Mundo de ficçãoIniciar sessãoQuando Amélie Pellegrini recebeu a notícia de que seu pai estava doente em estágio terminal, ela imediatamente voltou para o Brasil, indo direto para Fernando de Noronha, onde o pai desejava passar seus últimos dias. Ao chegar, seu pai tinha outra notícia para ela, desejando ver sua única filha se casar, ele arranjou um casamento com Ettore Marini, um homem que ela mal conhecia. Disposta a agradar o pai e sabendo que ele não mudaria de ideia, Amélie aceita seu destino. Mas enquanto passa os dias em Noronha, Amélie conhece Marcos, um belo homem que trabalha na ilha e faz com que Amélie esqueça os problemas que a assolam vivendo uma aventura pela tão famosa ilha brasileira. Embora apaixonada por Marcos, Amélie não poderá fugir de seu compromisso com o casamento arranjado por seu pai. Mas quando um estranho aparece no dia do casamento, Amélie perceberá que construiu para si um palácio de vidro e basta uma única pedra para derrubá-lo. "Da fragilidade — ninguém escapa dela. Estamos todos sujeitos a enganos e mentiras."
Ler maisAnos antes
O evento beneficente na mansão de férias da família Ferrari, reuniu muitos convidados importantes, como grandes empresários e famílias de renome. Incluindo as famílias Marini e Pellegrini. Jorge Pellegrini estava acompanhado de sua primogênita, Amélie de 6 anos. Não era costume dele levar a menina para os eventos, mas pensou que seria bom que Amélie aprendesse desde cedo a participar e interagir nesses eventos. Fernando Marini, por outro lado, veio juntamente de sua esposa Bianca e dos três filhos. Fernando e Bianca se orgulhavam dos filhos e tinham prazer em apresentá-los onde quer que fossem. Todos eram inteligentes e educados, além de serem muito bonitos. Enquanto os adultos conversavam, as crianças brincavam e se divertiam no playground, cuidados por algumas monitoras. Amélie Pellegrini, brincava juntamente com as outras crianças, sem se importar em sujar o vestido caro que usava ou estragar as sapatilhas de marca, o penteado desfeito não lhe incomodava e até mesmo já havia perdido o acessório que o mantinha preso. Nem sempre possuía companhia para brincar e se divertia muito naquela noite. Porém, a menina machucou os joelhos na brincadeira de pega-pega. Sentindo dor, as lágrima logo começaram a cair, mas a menina se afastou das outras crianças para chorar, não queria virar chacota. Enquanto isso, Ettore Marini, o filho do meio, que também participava da brincadeira, se cansou de correr. O cabelo já estava molhado de suor, o terno já havia se perdido e os sapatos sociais lhe apertavam os pés. Ele procurou algum lugar para se sentar e foi nesse momento que ouviu um choro baixinho, seguindo o som, que mais parecia um ruído, ele encontrou a pequena Amélie sentada na grama, com o rosto todo molhado pelas lágrimas e o joelho vermelho com um pouco de sangue, não passava de um arranhão. Ettore se aproximou da menina, que ao perceber que não estava mais sozinha, limpou as lágrimas com as mãozinhas sujas de terra. — Ei! Você está bem? — ele perguntou. Amélie sacudiu a cabeça dizendo que sim, mas o menino percebeu o ferimento e se ajoelhou ao lado dela. — Não está não. — ele tocou o joelho da menina para analisar o ferimento. — É só um arranhão, vai ficar bem logo logo. Espere um pouco. O menino saiu correndo, e ao encontrar um pouco de água, molhou um lenço que trazia consigo e voltou correndo até a menina. — Posso? — ele perguntou mostrando o lenço molhado, indicando que passaria no ferimento, Amélie consentiu e o menino limpou o ferimento, a menina sentiu ainda mais vontade de chorar, mas se segurou por vergonha. Ettore, tirou um curativo com desenhos de heróis do bolso e colou no ferimento de Amélie. — Eu sempre trago um curativo, minha mãe diz que eu sou desastrado. — ele sorriu olhando para os belos olhos quase verdes da menina. — Pronto, ele vai sarar rapidinho, não precisa mais chorar. — Obrigada. — a menina respondeu tímida tentando limpar o restante das lágrimas. — Deixa eu te ajudar. — ele se aproximou mais e limpou o rosto da menina com a parte limpa do lenço. — Prontinho. Eu sou o Ettore, qual o seu nome? — Amélie. — a menina sorriu. O pai de Ettore o chamou, pretendia ir embora pois sua filha mais nova não se sentia bem. O mais velho já estava ao lado do pai aguardando Ettore. O menino se despediu de Amélie e correu até o pai. — Papai, eu vou casar com a Amélie. Mas ela ainda não sabe. — Fernando riu da inocência na fala do filho e eles partiram para casa. *Está é uma história fictícia, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.*Saí cedo bem cedo para não atrasar e cheguei na hora certa. A mulher do RH me pediu para procurar pela Camila e ela já estava me esperando, usando calça jeans e um croped azul, a minha tutora tinha a pele escura e o cabelo com tranças, um piercing reluzia no umbigo e além de duas argolas enormes na orelha, tinha mais três brincos menores. — Você deve ser a Amélie. Sou a Camila, nós duas ficamos com três andares, é muita coisa, então sem moleza. — Ela falava enquanto andava e de repente parou e me olhou de cima abaixo. — Você parece as paty do Leblon. — Não, eu sou de São Paulo, deve ser por isso. — Dei de ombros, mas percebi que não convenci. — Você já trabalhou com limpeza? — Balancei a cabeça negando. — Hoje você me acompanha e te explico tudo. Entramos num vestiário feminino, onde outras funcionárias se preparavam para a jornada. Camila parecia conhecer todas e me apresentou. Todas elas mencionaram a minha cara de "patricinha", duvidando da
