Mundo ficciónIniciar sesiónUma noite proibida. Uma queda dolorosa. Um jogo de poder que pode destruir, ou salvar, Ann Sterling. Ela perdeu tudo em vinte e quatro horas: o noivo, o emprego e a pouca dignidade que restava. Sem chão, se entrega a um desconhecido… e descobre a noite mais intensa da sua vida. O problema? Ele não é um desconhecido qualquer. Nathan Prescott. Bilionário. Arrogante. Seu novo chefe. Ele a quer na equipe. Ele a quer sob seu domínio. E Ann logo vai perceber que, com Nathan, nada é por acaso.
Leer más— Oh, meu Deus! É claro que aceito me casar com você! — sussurro em frente ao espelho, tentando parecer natural. — Não. Está muito forçado.
Tento de novo, dessa vez colocando a mão no peito, como se estivesse emocionada. O resultado é o mesmo: completamente artificial. — Droga, já está na hora de voltar do almoço — murmuro, pegando minha bolsa antes de sair do banheiro. Quando entro na minha sala, Melissa está me esperando com algumas pastas nas mãos. — Você demorou, hein — minha amiga resmunga, colocando os papéis sobre a mesa. Então me encara. — Você está… diferente hoje. O que aconteceu? Me sento na cadeira, fingindo mexer nas pastas enquanto seguro um sorriso bobo. Como contar isso sem parecer uma completa boba apaixonada? — Hoje estou completando três anos de namoro — respondo, sorrindo. — Três anos de namoro com seu namorado invisível. Estou começando a achar que ele nem existe, por isso nunca nos apresentou. — É claro que ele existe, Mel — reviro os olhos. — Só é… discreto. Além disso, ele finalmente vai me pedir em casamento hoje. — Pedido de casamento? Mas isso não deveria ser uma surpresa? Como você sabe disso? — Porque… encontrei o recibo de um anel no bolso dele — respondo, sorrindo ainda mais. — Estamos completando três anos hoje. Não é coincidência. — Com certeza não — ela murmura, finalmente sorrindo, e aponta para os papéis. — Ann, entregue isso ao Sr. Hartwell, por favor. — Considere feito, Mel. — Ah, e não esquece de me contar tudo amanhã — pede, abrindo a porta. — Quero fotos! Assinto com um sorriso bobo, observando-a sair da minha sala. Meu estômago revira de ansiedade. Preciso manter a normalidade ou o Robert vai perceber que descobri a surpresa antes da hora. Quando o relógio marca 17h, eu quase pulo da cadeira. Pego minhas coisas para sair, mas, ao andar pelo corredor, interrompo os passos. Uma mulher está sentada na recepção, passando a mão na barriga redonda, bebendo água enquanto parece procurar alguém. — Posso te ajudar em alguma coisa? — pergunto, tentando ser educada. Ela se levanta de repente, batendo a barriga na mesinha. — Você é Ann Sterling? — questiona, com a mão na cintura, destacando ainda mais a barriga de grávida. — Sim, sou. De repente, ela dá um passo à frente e sua fisionomia muda completamente, fica… raivosa. A água em sua mão atinge meu rosto como um tapa. — SUA VAGABUNDA! VOCÊ DESTRUIU MINHA FAMÍLIA! SEDUZIU MEU HOMEM! NÃO TEM VERGONHA? Na mesma hora, funcionários que passam pelo corredor param para assistir à cena. Meu rosto queima de vergonha. — Eu não seduzi ninguém! — respondo, tentando manter a calma. — Nem sei quem é seu… homem. — DEIXA DE SER MENTIROSA, VADIA! — ela grita. — VOCÊ SEDUZIU O ROBERT, MEU NAMORADO! Furiosa, ela desbloqueia o celular e quase esfrega na minha cara. Meu estômago revira quando vejo a foto na tela. Robert, abraçando essa mulher no terraço da casa dele. Usando o pijama que comprei para ele. — Robert riu quando disse seu nome. Falou que você era só... diversão — ela diz, com um sorriso malicioso. — Isso é… mentira! Namoramos há três anos! Ele já comprou um anel, vai me pedir em casamento hoje! — tento me defender, mas por dentro já estou completamente destruída. — Anel? Está falando desse anel? — Ela levanta a mão, exibindo o diamante que acabei de perder. — Ele me pediu em casamento ontem, depois que descobri sobre você! Os murmúrios começam ao meu redor. O som inconfundível de celulares gravando a cena só piora tudo. — A Ann é mesmo uma desavergonhada — alguém sussurra. — É. Seduziu o Sr. Hartwell, que já tem outra e até será pai — responde