Mundo ficciónIniciar sesiónUm homem aparentemente perfeito, mas ele não pode se apaixonar. Uma jovem doce e determinada que sofrerá as consequências do amor. Eva Sanchez é uma jovem determinada, inteligente e trabalhadora, que consegue um emprego em uma grande empresa de tecnologia, como assistente do diretor financeiro José Miguel Rossi. Ele contrata a jovem, sem ter idéia de que foi a mesma com quem teve um encontro de uma noite e logo os dois se sentem atraídos e incapazes de resistir, mesmo que ele tente se manter longe dela, ele não consegue. Eles passam algumas noites juntos, mas José Miguel não pode continuar com a doce Eva e se afasta, mas sem explicar porque. Eva não entende porque ele não pode ficar com ela e resolve se demitir. Mas ela está grávida dele e decide ter o filho sozinha e nunca contar ao pai da criança. Mas eles vão se reencontrar e manter os segredos se tornará muito difícil, mas ficar juntos parecerá impossível.
Leer más“José Miguel”
- Eu já não aguento mais viver assim! Eu quero o divórcio. – Eu falei enquanto dirigia para casa, depois de mais uma crise de ciúmes da minha esposa que culminou em outro escândalo.
- Eu nunca vou te dar o divórcio, você é meu, José Miguel, meu! – Ela gritava e chorava ao meu lado, totalmente fora de controle, desferindo t***s e socos contra mim.
- As coisas não são assim, eu vou sair de casa, nós não podemos continuar assim, não faz bem para nenhum de nós, não faz bem para os nossos filhos. – Eu insisti, mas ela estava cega de raiva e de ciúme.
- Você não vai a lugar nenhum e se você não for meu, não será de mais ninguém! – Ela gritou e colocou a mão no volante desestabilizando o carro. Foi tudo tão rápido!
- Solta o volante! Cuidado com os bebês! – Eu gritei de volta, mas era tarde demais, eu não consegui controlá-la, eu não consegui parar o carro.
A estrada estava escorregadia, caía uma chuva fina, o carro patinou e escorregou pela pista. Eu não consegui fazer a curva, eu senti o desespero, a angústia, tentei parar, mas perdi a direção e colidi contra um grande pinheiro fora da estrada. Só então o carro parou. Ela estava sem cinto, estava com os nossos filhos e sem cinto. Os paramédicos chegaram. Os sons abafados, as sirenes, as perguntas, era tudo como um borrão e uma confusão que me deixava sem ar. E, então, as luzes brancas do hospital, os gritos e o choro, enquanto o médico dava as notícias.
- Lamento, mas não tenho boas notícias! – A voz daquele médico ecoava repetidamente em minha mente.
- NÃÃÃOOO! – Eu acordei gritando, banhado em suor e lágrimas.
Outra vez aquele pesadelo que me levava para o meu pior inferno todas as noites nos últimos cinco anos. Sempre a mesma coisa, o acidente, as ambulâncias, o médico repetindo a mesma frase. Toda noite o mesmo pesadelo!
Eu olhei para o relógio ao lado da cama, eram quatro da manhã, dormir de novo seria impossível. Eu me levantei e me preparei para sair para correr, era assim que eu cansava o meu corpo e esvaziava a minha mente.
Às sete da manhã eu já estava pronto para ir para o trabalho, estava terminando o meu café da manhã no balcão da cozinha.
- José Miguel, eu não sei pra quê eu me esforço tanto em exigir que a empregada coloque a mesa de café todos os dias se você não faz questão nenhuma de se sentar e tomar o café comigo. – A Carmem entrou na cozinha já pronta para começar com as cobranças e todo o seu drama.
Eu preferia tomar o meu café na cozinha. E, eu também fazia isso para evitar as conversas com a Carmem tão cedo. Ela estava ficando cada vez pior, cada vez me cobrava mais, cada vez ela estava mais difícil de tolerar.
- Bom dia, Carmem. Por mim, você não precisa se esforçar tanto! – Eu respondi e, enquanto eu tomava o último gole do meu café, eu vi o semblante desgostoso dela por sobre a xícara.
