O FOGO ENTRE NÓS

O FOGO ENTRE NÓSPT

Romance
Última atualização: 2025-09-29
Alice Mendes   Atualizado agora
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Índice

Em "Fogo Entre Nós", Savannah Reed é uma fotógrafa talentosa e independente, marcada por um relacionamento fracassado que a deixou cética em relação ao amor. Aos 28 anos, ela se dedica à carreira, capturando a essência da vida urbana em Valéria, uma metrópole fictícia cheia de contrastes entre o antigo e o moderno. Sua vida muda quando ela é contratada para documentar um projeto de revitalização liderado por Endrik Voss, um arquiteto de 32 anos, charmoso e enigmático, que esconde uma dor profunda causada pela perda de um ente querido e uma traição que o tornou distante. O que começa como uma colaboração profissional logo se transforma em um jogo de sedução carregado de tensão sexual. Endrik, com seu olhar penetrante e presença dominante, desperta em Savannah desejos que ela há muito tempo reprimia. Ela, por sua vez, o desafia com sua confiança e espírito livre, forçando-o a confrontar suas barreiras emocionais. Ao longo do projeto, eles se envolvem em encontros provocantes: sessões de fotos íntimas, noites chuvosas que os aproximam fisicamente, e confissões que revelam segredos obscuros. Mas nem tudo é fogo e paixão. Savannah luta com memórias de abuso emocional em seu passado, enquanto Endrik carrega o peso de uma culpa não resolvida. Um mal-entendido ameaça separá-los, mas a atração magnética os puxa de volta, culminando em momentos de entrega total — físicos e emocionais. No final, eles precisam decidir se essa chama pode se tornar um amor duradouro ou se os consumirá por completo. Com cenários vívidos de Valéria, diálogos afiados e cenas eróticas detalhadas, o livro é uma jornada sobre cura, desejo e o poder transformador do amor.

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Capítulo 1

Faíscas Iniciais

A cidade de Valéria pulsava como um coração vivo, com suas ruas antigas entrelaçadas por arranha-céus modernos que se erguiam como sentinelas contra o céu azul infinito. Era uma metrópole de contrastes, onde o passado e o presente colidiam em uma dança caótica de luzes neon e fachadas de pedra centenárias. Savannah Reed, com seus 28 anos de idade e uma câmera sempre a tiracolo, navegava por esse caos como se fosse sua segunda natureza. Ela era uma fotógrafa freelance, especializada em capturar a essência crua das cidades — os momentos fugidios que contavam histórias sem palavras. Seu portfólio era repleto de imagens que faziam as pessoas pararem e refletirem: um beco escuro iluminado por um único poste de luz, um casal se beijando sob a chuva torrencial, ou os olhos cansados de um vendedor de rua ao fim do dia.

Naquela tarde de outono, o sol filtrava-se pelas janelas imensas do Edifício Aurora, o mais alto do centro de Valéria. A sala de reuniões no 45º andar era um santuário de luxo minimalista: paredes de vidro que ofereciam uma vista panorâmica da cidade, uma mesa de mogno polido que se estendia como uma pista de decolagem, e cadeiras ergonômicas que pareciam flutuar no ar. Papéis, plantas arquitetônicas e maquetes digitais se espalhavam pela superfície, formando um quebra-cabeça que prometia transformar o bairro histórico de Eldoria — um distrito decadente, mas cheio de alma — em um polo cultural vibrante.

Savannah ajustou a alça da sua Nikon pendurada no ombro, sentindo o peso familiar do equipamento como uma extensão do seu corpo. Ela não estava ali para fotografar ainda; isso viria depois. Seu agente a havia convencido de que esse projeto era o bilhete para o próximo nível: documentar a revitalização de Eldoria, capturando o antes e o depois, as histórias das pessoas afetadas. "Vai ser épico, Sav", ele dissera. "E o arquiteto principal é um cara de peso. Endrik Voss. Já ouviu falar?"

Ela havia pesquisado rapidamente no G****e naquela manhã. Endrik Voss, 32 anos, arquiteto premiado, fundador da Voss Arquitetura. Fotos dele em eventos de gala, com ternos impecáveis e um sorriso que parecia calculado para desarmar. Ele tinha um ar de mistério, com olhos castanhos profundos que pareciam guardar segredos. Savannah balançou a cabeça, dispensando os pensamentos. Foco no trabalho. Relacionamentos — ou qualquer coisa que cheirasse a complicação emocional — estavam fora do cardápio desde o desastre com seu ex, dois anos atrás. Mark a havia deixado com cicatrizes invisíveis: manipulação sutil, ciúmes disfarçados de carinho, até que ela finalmente reuniu forças para romper. Agora, ela se blindava com independência, vivendo de projeto em projeto, sem amarras.

