Poderá o Amor ser mais forte do que a guerra? Um amor maior do que a vida. Uma vida maior do que convenções. Malena é uma Princesa que se torna Rainha após a terrível perda dos pais. Como primeira mulher a assumir o reino ela tem inúmeros desafios para enfrentar, entre eles, aprender a lutar com seu amigo de infância, Aron. Dessa relação surge um sentimento inesperado, mas nada será fácil no caminho dessa Rainha. Lutas, desavenças, desventuras, tragédias e saudades se entrelaçarão, fazendo com que Malena precise ser mais forte do que imaginava. Reinar não será fácil, e vencer as barreiras de ser quem é, também não! Deverá escolher um caminho a seguir: mudar sua vida ou honrar seus antepassados? A resposta para essa e outras perguntas, estará nesta emocionante aventura pela história de Regnaturi.
Ler maisPARTE 1
Deitada em um campo de flores,
Observando e admirando o céu,
Mesmo sem te ver, senti a sua presença.
Você foi se aproximando, pensando que eu não podia lhe ver.
Seu perfume se misturou com o aroma das flores, e respirar se tornou algo muito mais prazeroso.
Não consegui controlar a expectativa, a saudade e a vontade de te ver.
Levantei-me lentamente e você já estava a alguns passos de mim.
Quando nossos olhos se encontraram, foi como ver novamente,
Toda a beleza do mundo.
***
“I hear your voice on the wind
Ouço a sua voz no vento
And I hear you call out my name
E ouço-a chamar meu nome
Listen, my child! You say to me
Ouça, minha criança! Você diz para mim
I am the Voice of your history
Eu sou a voz de sua história
Be not afraid - come follow me
Não tema - venha, siga-me
Answer my call and I'll set you free...”
Responda meu convite e vou tornar você livre...
The Voice
(Celtic Woman)
***
— Calma! Devemos esperar até que eles estejam mais perto — dizia Aron, percebendo minha ansiedade.
— Não quero arriscar nada, entendeu? Essa batalha é nossa! Eles não conseguirão invadir o reino, de jeito nenhum! — Mesmo sabendo do potencial dos nossos soldados e de que éramos capazes de vencer, estava insegura.
Queria muito lutar. Era a primeira vez que pisava em um campo de batalha, e aquilo tudo havia se tornado uma questão de honra. Precisava provar que estava certa nas minhas decisões. Não só mostrar para todos, mas principalmente para mim mesma.
Nunca fui uma pessoa insegura, isso nunca me abalou, até agora. Sempre fui segura e me sentia protegida entre as muralhas do reino e fora delas também, mas minha principal segurança vinha de dentro, do meu coração, e sentia isso com todas as forças possíveis.
Fui uma criança muito amada e querida pelos meus pais, Rei e Rainha, por todos os nossos amigos, súditos, empregados e toda a população do reino.
Tive uma vida tranquila, meus pais faziam o possível e o impossível para que isso acontecesse. Apesar de ser quem sou e viver onde vivo.
Sobre quem sou? Onde vivo e como cheguei até aqui, aguardando para começar uma guerra, à frente de um campo de batalha? Acho melhor começar contando minha história.
Agora sou uma Rainha. Já fui Princesa e filha muito amada e feliz. No entanto, as coisas mudaram muito nos últimos dez anos e fui obrigada a mudar também, porém sem perder o horizonte que me fora mostrado com tanto cuidado e carinho, sem abandonar minha dignidade e meus princípios.
Nada nesse mundo seria capaz de modificar a minha essência, nunca mudaria por nada. Minha base era muito mais forte do que qualquer problema e qualquer intervenção que pudesse haver.
Mudanças externas surgiram, mas dentro de mim permanecia a força que me foi dada e cultivada.