- Você já foi mais gentil! – Ela retrucou e eu ignorei, vesti o meu paletó e peguei a minha pasta. – Você vai me acompanhar hoje ao... – Eu nem esperei que ela acabasse de falar, ultimamente isso era mais um problema entre nós dois.
- Não posso ir, Carmem. – Eu respondi, já começando a perder a paciência.
- Você não me acompanha mais! Aliás, você nem vai visitá-los mais! – Ela reclamou e eu respirei fundo.
Toda semana era a mesma coisa, às quintas feiras ela exigia a minha presença naquele lugar, mas aquilo já não fazia sentido pra mim, não nos ajudava em nada e eu percebi que não fazia diferença para eles.
- Você sempre tem uma desculpa, sempre tem algo mais importante, está sempre trabalhando demais! – Ela subiu o tom de voz e eu sabia que aquele discurso seria longo, mas eu não queria ouvi-lo, não de novo.
- Carmem, não é desculpa, eu trabalho demais. Eu tenho um dia cheio de reuniões hoje, não posso cancelar tudo para ir com você fazer uma visita que podemos fazer no fim de semana. – Eu tentei ser razoável, mas ela já não era razoável há muito tempo.
- Claro, José Miguel, você nunca tem tempo para a sua família. – Ela falou com rancor e secou uma lágrima que já escorria em seu rosto, fazendo a culpa explodir na minha cabeça.
- Olha, Carmem, não é isso! Não distorça as coisas. Eu apenas estou com muito trabalho desde que demiti meu último assessor, mas eu já estou procurando alguém para substituí-lo. – Eu expliquei e ela deu uma risada cruel.
- Um assessor para diminuir a sua suposta sobrecarga de trabalho? Ou uma assessora para te distrair dos problemas domésticos? – Ela falou cheia de amargura e sarcasmo.
- Chega, Carmem! É melhor pararmos por aqui antes que um de nós se arrependa de dizer algo impensado. – Eu a encarei com a expressão dura e, sem dar chance a ela que continuasse com aquela cena desagradável, eu me virei para sair.
- Pense bem, José Miguel, é a sua família! Depois, você fica aí se lamentando, com aqueles pesadelos horríveis que te fazem gritar todas as noites, mas isso não muda nada.
Eu parei diante da porta, mas eu não me virei para encará-la. Eu respirei fundo, sentindo o peso da culpa e da cobrança. Há muito tempo culpa era tudo o que eu sentia e a Carmem não me deixava esquecer aquela culpa nem um dia.
- Eu estou atrasado, Carmem. Nos falamos depois!
Eu já estava cansado de tantas discussões. Talvez eu devesse passar a tomar o café da manhã na rua. Enquanto eu ia para o trabalho, as palavras da Carmem ecoavam na minha cabeça. A minha família. A consciência atormentada. A culpa. Sempre a culpa, nada me eximia dela e todos os dias a Carmem me lembrava disso. E junto com a culpa, eu sentia o arrependimento pelas decisões que eu tomei e a Carmem era uma dessas decisões equivocadas e das quais a gente não consegue se livrar depois, porque eu decidi ficar ao lado dela naquele momento de dor, porque eu me sentia culpado pelo que tinha acontecido, porque aquele maldito acidente tinha sido minha culpa!
Eu estava mergulhado no trabalho para não pensar na minha vida e, no fim do dia, quando o meu melhor amigo entrou em minha sala, eu senti por um momento um alívio naquela rotina acachapante que eu vivia.
- Ih! Pelo jeito o dia hoje não foi bom. – O Matheus se sentou na cadeira em minha frente e eu dei um riso seco e sem humor.
- O problema não foi o dia, foi como ele começou. – Eu me lembrei com irritação da minha discussão com a Carmem essa manhã.
- Ai, já sei, a Carmem de novo! Sinceramente, José Miguel, até quando você vai suportar essa mulher? Até quando você vai manter essa situação absurda e desconfortável? Está na cara que vocês só fazem mal um ao outro.
O Matheus estava sempre me dizendo coisas assim, mas ele nunca gostou da Carmem, ou melhor dizendo, os dois se odiaram desde o dia em que se conheceram.
- Matheus, é uma situação sem solução, você sabe!
