No dia do casamento, Amanda Costa é surpreendida pela fuga do noivo — um escândalo que ameaça não só a reputação de sua família, mas também um contrato milionário prestes a ser assinado. A solução? Um substituto à altura: Lucca Mancini, irmão mais velho do noivo desaparecido. Frio, poderoso e envolto em mistérios, ele aceita ocupar o altar… com condições próprias. Obrigada a se casar com um homem que mal conhece — e que parece enxergá-la como mais uma peça em seu jogo de poder — Amanda tenta manter o controle. Mas Lucca é magnético, manipulador e sabe exatamente como quebrar defesas. O que era para ser apenas um acordo se transforma em um campo minado de desejos, provocações e segredos perigosos. E no fim, Amanda descobrirá que o maior risco… é se apaixonar pelo noivo substituto. Ela foi traída no altar. Ele entrou para salvar o negócio... e bagunçar seu coração.
Leer másAmanda Às vezes, nas noites mais calmas, quando o mundo inteiro parece conter a respiração e até o relógio silencia, Amanda se permite lembrar.Não das dores cortantes, embora elas estejam ali — adormecidas, mas jamais apagadas.Ela se permite lembrar das cicatrizes que a formaram. Das noites em que dormiu sozinha com a alma em carne viva, e das manhãs em que acordou com a esperança mastigada, mas ainda assim intacta.A casa repousa ao redor, serena, como um organismo vivo feito de amor, madeira antiga e novos começos. O vento dança com as cortinas brancas, trazendo o perfume da lavanda plantada no jardim. Um cheiro que ela mesma escolheu — por representar aquilo que dura e acalma.Ela se levanta, descalça, e caminha com passos leves até o berço branco próximo à janela. A lua derrama sua luz líquida sobre o quarto. Aurora, sua primogênita, dorme profundamente. A respiração pausada, os cílios compridos repousando como asas fechadas sobre a pele de pêssego. Os dedinhos fechados em punh
O outono tomava Lisboa como um incêndio lento — folhas em tons de ferrugem dançando sobre as pedras antigas, e o ar com cheiro de passado e promessas. Eduardo caminhava entre as colunas da universidade com passos que carregavam mais do que peso físico. Carregavam história. Escolha. E um tipo de saudade que só quem foi muito amado entende.O casaco xadrez, presente de Amanda, envolvia-o como se fosse abraço. Ainda exalava lavanda. O mesmo aroma que preenchia as manhãs na casa onde ele cresceu — onde Amanda servia café com pão quente e sabedoria em doses pequenas, porém definitivas.Na mochila, os livros pareciam pesados, sim. Filosofia Política. Direito Internacional. Mas era dentro do peito que ele carregava as perguntas mais difíceis:E se eu fracassar? E se não for suficiente? E se me perder de mim mesmo?Nos primeiros meses, a cidade parecia fria. Os corredores, longos demais. Os colegas, brilhantes demais. Eduardo se sentia um ponto fora da equação. Um coração no meio de cérebros.
A casa já estava em silêncio. Mas era o tipo de silêncio bonito — não o que vem da solidão, mas o que nasce da paz. Da plenitude. Do depois.Lá fora, uma garoa fina dançava sobre o jardim iluminado por fios de luz âmbar. O vidro embaçado refletia sombras que se moviam lentamente, como se o tempo tivesse enfim aprendido a caminhar com calma.Lá dentro, o perfume de lavanda se misturava ao cheiro quente de madeira antiga, páginas de livros gastos e massinha de modelar esquecida no canto do tapete.Amanda estava sentada no chão da sala, descalça, com Aurora aninhada no colo. A filha mais velha usava um pijama azul-clarinho, com estrelas bordadas nas mangas, e embora sonolenta, seus olhos insistiam em permanecer abertos. Como quem sente que adormecer seria perder um milagre.Lucca entrou em silêncio, com uma manta nas mãos e o olhar cheio daquela ternura que só os homens que desmoronaram por amor sabem carregar. Ele havia apagado as luzes do corredor, fechado os livros infantis no quarto
Seis Anos Depois...Florença| ItáliaAmanhecia em Florença.A cidade despertava lentamente, vestida com véus dourados de névoa que dançavam sobre as cúpulas renascentistas e ruas de pedra antiga. O sino da Basílica Santa Croce ecoava suavemente à distância, como se abençoasse aquele novo dia.No alto de um edifício secular, agora sede internacional do Instituto Aurora, Amanda terminava sua palestra.O salão estava lotado — mais de cem jovens, de diferentes países, etnias, realidades. Olhos brilhando. Mentes pulsando. Aplaudindo não apenas o conteúdo técnico, mas a mulher que havia sobrevivido à fogueira da opinião pública e transformado cinzas em pontes.Ela não era mais só Amanda Costa.Era Dra. Amanda Mancini-Costa, referência mundial em justiça social, reconstrução comunitária e educação restaurativa. Mas o que a enchia de orgulho não eram os prêmios nas vitrines ou os convites das universidades de elite.Era o fato de, no meio de tudo, a sua alma ter permanecido intacta.Quando o
Cinco anos depois...Amanda Costa caminhava sozinha pelo novo pavilhão cultural da Fundação, agora rebatizada como Instituto Aurora — nome escolhido em homenagem aos recomeços que nascem depois da escuridão e a sua pequena filha, fruto do seu amor com Lucca. Seus passos ecoavam suavemente sobre o piso de madeira polida, enquanto a luz do fim da tarde invadia os corredores através das amplas janelas de vidro, lançando reflexos dourados nas paredes cobertas por quadros, murais e fotografias.Ela parou diante de uma imagem em preto e branco.Ali estavam ela, Lucca, e dezenas de crianças rindo em meio a tintas espalhadas, papéis amassados, mãos sujas e olhos brilhantes. A oficina de arte que salvou a Fundação da falência. A mesma oficina que quase a destruiu — e que agora era símbolo do renascimento.Amanda sorriu.Não por orgulho. Mas por algo mais raro e precioso: paz.Naquela imagem estava tudo o que o mundo tentou apagar — a pureza de um propósito, a integridade de quem resistiu, e o
A sala de Vitória Mancini era um túmulo iluminado por fogo.A lareira estalava como se mastigasse os ossos de uma história queimada. Do lado de fora, a tempestade cortava o céu em aço. Raios riscavam a baía como se o universo ecoasse a fúria contida naquela mulher parada diante da janela, onde seu reflexo a observava com olhos de juíza e carrasca.O império balançava. Mas Vitória não caía. Ainda não.— Eles acham mesmo que vão apagar minha história com discursos bonitos e caridade digital? — sussurrou, sem tirar os olhos do próprio reflexo. A voz era baixa, mas carregada como pólvora seca. — Eu construí impérios antes de Amanda Costa ter dentes. Eu fiz homens se ajoelharem e partidos nascerem. Ela não sabe brincar nesse tabuleiro. Mas vai aprender... pelo sangue.Atrás dela, Mariana Nardelli mantinha a pose no sofá de couro negro, como uma conselheira sombria. Cruzou as pernas com um estalo elegante dos saltos.— A comoção vai passar. É o ciclo da mídia. As pessoas esquecem. Mas preci
Último capítulo