outro. — Eu teria vergonha disso. — Aposto que só conseguiu o cargo porque dormiu com o chefe — comenta um terceiro. — Eu achava que a Ann tinha caráter. Engulo em seco. As desculpas, os fins de semana que ele “precisava trabalhar”… Tudo faz sentido agora. Um sentido cruel e devastador. — Vem, Ann. Melissa agarra minha mão e me puxa para longe daquele pesadelo. — Seu namorado é mesmo o nosso chefe, Ann? — ela pergunta assim que as portas do elevador se fecham. — Era por isso que ele não te assumia, claro. — Por favor… — sussurro entre lágrimas. — Não me julgue também. Isso está errado. Ele… ele não mentiria para mim. Pego o celular com os dedos trêmulos e tento ligar. Uma, duas, dez vezes. Nada. Ele não atende. — Desiste, Ann — Melissa diz, olhando para o celular. — O Sr. Hartwell saiu pouco antes daquela mulher aparecer. O que você vai fazer agora? — Eu… não sei — murmuro, a voz falhando. As lágrimas voltam a cair sem controle. Meus ombros se contraem com os soluços enquanto começo a andar pela calçada. Melissa me acompanha, tentando me acalmar, mas a voz dela soa distante. Embaçada. Então, meu celular toca. Desesperada, pego o aparelho, acreditando que é Robert. Mas não é. — Ann Sterling? — uma voz feminina pergunta assim que atendo. — S-sou eu. — Devido ao escândalo de hoje, você está demitida — ela diz, seca. — Não podemos manter uma funcionária que mancha a reputação da empresa dormindo com homens comprometidos. — Mas… você não pode fazer isso. Eu preciso desse… — Estou te avisando, não negociando. Ela encerra a chamada sem dar tempo de resposta. — Era o Sr. Hartwell? — Melissa pergunta, esperançosa. — Não. Era o RH. Fui demitida. — Mas isso é um absurdo! Você nem fez nada! — Preciso ficar sozinha, Mel — murmuro, tão baixo que nem sei se ela me ouviu. — A gente se fala depois. Nem espero pela resposta. Simplesmente a deixo para trás e continuo andando, com a blusa ainda molhada, o rosto inchado e o coração em pedaços. Quando me dou conta, estou em frente a um bar. O letreiro em neon brilha diante de mim, me fazendo hesitar. Nunca fui de beber. Robert sempre dizia que mulheres bêbadas eram “patéticas” e “sem classe”. Mas o traidor também dizia que me amava. O que mais pode acontecer hoje?Penso por um longo momento. — Acho que sim — respondo, finalmente. — Ou pelo menos… quero acreditar. Porque se não for verdade, se ela estiver mentindo de novo… eu não sei se aguento, Nathan. — Vou pedir que confirmem se eles realmente foram embora — ele diz, acariciando minha bochecha. — E se ela tentar voltar, se tentar qualquer coisa… eu acabo com ela. — Nathan… — Não, Ann — ele me corta, sério. — Chega. Ela teve todas as chances do mundo. Agora, acabou. Você, eu e as meninas vamos viver nossas vidas. E Sierra Lancaster vai ser só uma lembrança ruim do passado. Assinto e passo os braços ao redor do pescoço dele. Nathan beija minha testa devagar, como se estivesse selando a promessa que acabou de fazer. Ficamos em silêncio por alguns minutos, ouvindo a respiração um do outro e o som suave das meninas pela babá eletrônica. — Vamos voltar para a sala de jantar? — pergunto. — Antes que alguém venha nos procurar. — Vamos. Ele se levanta, me ajuda a levantar, e guarda a carta na
Fico parada no corredor, segurando o envelope como se ele pudesse explodir a qualquer segundo. Sierra. Meu coração dispara só de ver o nome dela. Como ela tem a audácia de me mandar uma carta depois de tudo que fez? Olho para o envelope branco, simples, só com meu nome escrito à mão. As vozes vindas da sala de jantar viram um murmúrio distante. Eu deveria rasgar. Jogar fora. Queimar, se possível. Mas… E se for importante? E se for uma ameaça? E se ela estiver planejando algo? Minhas mãos tremem. — Ann? Viro rápido demais e quase deixo o envelope cair. Nathan está no topo da escada, me observando com a testa franzida. — O que você está fazendo aí parada? — ele pergunta, descendo. — Todo mundo já está na mesa. — Eu… — minha voz sai falha. — Eu… Ele chega perto e vê o envelope na minha mão. — O que é isso? — Uma carta — respondo, engolindo em seco. — Da Sierra. O rosto do meu marido muda na mesma hora. O maxilar trava, os olhos escurecem… a raiva toma conta. — Me dá iss
