Um Gigolô, Um Noivo Falso, e Um Bilionário? Zoey Aguilar só queria dar o troco no ex. Depois de ser humilhada e abandonada antes do casamento, tudo o que ela queria era entrar no salão como uma mulher irresistível, com um acompanhante perfeito ao seu lado. Mas quem pode responder, por que o seu gigolô comprado se tornou um bilionário? Zoey olha para o homem à sua frente, Christian Bellucci, o CEO arrogante e insuportavelmente lindo da Vinícola Bellucci — um dos homens mais ricos do país, e sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Sem problema? Claro que há um problema! Toda a internet agora acredita que eles são um casal. E o maior problema? O avô dele também acredita. Agora, Christian precisa manter a farsa para herdar a vinícola da família. Zoey só quer sair dessa história sem ser processada. Mas quando a linha entre a mentira e a realidade começa a se confundir, Zoey percebe que pode estar caindo na armadilha mais perigosa de todas: se apaixonar novamente. — Eu já fui deixada antes, Christian. E não vou cometer esse erro de novo. — Quem disse que dessa vez você seria a única a perder? Uma comédia romântica cheia de reviravoltas, segredos do passado e uma paixão impossível de resistir. Será que Zoey vai ter coragem de abrir seu coração de novo?
Ler maisEu estava mesmo fazendo isso.
Andava de um lado para o outro na antessala do salão de festas do Hotel Milani, um dos lugares mais luxuosos da cidade, tentando convencer a mim mesma de que aquilo era uma boa ideia. Contratar um gigolô para fingir ser meu noivo? Deus me perdoe, mas eu não tinha escolha.
Meu ex-noivo estava prestes a se casar. E não com qualquer pessoa, mas com a minha ex-melhor amiga. Sim, eu fui duplamente traída, num pacote "compre um, leve outro" que eu nem sabia que estava assinando. Se existisse um programa de fidelidade para otárias, eu já teria acumulado pontos suficientes para resgatar um tapa na cara e uma passagem só de ida para o fundo do poço.
Ignorar o casamento? Era o que eu queria. Mas Elise fez questão de me ligar pessoalmente! Claramente ela estava querendo rir de mim, me humilhar. Mas eu não podia perder aquela briga. Então disse que iria. Mas pior: eu disse que iria acompanhada pelo meu noivo incrivelmente gato e rico!
— Rico? — Ela riu, parecendo não acreditar.
— Ele é herdeiro de uma das maiores empresas do país — menti.
— Estou ansiosa para conhecê-lo.
No dia seguinte, a notícia já tinha se espalhado. Não fazia nem vinte e quatro horas desde que o convite tinha chegado, e de alguma forma, todos os nossos amigos em comum já sabiam que eu ia ao casamento. E pior: que eu levaria meu noivo milionário.
Agora, além de ser obrigada a comparecer, ainda estavam esperando um espetáculo. Se havia alguma chance de recusar antes, agora não existia mais. Eu precisava ir. Mas se eu ia, não podia aparecer sozinha, humilhada e derrotada. Precisava fingir ser alguém que eu não era.
Fingir já era praticamente meu segundo emprego quando se tratava do meu ex. Eu fiz isso por anos. Fingia que não percebia quando ele chegava em casa com outro perfume impregnado na roupa. Que não notava as desculpas esfarrapadas, os olhares trocados entre ele e Elise quando achavam que eu não estava olhando.
Eu ainda me lembro do vestido que usava, do som abafado da chuva lá fora, do silêncio pesado no apartamento de Elise quando cheguei ali sem avisar. Meu coração já batia forte no peito quando empurrei a porta entreaberta e os vi.
O homem que deveria ser o amor da minha vida, deitado no sofá entre as pernas da minha melhor amiga.
— Alex?
Os dois congelaram. Ele apenas suspirou e soltou um riso nasalado, sem um pingo de remorso.
— Zoey… Isso não ia durar mesmo.
Meu peito travou.
— Isso…?
— Zoey, sinceramente… Você sempre foi tão sem graça — Elise disse.
Minha cabeça virou para ela em um estalo.
Ela deu um sorrisinho de canto, mexendo no próprio cabelo com desdém.
— Você sempre se esforçou tanto pra ser perfeita. Pra ser a namorada ideal, a amiga ideal, a pessoa confiável. Mas vamos encarar a verdade? Você nunca teve nada de especial.
O golpe veio certeiro. Direto na minha alma. Minha melhor amiga. Meu noivo. Os dois rindo da minha cara.
— Ninguém nunca vai escolher alguém como você, Zoey — Elise continuou, implacável. — Você só serve pra ser coadjuvante na vida dos outros.
Foi naquele momento que eu soube. Eu nunca fui a mulher que Alex queria. E talvez nunca fosse a mulher que alguém quisesse.
Então, se eu não podia vencer na vida, ao menos venceria na aparência.
Meu celular apitou, e eu rapidamente peguei para ler a mensagem.