No dia seguinte, tive outra entrevista marcada e dessa vez eu iria. Por sorte, precisava pegar apenas um ônibus. Não criei muita expectativa, aliás, estava tentando não pensar em coisas boas, as perspectivas não eram nada favoráveis. Eu tinha muito conhecimento, sei administrar uma empresa bilionária, mas colocar isso no currículo? O que responder quando me perguntarem, como perdi tudo? A vaga era de faxineira na sede de um dos maiores bancos brasileiros. O salário estava ótimo para a categoria, não era longe e aparentemente o serviço era fácil. Eu não tinha experiência, minha aparência deixava isso claro, mas podia aprender e foi isso que enfatizei. Saí sem uma resposta, mas com um pouco de esperança.Na volta, consegui um lugar para sentar próximo à janela. Era estranho olhar para as ruas, as pessoas e perceber que agora morava ali. Parecia tão diferente da vida em São Paulo, uma sensação de que o dia tinha mais cores. Exceto por Ettore, ele ainda parecia cinza. Pensar nele sempre
A primeira ligação marcando uma entrevista me deixou bem frustada, o salário, a localização e a função, não eram nada do que eu esperava. Queria me convencer a não ficar escolhendo, mas é difícil quando antes não se tinha escolha. Olhando de forma otimista, era a chance de aprender algo novo, de ver o outro lado da moeda. Não vou pensar na forma pessimista.Completamente entediada, decidi dar uma volta no bairro, conhecer o lugar, tentar fazer amizade. Estava calor, então vesti um shorts e uma camiseta larga. Por precaução, deixei o celular em casa, não sabia nada sobre aquele lugar, mas ainda era o Rio de Janeiro e eu só ia andar e voltar pra casa. Andei algumas quadras em linha reta e cheguei a uma rua movimentada, com comércios e pedestres. Uma verdadeira bagunça de músicas, promoções e o cheiro inconfundível de fritura no ar. Não sabia ao certo porque continuei com a caminhada, mas segui, até que algo chamou minha atenção. Um lugar estava contratando. Perto de casa, não precisa
Organizei o apartamento, tantos dias presa ali me permitiram aprender a limpar e podia dizer que sabia lavar um banheiro e usar água sanitária. Estava me esforçando para não ser um peso para o Ettore, ainda assim ele se parecia mais com um bloco de gelo. Depois daquele jantar, todas as minhas tentativas de aproximação pareciam mais com humilhação e eu estava desistindo de ter qualquer amizade com ele. Terminei a janta e pegava a comida para jantar, ao me virar, Ettore estava na sala. Minha mente estava tão agitada que não o vi chegar, sorri e me sentei para comer. Também não o vi se aproximar. — Você está bem? — Estou. Não sei se o convenci, mas ele me deixou sozinha. Voltou quando eu já estava lavando a louça da janta. — Disse que iria procurar um emprego, você foi? — Sim, disseram que vão ligar caso apareça algo. Prometo que vou embora assim que conseguir resolver tudo, você sabe, preciso de um advogado. — Não se preocupe com isso, pode ficar o tempo que precisar. — é o
Eu precisava de um emprego, isso se intensificou ainda mais quando meu pé se recuperou. Não sabia ao certo como procurar, ou até mesmo o que escrever no currículo, certamente colocar "Presidente de uma mineradora" não seria convincente, aliás, soaria mais como uma piada. Parece que minha vida virou uma piada. Assisti vídeos na internet e finalmente concluí que estava bom o suficiente, decidi ir até uma agência de empregos e procurei pelo endereço. Queria sair ainda pela manhã, imaginei que não iria demorar, também pensei que conseguiria pagar um carro por aplicativo, mas todos os meus bens ainda estavam bloqueados. Mandei mensagem para Ettore, não sabia ao certo o que fazer e precisava de ajuda, minutos depois ele respondeu, tinha um cartão com passes para ônibus na gaveta da escrivaninha em seu quarto. O quarto dele, um lugar totalmente proibido até então. Abri a porta com cuidado, mas não havia nada além de um quarto comum, cama, guarda roupa e a escrivaninha com uma cadeira e um
Mais tarde naquela noite eu estava assistindo o jornal - pois não tinha nenhum streaming para assistir um filme, em breve eu estaria expert nas novelas - quando Ettore passou por mim e abriu a porta, o cheiro logo invadiu o ambiente. Pizza! Pelo visto era o dia de sair da dieta. E por sinal, o pastel estava muito bom, raramente eu comia fritura, mas comeria mais vezes. Ele se sentou ao meu lado no sofá e Vigarista veio atrás, atraído pelo cheiro, mas pelo que percebi Ettore só dava ração para ele. — Pizza você conhece? — zombou. — Só as italianas. — brinquei. — Pois essa é brasileira — abriu a tampa revelando a pizza cheia de batata palha. — Estrogonofe de carne. Sorri. — Brasileiro realmente não tem limites. Comemos a pizza em silêncio assistindo ao jornal. Para minha alegria, sobrou três fatias para o almoço, mas isso me fez perceber que eu precisava com urgência aprender a cozinhar, não podia depender de Ettore para tudo, principalmente porque em algum momento eu teria que i










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