Ela entrou na sala com passos confiantes, o eco dos seus saltos baixos contra o piso de mármore anunciando sua chegada. Havia meia dúzia de pessoas ali: engenheiros, investidores, um representante da prefeitura. Mas seus olhos foram imediatamente atraídos para ele. Endrik Voss estava de pé no centro da mesa, apontando para uma maquete digital projetada na parede. Alto, com ombros largos que preenchiam o terno cinza grafite, ele exalava uma presença que dominava o espaço. Seu cabelo escuro estava levemente desgrenhado, como se ele tivesse passado as mãos por ele em um momento de frustração criativa, e uma barba por fazer sombreada seu queixo quadrado.

"Você está atrasada", disse ele, sua voz grave e com um toque de provocação, cortando o murmúrio das conversas paralelas. Ele não ergueu os olhos imediatamente, mas quando o fez, foi como se o ar da sala se tornasse mais denso.

Savannah parou, erguendo uma sobrancelha. "Estou exatamente na hora", rebateu ela, com um sorriso irônico nos lábios. "Mas parece que você gosta de marcar território logo de cara, não é, Sr. Voss?"

Um riso contido ecoou de um dos engenheiros, mas Endrik não piscou. Seus olhos — aqueles mesmos olhos castanhos que pareciam sondar a alma — fixaram-se nos dela com uma intensidade que fez seu estômago dar um nó sutil. "Gosto de deixar as coisas claras, Srta. Reed. Especialmente quando o projeto é meu." O jeito como ele pronunciou seu nome, Savannah, foi lento, quase como se estivesse saboreando cada sílaba, enviando um arrepio inesperado pela sua espinha.

Ela disfarçou o desconforto com um aceno casual, sentando-se em uma cadeira vazia e abrindo seu caderno de anotações. "Então, arquiteto, me diga como pretende salvar Valéria com suas linhas e ângulos perfeitos."

Endrik riu, um som baixo e rouco que ressoou no peito dela como uma vibração sutil. Ele se inclinou sobre a mesa, ativando a projeção holográfica que mostrava o bairro de Eldoria em 3D. "Não é sobre salvar, Savannah. É sobre renascer. Eldoria tem história — fachadas do século XIX, ruas de paralelepípedos que viram revoluções. Mas está morrendo: prédios abandonados, criminalidade, esquecimento. Meu plano é injetar vida: galerias de arte nos armazéns velhos, cafés com terraços verdes, espaços comunitários que misturem o antigo com o novo. Sem demolir a essência, mas elevando-a."

Enquanto ele falava, Savannah não conseguia evitar observar os detalhes: o jeito como suas mãos se moviam com precisão, traçando linhas invisíveis no ar, como se estivesse esculpindo o futuro com os dedos. Seus punhos cerrados revelavam veias proeminentes, e ela se pegou imaginando como seria sentir aquelas mãos em sua pele — um pensamento fugaz que a fez corar internamente. Pare com isso, Sav. Ele é só um cliente. Mas havia algo nele, uma energia magnética, que a atraía como uma mariposa para a chama.

Os outros na sala contribuíam com perguntas técnicas — orçamentos, prazos, aprovações ambientais — mas Endrik respondia com uma confiança inabalável, ocasionalmente lançando olhares na direção dela. Em um momento, quando ele apontou para uma planta que mostrava um parque central, seus olhos se encontraram novamente. "E você, Savannah? Como planeja capturar isso? Fotos estáticas ou algo mais... dinâmico?"

Ela se inclinou para frente, sentindo o desafio no ar. "Dinâmico, com certeza. Vou mergulhar nas ruas, capturar as pessoas reais de Eldoria — os moradores que vão ser impactados. Não só os prédios frios, mas o calor humano. E você? Vai me deixar sujar as mãos ou vai querer tudo controlado do seu jeito?"

Ele sorriu, um sorriso lento que revelava dentes perfeitos e uma covinha sutil no queixo. "Sujar as mãos? Adoro a ideia. Mas aviso: eu controlo o que é meu."

A sala pareceu esquentar alguns graus. Os outros não notaram a subcorrente, mas Savannah sentiu: era um flerte velado, uma provocação que ia além do profissional. Ela sustentou o olhar, recusando-se a desviar primeiro. "Veremos quem controla o quê, Endrik."

A reunião prosseguiu por mais uma hora, com discussões sobre cronogramas e responsabilidades. Savannah anotava furiosamente, mas sua mente vagava para ele. Por que ele a afetava tanto? Era o poder que ele exalava, ou algo mais profundo? Quando o grupo começou a se dispersar, ela demorou, arrumando suas coisas com uma lentidão calculada. Os engenheiros saíram, murmurando sobre o próximo compromisso, deixando-os sozinhos na sala vasta.