Em primeiro lugar, como já mencionei, nasci nobre. Meu pai, o Rei Serafim, descendente da família real Nithercott do Reino de Minsk, governava nosso país junto com minha mãe, Rainha Stella Marie Baldrick, e dessa união nasci, Princesa Malena Katherine Baldrick Nithercott, a única herdeira do trono. Um grande fardo para meu pai que sonhava com um herdeiro, um príncipe e futuro Rei.
Isso se tornou um grande desafio pessoal para mim: ser uma filha melhor para que meu pai não sentisse a falta de um filho. Ele sentia, é claro. Mesmo me amando muito, sei que ele sentia.
Devido a isso, decidi que tentaria fazer muito mais do que uma filha faria. Tentaria ser um filho também para ele. O Rei Serafim gostava muito de lutas e batalhas e treinava com o melhor guerreiro do reino, seu amigo e cavaleiro Hamom Thomas Culbert, pai de Aron, meu amigo de infância.
Essa amizade vinha desde a juventude, desde que eles eram garotos e meu pai era um Príncipe. A geração seguinte deu continuidade àquela bela amizade.
Aron e eu crescemos juntos, brincávamos e éramos amigos. Houve um tempo em que ele ficou afastado do reino, para estudar fora. Senti muita saudade do meu grande amigo e quando ele retornou mais maduro aconteceu o que eu jamais poderia imaginar, a amizade havia se transformado em paixão.
Descobri que o amava. Um amor que chegou de repente, sem avisar, sem que eu pudesse entender direito e tomou conta de mim por inteira.
Não conseguia controlar aquele sentimento mesmo que quisesse e, sinceramente, eu queria, queria muito, mas era difícil.
Ele era um pouco mais velho que eu, três anos apenas, e ao voltar continuou me tratando como amiga e como Princesa.
Meus pensamentos voaram longe, junto deles, em como aquela cena e aquela sensação representava muito bem tudo o que estava sentindo naquela noite especial, reunindo minha família, pela primeira vez em nosso lar. Pedi licença as minhas amigas que continuaram conversando animadas, voltei para o interior da sala principal e presenciei a mais bela e doce visão. Henry estava animado, tocando uma canção ao piano, todos cantavam juntos e aos poucos, quem ainda não estava ao redor, se aproximou para ajudar com a música. As mulheres entraram animadas para cantar e tocar também. Ele, quando me viu, gentilmente, passou sua posição à Felícia, que emendou outra canção e assim a música não parou, para alegria de todos. Chegando perto de mim, meu amado esposo segurou em minhas mãos e levou-me até a entrada principal de nossa querida propriedade, beijou-me as mãos e disse carinhosamente:— Colocamos o visgo aqui, para que todos ao chegar, pudessem compartilhar um beijo na nossa noite especial e abr
Após tantas horas de boas conversas, saímos ao terraço: Agnes, Bethany e eu. Sentamos nas poltronas e ficamos observando as crianças brincarem em frente a propriedade. Havia uma magia ali que não saberia explicar. Felícia nos viu e veio sentar conosco. — Vê-las juntas me traz boas recordações... — nos abordou carinhosamente.— Não me diga, minha filha, boas e saudosas lembranças. — Bethany parecia emocionada.— Lembro do dia em que nos encontramos no jardim do castelo e dançamos de mãos dadas formando o círculo da amizade e do amor. Essa imagem ficou e ficará para sempre em minha memória — Felícia sorriu fechando seus olhos.— Que lembrança linda! Foi mesmo um momento incrível e não erramos quando dissemos que você seria uma bela e forte mulher, mesmo parecendo tão doce e frágil. Que sua felicidade viria até você porque era merecedora de muitas coisas boas. — contemplei novamente o passado.— Vocês sempre foram meus maiores exemplos. Agora vendo minha filha crescer e sabendo do seu d
