tinham a alcançado.— E a fogueira... está do jeito que você queria? — perguntei, curioso para saber se eu tinha conseguido acertar nos detalhes.Ela assentiu, olhando fixamente para as labaredas.— Sim... sempre foi um sonho meu. Fazer uma fogueira assim, sabe? Sentar perto, conversar, assar uns marshmallows... parecia coisa de filme.Sorri com a sinceridade dela e ergui minha taça.— Bom, marshmallows eu não trouxe, mas prometo que na próxima a gente faz isso do jeito certo. — dei uma piscada, tentando arrancar um riso dela.E
Eu estava sentado no quarto com Isabela, um daqueles silêncios que não incomodam, pelo contrário, parecem preencher tudo. Passei a mão nos cabelos, bagunçando ainda mais, e soltei um riso baixo.— Acho que preciso de um banho — falei, meio sem jeito.Ela me olhou e riu também.— Eu também. — respondeu, mordendo o lábio de um jeito que quase me fez desistir do chuveiro e arrastá-la para perto.Mas nos levantamos, cada um seguindo para um banheiro. A água quente bateu no meu corpo e senti como se lavasse não só a pele, mas parte do peso que eu carregava. Quando saí, abri a sacola com as roupas novas que tinha comprado para aquela viagem, apenas a toalha envolta do corpo. Queria estar bem diante dela, não só por vaidade, mas porque algo dentro de mim gritava que Isabela merecia ver o melhor de mim.Escolhi uma calça jeans escura, justa na medida, que realçava minhas pernas e o porte que a academia me deu. Vesti uma camiseta preta simples, de algodão, que moldava os ombros largos e o abdô
Depois de organizarmos grande parte da cabana, resolvemos testar a água do banheiro. Eu abri a torneira e esperei alguns segundos enquanto ela se aproximava curiosa. como um jato a torneira cuspiu uma água barrenta na pia e aos poucos foi clareando.— Tem água! — exclamou ela, os olhos brilhando. — Pelo menos isso já é alguma coisa.— Bom… porque olha, depois de tanto esforço, suado desse jeito, dormir sem tomar banho ia ser impossível — respondi, limpando o suor da testa com o braço e sorrindo.Ela riu, passando a mão pelo cabelo ainda bagunçado. — Ah… verdade. E você vai adorar saber que eu trouxe roupas de baixo limpinhas. — Ela me olhou, mordendo o lábio.Meu corpo reagiu instintivamente, e eu arqueei a sobrancelha. — Roupas de baixo?— Sim… eu trouxe — respondeu ela, corando e desviando o olhar. — Mas… você também vai precisar, né?— Ah… então amanhã a gente vai às compras — disse, rindo junto com ela. — Sem crise, eu gosto de dormir sem.— Meu Deus, Dante! — ela disse, sorrindo
Depois de um tempo na varanda, decidimos continuar dentro da cabana. Eu carregava mais sacolas cheias de roupas e lençóis, e Isabela, sempre sorrindo, me ajudava a abrir cada pacote.— Você comprou isso tudo sozinho? — perguntou, pegando uma manta e esticando sobre a cama que estava coberta de poeira.— Sim… e um pouco da sua paciência também vai ser necessária — respondi, rindo, enquanto colocava travesseiros limpos sobre o sofá. — Mas olha, vale a pena. Esse lugar merece.Ela riu, e eu percebi que cada gesto dela, cada sorriso, tornava o ambiente mais leve. Começamos pelo quarto principal, o meu quarto de criança, onde minha mãe e eu passávamos muitas tardes juntos.— Vamos precisar de muita coragem pra tirar tudo isso do lugar — disse ela, pegando uma camiseta minha e balançando a cabeça. — Ainda bem que você me trouxe pra isso.— Pra isso e pra tudo mais — retruquei, sorrindo. — E, claro, pra dançar no meio da bagunça.Ela me lançou um olhar divertido. — Você não cansa de ser bobo
Começamos a arrumar as coisas, e logo percebi que trabalhar juntos tornava tudo mais leve. Peguei os lençóis e cobertas que havia comprado e comecei a organizar na sala. Ela se inclinou para me ajudar a desdobrar uma manta, e nossos braços se tocaram várias vezes. Cada toque fazia meu coração disparar, mas eu sorri, permitindo que aquela sensação se espalhasse.— Você está vendo isso? — disse, segurando uma das cadeiras quebradas que ainda resistiam à poeira. — Vai demorar, mas vamos conseguir deixar isso minimamente decente hoje.— Eu adoro ver você animado assim — respondeu ela, limpando a poeira de uma poltrona antiga. — Parece que você realmente gosta deste lugar.— Eu gosto. Muito. — Confessei, deixando escapar um sorriso bobo. — Aqui… aqui tem memórias que ninguém mais pode tocar. Minha mãe… ela amava cada canto desta casa.Ela se aproximou, apoiando a mão na minha cintura. — Então vamos fazer valer a pena.De repente, uma música começou a tocar de algum lugar da minha memória —
O caminho de volta parecia interminável. Cada curva da estrada de terra se arrastava sob o carro simples de Isabela, rangendo, reclamando, mas eu não ligava. Cada solavanco me lembrava que estava indo na direção certa, e que tinha uma missão: reconstruir algo que tinha sido profanado, restaurar memórias que meu pai havia deixado se perder.Quando finalmente avistei a casa do lago, o coração disparou. O sol ainda estava alto, mas o lugar exalava silêncio, abandono. A varanda coberta de poeira, lençóis pendurados, móveis esquecidos… como meu pai podia ter deixado aquilo acontecer? A raiva e a nostalgia se misturaram, e eu precisei respirar fundo antes de sair do carro.Comecei a descarregar as sacolas na varanda. Cada pacote parecia pesado demais, mas era o peso de esperança. Antes de organizar qualquer coisa, lembrei que precisava resolver a luz.— Segurança em primeiro lugar, Dante — murmurei, passando pelos fios e pelo quadro de energia, desligando tudo antes de mexer.Passei algum t
Último capítulo