O caminho de volta parecia interminável. Cada curva da estrada de terra se arrastava sob o carro simples de Isabela, rangendo, reclamando, mas eu não ligava. Cada solavanco me lembrava que estava indo na direção certa, e que tinha uma missão: reconstruir algo que tinha sido profanado, restaurar memórias que meu pai havia deixado se perder.
Quando finalmente avistei a casa do lago, o coração disparou. O sol ainda estava alto, mas o lugar exalava silêncio, abandono. A varanda coberta de poeira, lençóis pendurados, móveis esquecidos… como meu pai podia ter deixado aquilo acontecer? A raiva e a nostalgia se misturaram, e eu precisei respirar fundo antes de sair do carro.
Comecei a descarregar as sacolas na varanda. Cada pacote parecia pesado demais, mas era o peso de esperança. Antes de organizar qualquer coisa, lembrei que precisava resolver a luz.
— Segurança em primeiro lugar, Dante — murmurei, passando pelos fios e pelo quadro de energia, desligando tudo antes de mexer.
Passei algum t