Abdus veio com sua amada Constance e sua filha Serena, que agora moravam com ele no castelo também. Eles se apaixonaram e tiveram um romance escondido devido a muitos problemas que os envolviam, fatos esses que ficarão para outra história, o que devo contar agora é que além de viverem juntos no castelo e mesmo com a idade um pouco avançada tiveram Serena, que nasceu um pouco antes de Vitória. Os mais amados estavam ali e quando percebi a sala estava cheia, todos conversavam e bebiam, a alegria daquela reunião era contagiante. — Minha querida, madrinha. Quanta saudade sinto com sua ausência no castelo, contudo, é maravilhoso vê-la aqui em seu lar, junto de Henry que a faz tão feliz. Sua alegria em nos receber, é grandiosa e nos faz muito bem! — Serafim aproximou-se para conversarmos e não pude deixar de sorrir com satisfação. Que grande homem ele havia se transformado. Seu pai estaria orgulhoso se pudesse vê-lo agora, constituindo sua família com tanto amor e dedicaç
PRESENTE AOS LEITORES - EXTRA:CONTO "UMA NOITE DE NATAL EM REGNATURI" Aquela noite seria diferente. Na época de encerramento do ano, viajávamos até o castelo para as comemorações, no entanto, decidimos naquele ano, abrir a nossa propriedade para uma grande festa, a nossa primeira noite de Natal. Foi com imensa alegria que após conversar com Henry sobre o assunto e concordarmos em sermos os anfitriões, comecei a organizar tudo. Tinha muita coisa pela frente para resolver e me senti maravilhosamente bem com todos os planejamentos. Desde o nosso casamento, não tive o prazer de pensar em uma festa, e mesmo assim as que fiz no castelo estava rodeada de muitos empregados, que não me deixavam fazer muita coisa. Tudo o que pensava e comentava logo, estava pronto. Não posso dizer que não gostava de ser mimada, porém, poder fazer algo eu mesma, ainda mais em se tratando da minha própria festa em nossa propriedade, seria um prazer imenso. Decoramos todos os ambientes,
EPÍLOGO A Vitória viria mesmo alguns meses depois, na forma de um lindo bebê, ou melhor, uma linda bebê, muito parecida com sua mãe, no entanto também com os traços de seu pai. Antony e Felícia decidiram batizá-la com aquele nome glorioso. Seria ela a primeira Rainha Vitória da União Dinástica entre Minsk e Neveri. A benção em forma de criança com lindos olhinhos azuis e bochechas rosadas. A responsável pela unificação de dois grandes reinos. Após o nascimento de Vitória Malena Forense Trineth, uma linda homenagem que fizeram a mim, Serafim e Amélie logo descobriram que também esperavam um bebê, mas desde o princípio da gestação abdicaram da herança do trono para seu filho, pois acreditavam que o reinado seria, por direito, do herdeiro da unificação dos reinos e assim foi feito. Logo nasceu o filho dos dois e o batizaram de Aron. Ele estava de volta, eternizado agora no coração de seu neto que carregaria a honra de ter o mesmo nome que seu avô, um dos homens mais valen
— Mas… e Estevam, minha mãe? O que faremos por ele? Não honraremos mais sua memória? — Existem outras formas de honrar a memória de alguém, Theodore. Equivoquei-me pensando que a única forma fosse a vingança. A culpa foi minha. Plantei e cultivei todo esse ódio em seu coração. A culpa de tudo o que está acontecendo agora é toda minha. Assumo a responsabilidade por tudo e lhe peço, por favor, que esqueça essa vingança. Aborte o ataque, dê ordem a esses soldados para que se retirem e levantem acampamento. Se não fizer isso por mim, faça pelo seu neto que estará entre nós daqui a alguns meses e merece muito amor. Ele é o anjo mensageiro de Deus para seguirmos em harmonia e sermos, enfim, uma só família, um só reino. De onde eu estava, conseguia ouvir tudo o que falavam, mas não via a reação de Theodore. Ele, então, virou em minha direção e mesmo surpreso em me ver chamou-me. — Rainha Malena! Também veio até aqui. Devo então conversar com Vossa Majestade, em primeiro lugar.
Último capítulo