Ele era uma das pouquíssimas pessoas ao meu redor que conhecia os meus dramas pessoais. Eu mantinha as pessoas longe, não permitia que ninguém se aproximasse.
- José Miguel, solução tem, você é que fica caindo naquele discurso ridículo de dependência emocional dela.
- Cara, a Carmem precisa de mim, você sabe. Se lembra da última vez? - Eu o encarei e ele bufou e rolou os olhos para cima.
- Olha, eu não concordo, mas não vou insistir! – Ele sorriu. – Não hoje! Hoje eu vim te chamar para uma balada da melhor qualidade, cheia de gatinhas e diversão. – Ele ofereceu e eu balancei a cabeça.
- Cara, para de me convidar pra essas coisas, você sabe que eu sou casado!
- Ah, José Miguel, deixa de ser ridículo! Fica aí com esse discurso antiquado e está deixando a vida passar. Anda, vamos nos divertir um pouco, você precisa disso! – Meu amigo insistiu.
- Não dá, Matheus! Eu tenho que jantar em casa. A Carmem...
- José Miguel, para com isso! A Carmem, a Carmem, sempre a Carmem. Não, hoje nós vamos para a balada, você precisa disso! Diz pra Carmem que você vai jantar com um cliente. Nós vamos para a balada, dançamos, bebemos, você se distrai um pouco e antes do dia amanhecer e a Carmem acordar e perceber, você estará em casa. – Ele deu um sorriso confiante, sempre tinha uma saída e uma desculpa para tudo. – E aí, o que me diz?
Eu o encarei por um momento e tudo o que a Carmem me falou naquela manhã voltou para a minha mente e eu não sabia o que fazer, se deveria ir me divertir e relaxar um pouco ou se voltava para casa e ouvia as cobranças da Carmem.
"Eva"Ah, o Matheus era melhor do que a encomenda! Ele tinha feito planos muito divertidos para a Carmem e aquela pequena câmera que o Enzo entregou para ele durante o nosso almoço esta semana estava sendo o ponto alto de tudo. Enquanto nos sentamos no quintal, a Berta nos mostrava as imagens do quarto da Carmem com som. A Carmem praguejava no banheiro e gritava que ia nos esfolar vivos. Durante a confusao na sala, a Candinha tinha dado um jeito de ir até o quarto da Carmem, borrifar bastante o perfume do Matheus e trocar o cadeado da janela para que a Carmem não não conseguisse abrir. Ela também tinha tirado todos os rolos de papel que havia no quarto e deixado apenas uma toalha, onde borrifou bastante o perfume do Matheus. Mas eu desconfiava que uma toalha era muito pouco para a quantidade de banhos que a Carmem precisaria tomar naquela noite. A minha prima tinha tomado pelo menos uns dez quando o irmão a deu o laxante escondido em uma festa, ela dizia que o cheiro não saía dela. E
"Matheus"Assim que o José Miguel e a Eva saíram da cozinha eu me virei para a Gabriele. Ela estava tentando não olhar para mim, chegava a ser fofo o quanto ela estava sem graça. Eu tamborilei os dedos sobre a mesa e a encarei, um sorriso brilhando em meus lábios e a dúvida cutucando a minha mente. Havia um conflito em mim, eu gostava da companhia da Gabriele e não queria perder isso por causa de uma noite de sexo, mas eu sentia um tesão louco por aquela Peste e a atração que eu sentia por ela era quase insana. E, por isso, eu ainda não tinha decidido o que eu queria mais, ser amigo dela ou cair nos seus braços por uma noite, porque eu sabia que se fizesse sexo com ela, as coisas mudariam e eu tinha certeza que ela se afastaria.- Olha, Carrapato, a noite foi bem divertida, mas ficar aqui eu acho que é desnecessário, a Evita vai fazer a cobra de botox ter certeza do que está acontecendo no quarto do Rossi. - A Gabriele falou enquanto brincava com um ponto invisível na toalha de mesa.
