A manhã chegou com um céu pálido, quase envergonhado do estrago da noite anterior. Na fazenda, os vestígios da tempestade ainda estavam por toda parte — galhos retorcidos no chão encharcado, lama escorrendo pelos caminhos, cercas deslocadas, o cheiro de madeira molhada e esforço humano. Mas havia um silêncio sereno no ar, como se o pior já tivesse passado e algo mais calmo pudesse finalmente se instalar.
Clara, agora livre das muletas, sentia-se mais leve. O corpo estava mais firme, os passos mais confiantes... mas a mente ainda era um campo de batalha. Era sua última semana na casa de Noah. E, por mais que ela tentasse se convencer de que aquilo era o certo, a ideia de ir embora pesava mais a cada dia, como uma âncora silenciosa presa ao coração.
Enquanto tomava café na cozinha, abraçada a uma caneca quente, Noah surgiu na porta com as botas sujas de barro, a camisa meio aberta no colarinho e uma expressão carregada.
— Preciso que você me ajude com os cavalos hoje, Cla