O sol da tarde derramava um brilho dourado sobre a varanda de madeira da clínica, tingindo o cenário de um calor amarelado que parecia acalentar até as menores folhas secas espalhadas pelo chão. Clara finalizava a organização dos frascos na prateleira, alinhando-os com cuidado enquanto ouvia o vento sussurrar entre as árvores. Era um daqueles dias tranquilos, em que o tempo parecia passar mais devagar, como se o mundo respirasse fundo antes do cair da noite.
Foi então que escutou passos leves se aproximando pelas tábuas da varanda. Conhecia aquele ritmo — era Katiany. Mas havia algo diferente na cadência, uma ligeira pressa, como se a menina estivesse carregando uma notícia que não podia esperar.
— Mãe, posso ir andar de cavalo com o Tyler?
Clara se virou, surpresa. Katiany estava ali, com os cabelos castanhos presos num rabo de cavalo alto, alguns fios rebeldes escapando e dançando ao redor do rosto. Seus olhos, antes opacos nos últimos meses, agora brilhavam com uma