Duas semanas.Duas semanas desde que as meninas nasceram.Quatorze dias de idas e vindas ao hospital, de ver minhas filhas em incubadoras, de contar cada minuto até poder trazê-las para casa.Mas hoje…Finalmente vou levar minhas filhas para casa.— Pronta? — Nathan pergunta, segurando a bolsa com as roupinhas delas.— Mais do que pronta — respondo, sorrindo.Entramos no quarto da UTI neonatal pela última vez, depois de conversarmos com o Dr. Patel. Ele confirmou que os pulmões estão perfeitos, que o peso está bom, e finalmente deu alta para as duas.Agora, Claire pesa 2.355 kg e Melanie, 2.630 kg.Ainda são pequenas, mas prontas para continuarem se recuperando longe daqui.Quando nos aproximamos, a enfermeira está vestindo Melanie com uma das roupinhas rosa-claro que Eleanor comprou.Ela não reclama nem se mexe muito; só observa tudo com aqueles olhinhos azuis atentos.Poucos minutos depois, é a vez da Claire que, ao contrário da irmã, faz careta e mexe os bracinhos como se estivesse
“Ann Prescott” A cesárea é… brutal. Ninguém me avisou que seria assim. Cada movimento dói. Respirar fundo dói. Rir é uma verdadeira tortura. Mas, ao mesmo tempo, não consigo parar de sorrir. Porque minhas filhas nasceram. Nathan está sentado no sofá, mexendo no celular. Quando percebe que estou acordada, guarda o aparelho imediatamente. — Bom dia, pequena — ele diz, se aproximando. — Como está se sentindo? — Como se tivesse sido atropelada por um trem — respondo, honesta. — Mas feliz. Ele sorri e beija minha boca. — A enfermeira passou aqui há uma hora. Disse que você pode tomar o café da manhã e, se estiver se sentindo bem, visitar as meninas de novo. — Quero ir agora — digo, sem pensar duas vezes. — Primeiro o café — ele responde, apontando para a bandeja ao meu lado. — Você precisa se alimentar. Reviro os olhos, mas obedeço, tomando o café mesmo com o estômago embrulhado de ansiedade. Alguns longos minutos depois, finalmente seguimos para a UTI neonatal. Melanie e Cla
“Nathan Prescott” Ann finalmente está dormindo. Após horas na sala de recuperação, perguntando tudo o que existia para perguntar e fazendo a Dra. Blackwood repetir explicações três vezes, ela finalmente cedeu ao cansaço. Fico observando por alguns segundos. O rosto dela está exausto, mas relaxado pela primeira vez desde que tudo começou. Beijo sua testa com cuidado para não acordá-la e saio do quarto. Preciso ver minhas filhas. O corredor até a UTI neonatal parece nunca acabar. Passo pela recepção, mostro minha identificação, lavo as mãos com o exagero recomendado e só então entro. A sala é silenciosa, ocupada somente pelo bip constante dos monitores. Há várias incubadoras, mas só enxergo duas no canto esquerdo. Melanie e Claire. Me aproximo devagar, quase com medo de fazer barulho demais. Elas estão em incubadoras separadas, pequeninas, com tubos de oxigênio nos narizinhos e sensores grudados na pele rosada. Melanie dorme profundamente, com a mãozinha fechada. Claire, cla
“Ann Prescott” A dor é diferente de tudo que já senti. É… avassaladora. Cada contração parece querer me partir ao meio. — Respira, pequena — Nathan diz, segurando minha mão. — Como treinamos. Tento, mas respirar parece o menor dos meus talentos no momento. A porta se abre e entra a Dra. Blackwood, já de roupa cirúrgica e com uma expressão que não me deixa nada tranquila. — Ann — ela chama, vindo até mim. — Como está se sentindo? — Com dor — respondo, tensa. Ela dá um sorriso compreensivo e se posiciona para me examinar. — Vou checar a dilatação, ok? Assinto. Ela examina rápido. — Quatro centímetros — anuncia, séria. — O trabalho de parto está progredindo rápido. — E a medicação que a outra médica ia… A obstetra balança a cabeça antes que Nathan termine. — Não vai funcionar. O parto já começou. Meu coração dispara. — Então… elas vão nascer hoje? — Minha voz sai trêmula. — Vão — ela confirma, pegando minha mão. — E considerando que são gêmeas, que você está com trinta e





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