"José Miguel"Quando entramos na cozinha, a Candinha e a Berta já tinham a mesa pronta e olhavam algo no celular que as fazia rir. A cozinha, diferente do resto da casa, era clara, arejada e smpre estava com as portas e janela abertas, porque a Candinha não tolerava que a Carmem se metesse lá e a Carmem preferia ser servida.- Acho que nós precisamos de ar fresco e uma bebida antes de pensar na comida. - O Matheus sugeriu nos direcionando para o quintal.- Tem razão! - Eu concordei e me encostei perto da churrasqueira ao lado do Matheus, enquanto observava as garotas, a Candinha e a Berta se sentarem perto da piscina. - Eu deveria pedir a Berta para subir e verificar a Carmem, mas estou com pena de mandar a coitada naquele fedor. - Eu comecei a rir, não conseguindo mais me conter.- Não precisa se preocupar. Eu dei um brinquedinho para a Berta, depois que a Carmem escapou e ela está de olho. - O Matheus respondeu e eu olhei para ele entre surpreso e preocupado.- O que você fez, cacho
"José Miguel"Eu sabia que esse jantar seria um desastre, mas está sendo um desastre para a Carmem e, eu tenho que admitir, é bem divertido ver o Matheus e a Eva confrontando a Carmem com uma grande dose de sarcasmo. Eu sei que há provocações dos dois lados, mas talvez seja bom para a Carmem se dar conta de que não pode tentar magoar a Eva.- Paixão, depois do jantar você poderia me mostrar o resto da casa? Eu estou curiosa para conhecer o seu quarto! - A Eva falou toda cheia de charme comigo.Eu nunca pensei em levá-la naquele quarto frio e impessoal que abrigou tantas noites ruins e de pesadelos, mas eu não recusaria um pedido dela.- Se você quer, eu te mostro tudo! - Eu sorri e dei um beijo em sua mão.- NO QUARTO DA MINHA FILHA NÃO! VOCÊS NÃO VÃO MANCHAR ASSIM A MEMÓRIA DA MINHA SANTA FILHA! - Eu gritei e eles me olharam como se não se importassem.- Santa? Nem você acredita nisso, invocação do mal! Sua filha era uma oportunista mentirosa! - O Matheus respondeu a Carmem com uma r
"Eva"Eu expliquei para os meus cúmplices o que eu precisava, além de me divertir com as bobagens que o Matheus falaria para a Carmem e esfregar na cara dela que o José Miguel era meu, eu ainda tinha duas cartas na manga! Uma eu tinha certeza que ia dar certo, com a ajuda dos meus cúmplices, a outra eu precisaria ter a sorte do meu amorzinho entrar na minha brincadeira. Mas de toda forma, quando eu saísse daquela casa, a Carminha desejaria nunca ter tentado me colocar para correr!O Matheus e eu voltamos para a sala rindo e abraçados. Havia cumplicidade entre nós, como dois irmãos que aprontam juntos e se protegem para os pais não descobrirem suas trquinagens.- Fica atento, José Miguel, ou o seu amiguinho colecionador de piranha de tamanco te passa a perna e leva a sua Maria Madalena pra casa. - A Carmem destilou o veneno dela.- Ai, tadinha, está tão idosa que está ficando demente! Ou será que está surda? Talvez seja por isso que ela grite tanto! - Eu usei algo que eu já tinha perce
"Eva"Quando eu vi o Matheus e a Gabriele entrarem eu respirei aliviada, não apenas porque eles estariam comigo para me impedir de agarrar o pescoço da cobra de aplique e esganá-la, mas também porque o Matheus tinha o dom de deixar o clima leve e divertido em qualquer situação. Então, assim que ele fez a sua entrada dramática, eu me levantei do sofá e fui em diereção a eles, empurrando a cobra de aplique com nenhuma gentileza para que ela saísse do meu caminho. Ela ela cambaleou para o lado e eu percebi a Gabriele tentando não rir.- Cachorrão, Gabi, que bom que vocês vieram! - Eu abracei os dois de uma só vez.- O que esse pulguento está fazendo aqui, José Miguel? - A Carmem reclamou.- Por favor, sem gritos e sem desmaios de emoção. Não precisa disso, eu cheguei, Carminhaaa! - O Matheus falou num tom tão debochado que eu não controlei o riso. - Sua praga do Egito, cala a boca! José Miguel, a minha filha não o suportava e tinha motivos suficientes para isso! E eu o odeio! - A Carme
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