Marjorie é uma jovem advogada, que deveria estar feliz com todas as conquistas que fez. Porém ela está em busca de algo que faltava em sua vida, o filho que precisou deixar para trás quando era ainda muito nova. Um dia ela tem um encontro perigoso com uma cliente e descobre que têm nas mãos provas para acabar com uma facção antiga e perigosa, e tudo só piora quando ela entra na mira dos mafiosos. Agora ela precisa correr contra o tempo para se salvar, e salvar á todos que ama, enquanto vive um romance nada normal com a única pessoa que pode lhe salvar. O Meritíssimo Juiz, James O'Hare. " Bastou um pequeno movimento meu para afirmar a história, e o homem virou na minha direção. Ele arregalou os olhos só por um instante, e daquela distância eu vi uma risadinha se formando no canto da boca dele. - Ouvir dizer que ele foi transferido para cá, por causa de um julgamento na semana que vem. Dizem que ele é da Irlanda, o juiz mais jovem que tivemos. Acho que o nome dele é James O'Hard. Também falaram na empresa que ele é muito mal educado em pessoa, do tipo sarcástico ao extremo. Tem certeza que é ele? - Toda a certeza do mundo. - Ele olhou mais uma vez para mim."
Leer másOito anos atrás....
- Tá legal. Como se usa isso? - Peguei a caixa comprida na mão e virei de um lado ao outro.- É para você? - Quase pulei pra trás quando a senhora que estava de trás do balcão me olhou por cima dos óculos e se aproximou.- Na -Não. Claro que não, é para minha mãe, acho que vou deixar de ser filha única. - Dei uma piscadinha.- Sei. - Ela me encarou. - É só a sua mãe fazer xixi em cima, se der uma faixa vai ser negativo, se for duas positivo.- Vou explicar para ela. - Puxei a sacola da mão da mal humorada e sai.Nunca havia reparado como a minha casa ficava longe do centro da pequena cidade. Minha casa era só uma forma de dizer, na verdade eu morava em um cômodo no fundo de uma empresa com meu pai.Minha querida mãe não aceitava a situação, dizendo não aguentar perder tudo e ser colocada na rua. Então um belo dia foi ao centro da cidade e nunca mais voltou. Me lembro de esperar ela voltar quase um ano. Era difícil para uma menina de quatro anos ser deixada aos cuidados do pai, mesmo que ele fosse um bom pai .Só não ficamos na rua porque Seu Orlando patrão do meu pai flagrou a gente dormindo num dia de frio na guarita, na hora não me acordou, só jogou o casaco em mim e depois que acordamos chamou meu pai. Não sei até hoje sobre o que falaram, só que daquele dia em diante eu teria um teto para dormir.Morava em um espaço pequeno dividido por um banheiro, até que estava feliz se não fosse a conversa que eu ouvi outro dia. A empresa foi vendida e Seu Orlando ia se mudar para a Inglaterra.Agarrei o pacote e passei pelo Amadeu, colega do meu pai. Negro alto e simpático sempre com palavras engraçadas. Menos hoje.- Pai? - Escondi o pacote na bolsa. - Pai? - Passei pela porta e continuei.- Surpresa! - Dei um pulo para trás quando meu pai pulou em mim com uma sacola enorme na mão. - Pega, é pra você.Ele estendeu a sacola para mim. Não me lembrava o motivo até ver a cor do vestido. O baile da escola. Claro que me esqueci, afinal não tinha dinheiro pra nada mesmo. Não sabia como meu pai tinha ficado sabendo.- Não precisava, eu nem ia mesmo. - Segurei firme as lágrimas.- Nem pense em chorar. Eu recebi uma ligação hoje, você não tinha confirmado sua presença na festa, não é justo parar a sua vida por minha causa. - Senti as mãos do meu pai no meu rosto.- Obrigada pai. - Fingi um meio sorriso.- Seu, namorado vai com você.. - Ele ficou tenso. - Sabe o que eu penso sobre ele, não pense que eu chamei ele porque mudei de opinião. É só que hoje é um dia especial para você.Sabia muito bem, melhor ainda depois de uma briga feia que tiveram por algum motivo que nem eu sei. Desde esse dia meu namorado não entrava mais em casa. Continuei minha caminhada até o banheiro e só respirei quando fechei a porta e me olhei no espelho, minha bolsa ainda estava no meu ombro, meus olhos começavam a encher de lágrimas. Uma criança. Tudo que eu via no espelho era uma criança, não era alta, cabelos castanhos e olhos castanhos escuros, boca pequena e carnuda. Não tinha um corpo de mulher, quem com a minha idade teria tal corpo? Nem sei porque cai na ideia do Davi.- O importante é o amor. - Joguei água no rosto.