Endrik não se moveu. Encostado na mesa, braços cruzados sobre o peito largo, ele a observava. "Você não anota tudo com essa câmera?", perguntou, apontando para o equipamento pendurado em seu ombro. Sua voz era mais baixa agora, mais íntima, como se o espaço entre eles tivesse encolhido.

Savannah ergueu os olhos, um sorriso brincando em seus lábios. "Às vezes, prefiro capturar as coisas com os olhos primeiro. A câmera vem depois, quando sei o que realmente vale a pena imortalizar." Ela se aproximou da mesa, fingindo examinar uma das plantas. "E você? Sempre tão... controlado? Ou há um lado mais selvagem escondido por trás desse terno impecável?"

Ele descruzou os braços, dando um passo à frente. O espaço entre eles era mínimo agora, o suficiente para que ela sentisse o calor emanando do corpo dele, o cheiro sutil de colônia amadeirada misturado com algo mais primal. "Nem sempre, Savannah. Mas eu escolho minhas batalhas. E quando escolho, vou até o fim."

O ar crepitava com eletricidade. Ela sentiu um formigamento na pele, como se cada nervo estivesse atento à proximidade dele. Seus olhos desceram brevemente para os lábios dele, imaginando o gosto — um pensamento perigoso que a fez recuar mentalmente. "Boa sorte com essa batalha, Endrik. Você vai precisar dela."

Ele riu novamente, inclinando-se um pouco mais perto, como se para sussurrar um segredo. "Acho que sou eu quem vai te surpreender."

Savannah saiu da sala com o coração martelando no peito, o ar fresco do corredor não suficiente para apagar o fogo que aquela interação havia acendido. Ela se encostou na parede por um momento, respirando fundo. "O que foi isso?", murmurou para si mesma. Endrik Voss era perigoso — o tipo de homem que podia incendiar tudo ao seu redor. E ela, com seu passado de cinzas, sabia que deveria ficar longe. Mas uma parte dela, a parte que ansiava por aventura, já queria mais.

De volta ao seu estúdio no bairro boêmio de Valéria, Savannah descarregou as anotações na mesa bagunçada. O espaço era seu refúgio: paredes cobertas de fotos em preto e branco, uma cama desarrumada no canto (para as noites em que o trabalho a consumia), e uma cafeteira sempre pronta. Ela ligou o laptop, pesquisando mais sobre o projeto — e, inevitavelmente, sobre Endrik. Artigos elogiavam seu gênio arquitetônico, mas havia lacunas: uma menção vaga a uma perda pessoal anos atrás, algo que o tornara recluso por um tempo. "Segredos", pensou ela. Todo mundo tem.

Enquanto isso, no escritório da Voss Arquitetura, Endrik se sentou em sua cadeira de couro, girando um lápis entre os dedos. A reunião havia sido produtiva, mas sua mente estava em Savannah. Aquela mulher o intrigara — sua confiança, o brilho desafiador nos olhos verdes, a curva sutil dos quadris em sua calça jeans justa. Ele não era de se envolver com colaboradores; seu foco era o trabalho, especialmente depois da traição de Elena, sua ex-noiva, que o deixara com uma desconfiança profunda. Mas Savannah... ela era diferente. Ele pegou o telefone, digitando uma mensagem rápida: "Sessão preliminar de fotos amanhã? Preciso ver sua visão em ação. Endrik."

Quando o telefone de Savannah vibrou, ela leu a mensagem e sentiu um arrepio de antecipação. "Jogo iniciado", pensou, respondendo: "Amanhã, 10h. Prepare-se para ser capturado."

A noite caiu sobre Valéria, com luzes piscando como estrelas caídas. Savannah deitou na cama, mas o sono demorou a vir. Imagens de Endrik invadiam sua mente: seus olhos, suas mãos, a promessa implícita em seu sorriso. Ela se virou, tentando ignorar o calor que se acumulava em seu corpo. Isso era apenas atração física, nada mais. Mas no fundo, ela sabia: as faíscas iniciais já haviam sido acesas, e o fogo estava apenas começando a se espalhar.

Endrik, em seu apartamento minimalista com vista para o rio, tomou um gole de uísque, olhando para a cidade lá embaixo. Savannah Reed era um enigma que ele queria desvendar. Ele imaginou tocá-la, sentir sua pele macia sob seus dedos, ouvir seu suspiro de rendição. "Calma", murmurou para si mesmo. Mas o desejo já queimava, quente e insistente.

Amanhã seria o próximo passo. E nenhum dos dois estava preparado para o quanto aquilo os consumiria.

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