"Estou atrasado, mas já estou chegando."
Revirei os olhos. Pelo que eu paguei, ele não deveria cometer erros básicos como esse.
— Zoey? Não vai entrar?
Amanda, uma das minhas ex-amigas da faculdade, me analisava de cima abaixo, como se esperando que meu noivo aparece no ar a qualquer momento.
— Meu noivo já está vindo. Te vejo lá dentro.
Droga, cadê ele?
Antes que eu pudesse mandar mais uma mensagem, meu celular desligou. Trabalhei durante todo o dia e não tive tempo de carregá-lo antes de vir.
— Ah, ótimo! Agora, se algo der errado, estou completamente ferrada.
Minutos depois, ele chegou.
E, meu Deus do céu.
O homem era um pecado ambulante. Alto, facilmente um metro e noventa, corpo esculpido na medida certa, um terno preto perfeitamente ajustado que gritava poder e uma presença tão intensa que parecia fazer o ar tremer ao redor dele.
O cabelo castanho escuro estava levemente desalinhado, o tipo de bagunça proposital que só homens bonitos conseguem usar sem parecerem desleixados. A barba bem-feita, as feições marcantes, os olhos penetrantes de um azul acinzentado que me congelaram no lugar por alguns segundos.
Eu só tinha visto fotos de corpo antes de escolhê-lo. E se elas já eram boas, o rosto era melhor ainda.
Minha mente apagou qualquer outro pensamento e meus pés se moveram sozinhos. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, agarrei seu braço com força e o puxei para perto.
— Você está atrasado! — reclamei.
Ele franziu as sobrancelhas, claramente confuso, mas não recuou.
— Desculpe?
— Não temos tempo! — continuei, ignorando seu tom de dúvida. — Mas vou fazer uma revisão rápida: meu nome é Zoey Aguilar, tenho 26 anos, e meu ex-noivo e minha ex-melhor amiga estão se cansando. E eu preciso de um homem absurdamente gato e que finja ser um herdeiro extremamente rico ao meu lado para não parecer que não sou uma fracassada total.
O homem piscou, como se processasse cada palavra devagar. Claramente ele tentava não rir.
— Certo… e esse homem gato e rico seria…?
— Você, óbvio. — Fiz uma careta. — Pra isso que estou te pagando, e muito bem, por sinal.
Ele inclinou a cabeça, agora um pouco mais divertido do que confuso.
— Então eu vou ser pago?
Bufei.
— Você é louco ou o quê? Mas deixa pra lá, não preciso que você seja inteligente. Preciso que seja gostoso, sorria bonito e finja que me ama por uma noite. Uns beijinhos, uns toques, nada demais...
A boca dele se curvou num sorriso safado, cheio de malícia.
— Isso eu posso fazer.
Meu coração falhou um batimento. O que era esse homem, e por que ele me olhava desse jeito?
— Ótimo. — Fingi não me afetar e puxei sua mão para irmos em direção ao salão. — Vamos logo, não posso me atrasar mais!
Enquanto atravessávamos o corredor, algo me ocorreu.
— A propósito, precisamos definir o seu nome.
Ele arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo.
— Definir o meu nome?
— Lógico! Você precisa de um nome de herdeiro...
Tirei do bolso uma listinha que minha irmã tinha preparado pra mim com os sobrenomes mais importantes o Brasil.
Ele soltou uma gargalhada genuína, grave e deliciosamente perigosa.
— Anda, escolhe.
Ele parou por um segundo, e o sorriso brincalhão voltou aos lábios.
— Christian Bellucci.
Antes que eu pudesse responder, as portas se abriam, e lá estava Elise. Ela arregalou levemente os olhos, deixando escapar...
— Bellucci... Da vinícola Bellucci?