*******- Onze horas esteja aqui moça. - Meu pai desligou o motor do carro velho e enferrujado. - Entra logo, esta começando a chover.- Tá bom pai. - Agarrei a barra do vestido e olhei para a escola toda iluminada.Não precisei correr muito. Abri a porta e dei de cara com o Davi de terno e cabelo penteado. Havia me esquecido de como ele era lindo, todas as curvas do rosto de ornavam e combinavam com o cabelo loiro cor de areia e olhos verdes. Ainda sentia vergonha dele, bastou um pequeno toque no meu ombro para minha pele se arrepiar.Meu pai não esperou mais e arrancou com o carro.- Você está tão linda . - Davi me virou. - Combinou de rosa, parece uma princesa.- Não é para tanto. - Abaixei os olhos. - A gente tem que conversar.- Pode ser depois ? A noite está tão linda, e você tão perfeita. Vamos curtir um pouco. - Ele me puxou rumo à entrada da escola.O cheiro de perfumes e suor me fez ter calafrios, pessoas falando alto, outras dançando, eu não queria estar aqui, nunca quis. Consegui me mover e fui atrás do Davi, mas nos perdemos na pista de dança, fui puxada por um garoto alto e forte, não me lembrava dele até o idiota tentar passar a mão no meu corpo.- Me solta! - Libertei uma mão e dei um tapa no rosto dele. - Idiota,- Sua vadia. - Na cara que ele estava bêbado. Acabei levando um empurrão e caí em cima de uma garota.Sentia tanta vergonha que corri até o banheiro, mas antes de entrar reconheci uma voz. Ele não estava só, muito menos com amigas, estava amassando uma garota num canto sujo. Voltei e com toda a força que ainda tinha puxei ele.- Marjorie? - Davi empurrou a menina. - Mas?- Não quero brigas Davi, na verdade estou mais que cansada de você. - Não conseguia falar alto, ainda bem que ele entendia, caso contrário eu não iria repetir. - Se você estava com ela é porque eu já não significo mais nada pra você.Me afastei aos poucos, enquanto ele tentava me puxar e dizer coisas como "foi sem querer ", ou , "me perdoa, eu ainda te amo." Não conseguia imaginar uma vida com ele, não sabia perdoar tão fácil, acho que uma coisa dessas ninguém esquece. Mas ele tinha que saber. Não me lembro onde eu vi às horas, só sabia que eram dez e meia, dali a meia hora meu pai estaria me esperando do lado de fora. Meia hora era muito tempo, mesmo com a chuva começando a cair mais forte não me importei em ir embora, tirei a sandália e pisei no chão frio.Ainda tinha gente chegando, foi difícil sair, foi quando atravessei a rua e corri o quanto conseguia, ou até ser puxada por mãos de alguém muito bravo.- Onde você vai nessa chuva ? - Davi tinha o cabelo molhado e cobrindo metade o rosto, estava com o rosto vermelho de raiva.- Me esquece Davi. - Tentei puxar meu braço de volta.- Não! Eu... olha, eu não sei muito bem o quê aconteceu, eu gosto de você, pisei feio na bola. Por favor Marjorie me desculpa. - Ele tentou ajoelhar.- Eu quero ir pra casa. - Me abracei. - Estou com frio, e muito cansada.- O que está acontecendo? Você sai toda brava, e agora não quer mais falar comigo. - Ele me forçou a olhá-lo nos olhos castanhos e se aproximou.- Eu... - Senti o hálito quente dele e desejei nunca perder essa sensação. - Eu....- Hum? - Ele colou nosso corpo.- Eu estou grávida...Deixo aqui uma homenagem a toda a mulher que precisa matar um leão por dia e ainda assim volta para casa e protege seu filho.No fundo somos Marjories lutando pelo bem dos que amamos e tentando vencer na vida.Com muita tristeza concluo essa obra, me diverti muito escrevendo, lia a relia rindo sempre.Minha gratidão a você leitor que chegou até aqui e se encantou ou riu ou chorou com esse história.A vida de James e Marjorie continuam por aí em algum lugar das nossas mentes.....Espero que tenham gostado desse livroMuitos beijos e nos encontramos no próximo. Quem sabe Ben ganha um livro tambémBeijosssssssJô Coelho
Nos casamos em segredo. Rita ainda lutava contra o câncer, e nós não podíamos confiar totalmente na sorte. James e eu nos casamos em frente a cabana onde eu o arrastei e salvei a vida dele. E acho que foi lá onde descobri que o amaria para sempre.Me casei com um vestido simples, sem véu ou muitos adornos, e James quis que os homens ficassem descalços, o único que não gostou foi Ben que era atacado por formigas invisíveis a toda hora. Helen se alistou para o programa onde os médicos davam assistência em outros países de baixo desenvolvimento e não foi no nosso casamento, mas ligou e conversou bastante com James.A cabana estava toda adornada com flores que ele cultivava na fazenda, James tinha colocado pequenas luzes em toda a entrada, foi melhor do que pensei, porque ao contrário de muitas mulheres, nunca quis ser uma noiva cansada e estressada rodeada de convidados.Dançamos nossa música.Passamos mais quatro dias na cabana. Fizemos amor á luz do luar e das estrelas, brigamos porque
Dois Meses depoisAs mesas já estavam todas no lugar, a entrada da noiva era a coisa mais linda. James me arranjou alguns recipientes que o avô dele usava para guardar o leite. Usei para colocar flores, que levariam até um Carvalho enorme. Tive o cuidado de usar somente a cor branca.- Como estão as coisas aí? - James me abraçou por trás. - Precisa ir mais devagar meu amor. Ainda não está totalmente recuperada.- Eu sei. Consigo fazer as coisas. - Fechei os olhos quando James me beijou.- Está na hora de ajudar a noiva meu amor. Seu pai está ficando impaciente.James me levou até o quarto onde Rita estava se arrumando, me deu um beijo bem demorado e bateu na porta. Rita estava sentada, encarando o espelho.- Uma velha de noiva é a coisa mais estranha. - Ela me olhou pelo espelho.- Uma mulher vestida de noiva é a coisa mais linda, ainda mais se essa mulher estiver vivendo a segunda chance. O vestido dela era simples, branco com algumas flores douradas, um decote delicado. Coloquei um
- O garoto é esperto mesmo. - Nadja falou no telefone. - Meu contato me disse exatamente o que já sabia, sobre a localização, com a condição de esperar até as três da manhã. - Porque esse horario? - Falei vagamente.- Não disse. Mas... Fiquem esperto porque só poderão entrar com ajuda dele. Fiquem atentos á qualquer movimentação perto das três horas.- Ok.Eram exatas duas horas da manhã e Nicolas dormia enrolado ao Harry, não tinha ninguém para ficar com ele. Helen estava a caminho, só rezava para minha pequena estar viva, e que o maldito do Joseph não ter tocado em um só fio do cabelo dela...{Marjorie}Passado o efeito da droga, Joseph injetou mais uma seringa na minha coxa. Agora eu não ria ou tentava falar, tinha tantos machucados que era impossível ficar acordada, estava sofrendo de alucinações horríveis. Ele tocou em mim, da forma que quis, e eu agradeci por estar entorpecida ao ponto de alucinar várias coisas loucas. Dei uma olhada no relógio da cômoda dele. Duas e cinquenta
Ao que parece a coruja velha resolveu mesmo me observar o tempo todo. Dei meu show de Samara, deixei o cabelo cair na frente do rosto e fiquei de cabeça baixa.- Você soltou aquele cachorro. - Joseph virou a cadeira de costas e sentou, deixando o falecido bem evidente entre o vão da cadeira.- Soltei? - Sorri para ele. - se você diz, eu é que não vou discordar.- Não ligo para ele Marjorie, só quero as provas, seu padrinho não entraria na sua casa por nada. - Olha chefe. Eu não colocaria a vida das pessoas ao meu redor para esconder uma merda de uma prova. Você já ferrou o bastante com a minha vida. Eu só quero que tudo termine, e se não for me deixar, me mata. Mas acaba com isso.Ele riu, uma risada seca e estranha que só saiu da boca mesmo, os olhos não se moviam. Joseph se levantou e caminhou até parar na minha frente, enfiou a mão no bolso. - Você está comigo agora garota, depende do que achar liberdade. Ainda mais depois do nosso passeio.- Passeio para onde? - encarei o velho.
Quando acordei estava de volta as docas, meu peito todo doía, mesmo no escuro vi um hematoma enorme ali, meu rosto também doía pra caramba. Passei a língua, meus dentes embora doloridos estavam todos no lugar.— Você me deformou. – Escutei a voz do velho. Não o via.— Pensei que sua mãe tinha feito isso quando você nasceu. – Me apoiei na parede gelada. — Você não colabora Marjorie, podia te fazer minha coelhinha pelo tempo que eu quisesse, ia te mimar. Mas você é um animal.— Não preciso do seu dinheiro Joseph, eu estudei para ter meu dinheiro de forma digna. E não curto entorpecentes, se é isso que quer saber. Ele se mexeu, se aproximou e então eu vi, ele tinha um curativo enorme na orelha direita. Joseph estava de camisa sem manga o que me deu a visão de dois braços tatuados. Como ninguém nunca notou isso? Como James deixou passar essa informação? Helen foi casada com o filho do homem mais perigoso de Londres. — Você não vai me dar as provas. – Ele limpou a unha com uma adaga. —
Último capítulo