~CHRISTIAN~O mundo parou no momento em que vi Zoey rolando pelas escadas de mármore. Meu cérebro levou alguns segundos para processar o que estava acontecendo - minha esposa grávida despencando pelos degraus duros, seu corpo se contorcendo em ângulos impossíveis, o som terrível do impacto ecoando pelo pavilhão.— ZOEY! — gritei, largando tudo que estava na minha mão e correndo em direção às escadas.O pavilhão inteiro havia parado. Centenas de pessoas olhavam horrorizadas para a cena, mas eu só conseguia ver ela - meu mundo inteiro espalhado no chão de mármore, cercada por uma poça de sangue que crescia a cada segundo.Cheguei até ela e me ajoelhei no chão, minhas mãos tremendo descontroladamente enquanto tocava seu rosto pálido.— Zoey, Zoey, fala comigo! — minha voz saía desesperada, quebrada. — Fica comigo, amor!Ela tentou focar em mim, seus olhos lutando para permanecer abertos. Quando finalmente conseguiu falar, suas palavras me destroçaram completamente:— Ele não está se mexe
Voltei para nossa bancada ainda com aquela sensação estranha do encontro com Francesca grudada em mim, mas determinada a não deixar que isso atrapalhasse o sucesso do nosso dia. O pavilhão continuava fervilhando de atividade, e nossa Épure seguia sendo o centro das atenções de investidores e especialistas.— Tudo bem? — Christian perguntou assim que me viu se aproximando, sua expressão imediatamente preocupada.— Encontrei Francesca — disse simplesmente, e vi seus músculos se tensionarem.— Ela fez alguma coisa?— Tentou — respondi, tocando seu braço de forma tranquilizadora. — Mas não conseguiu. Estou bem.Christian me estudou por alguns segundos, como se estivesse avaliando se eu estava realmente bem ou apenas fingindo para não preocupá-lo. Então, sem nenhum aviso, ele me puxou para mais perto e me beijou intensamente, ali mesmo no meio do pavilhão, sem se importar com as pessoas ao redor, com os olhares curiosos, ou com o fato de estarmos em público.O beijo foi profundo, possessiv
A ExpoVinho estava acontecendo em toda sua magnitude impressionante. O pavilhão de exposições fervia com centenas de visitantes, dezenas de vinícolas apresentando seus produtos, e o burburinho constante de negócios sendo fechados, degustações sendo realizadas, e networking acontecendo em cada canto.Christian e eu estávamos empenhados em manter tudo sob controle absoluto. Depois das primeiras notícias sobre nossa linha Épure terem saído na imprensa especializada com críticas extremamente positivas, o interesse dos investidores havia explodido. Nossa bancada estava constantemente cercada de pessoas querendo conhecer mais sobre nossos processos orgânicos, nossa visão sustentável, e principalmente, interessadas em possíveis parcerias comerciais.— Zoey, tem mais três investidores querendo uma reunião ainda hoje — disse Lisa, minha assistente, se aproximando com uma agenda lotada de compromissos. — O grupo português, os importadores alemães, e uma rede de distribuição argentina.— Consegu
Na manhã seguinte, antes de partirmos para a Expovinho, Christian e eu decidimos aproveitar o fato de termos toda a família reunida na propriedade para finalmente compartilhar a notícia sobre o sexo do bebê. Em meio a todos os acontecimentos das últimas semanas, não havíamos conseguido organizar um evento especial para essa revelação, mas tendo todos ali conosco parecia o momento perfeito.Organizamos um café da manhã especial, mas simples, no grande terraço da mansão que dava vista para os vinhedos. A mesa estava posta com a louça de família, flores frescas do jardim, e no centro, um bolo aparentemente comum, mas que guardava nosso segredo - o recheio seria azul ou rosa, revelando se esperávamos um menino ou uma menina.Christian e eu já sabíamos, é claro, mas queríamos uma forma simbólica e carinhosa de contar para nossa família.— Que mistério é esse que vocês estão armando? — perguntou Giuseppe, seus olhos brilhando de curiosidade enquanto observava o bolo suspeito no centro da me
O dia do lançamento da linha Épure finalmente havia chegado, e eu acordei com uma mistura de nervosismo e euforia correndo pelas minhas veias. Após meses de planejamento meticuloso, tentativas de sabotagem, uma gravidez de risco, e uma cirurgia cardíaca do patriarca da família, finalmente chegara o momento de mostrar ao mundo do que a Bellucci era realmente capaz.O evento seria dividido em duas partes principais. Hoje, sábado, aconteceria o grande evento exclusivo para família, amigos próximos, e imprensa e influenciadores cuidadosamente selecionados. Tudo aconteceria na própria propriedade Bellucci, nos vinhedos da Serra Gaúcha que eu havia aprendido a amar tanto.No domingo, participaríamos da Expovinho, a feira de vinhos mais importante do Sul do país, onde dezenas de vinícolas apresentariam seus produtos ao público geral. Seria nossa apresentação oficial ao mercado consumidor amplo.Mesmo com uma barriga de sete meses que já exigia cuidados extras a cada movimento, eu me deslocav
Os dias foram passando em uma mistura estranha de tranquilidade e expectativa. Christian estava constantemente ocupado, dividindo seu tempo entre resolver as questões da investigação, tocar os negócios da Bellucci, e principalmente acompanhar Giuseppe nas consultas médicas frequentes. O pós-operatório estava indo melhor do que qualquer um havia esperado - Giuseppe seguia religiosamente todas as orientações médicas e estava se recuperando com uma energia impressionante para alguém de oitenta e três anos.Eu havia entrado oficialmente na vigésima oitava semana de gestação, o que significava que estava no início do sétimo mês. Minha barriga estava visivelmente maior agora, e o bebê se mexia com uma frequência e intensidade que às vezes me surpreendia. Era como se ele estivesse ansioso para conhecer o mundo - ou talvez apenas impaciente como o pai.A festa de inauguração da linha Épure estava marcada para o próximo final de semana, e minha equipe havia trabalhado incansavelmente para gara
Último capítulo