Em meio às águas cálidas e azuis de uma vila paradisíaca no litoral do Rio de Janeiro, Bruna, uma artista carioca marcada por um relacionamento tóxico, busca refúgio e recomeço. É nesse cenário de areia branca e noites estreladas que cruza o caminho de Min Jae-Hyun, um chef coreano que, fugindo de seus próprios fantasmas, inaugura um restaurante de culinária asiática na mesma vila. O encontro entre os dois se dá em meio a olhares silenciosos e uma tensão irresistível, desenrolando-se em um romance ardente, onde o erotismo é tão natural quanto o vai e vem das ondas. Ao lado deles, Gabriela e Luca, um casal aventureiro e libertário, exploram o amor e a sexualidade em paisagens selvagens, ampliando os horizontes e os desejos de todos ao redor. Entre encontros e desencontros, viagens, filhos, desafios e conquistas.
Ler maisA manhã avançava preguiçosa, derramando sua luz dourada pelas frestas da cortina branca que se movia lentamente com a brisa do mar. Bruna estava sentada na varanda da palafita, as pernas cruzadas sobre a almofada de algodão cru, o notebook fechado ao lado, repousando como um animal domesticado depois de uma noite intensa. Ela segurava o celular com uma das mãos, traçando círculos distraídos na borda da xícara de café ainda quente com a outra.O mar, logo ali adiante, murmurava ondas suaves, embalando o silêncio que preenchia a casa depois da primeira noite de sucesso no restaurante.Ela apertou o botão de chamada. O nome de Gabi iluminou a tela, familiar e cúmplice.— Oi, amor… — Gabi atendeu do outro lado, com aquela voz ainda rouca de quem acordava tarde, provavelmente estirada entre lençóis bagunçados e tecidos coloridos. — Que saudade…Bruna sorriu, inclinando-se para trás, apoiando as costas no encosto de madeira da cadeira, deixand
A noite, enfim, começava a se esvaziar, mas o calor e a vibração do sucesso ainda pairavam no ar como um perfume persistente. As cadeiras iam sendo viradas sobre as mesas, o chão de madeira varrido com movimentos suaves, e as velas que antes tremeluziam sobre as mesas agora se apagavam uma a uma, deixando no ambiente uma penumbra cálida e íntima.Bruna se espreguiçou suavemente, as costas levemente arqueadas enquanto empilhava pratos e recolhia copos do balcão, os dedos ainda úmidos das últimas taças lavadas. Seu corpo vibrava de cansaço, mas um cansaço bom, daqueles que aquecem de dentro, acompanhados de um sorriso silencioso.Jae-Hyun, do outro lado do salão, passava um pano úmido sobre uma das mesas, o avental ainda preso na cintura, as mangas arregaçadas deixando à mostra os antebraços firmes e tatuados, ligeiramente brilhantes pelo suor discreto da noite de trabalho.Ela o observou por alguns segundos, admirando cada gesto seguro, a maneira
O céu exibia um azul profundo, salpicado de estrelas que cintilavam como pequenas promessas sobre o mar. A brisa morna da noite carregava o aroma das flores e do sal, misturando-se às notas suaves de um violão que já aquecia o ambiente. O restaurante estava mais cheio do que nunca, um burburinho animado se espalhava entre as mesas ocupadas, e do lado de fora, na varanda de madeira iluminada por lanternas de papel, um grupo aguardava pacientemente a sua vez de entrar.Bruna parou por um instante no meio do salão, respirando fundo, deixando que o calor daquela cena a preenchesse: risos baixos, o tilintar de taças brindando, os olhos curiosos voltados para o pequeno palco que agora fazia parte do espaço.No meio daquela movimentação, Jae-Hyun surgiu vindo da cozinha, carregando uma bandeja com pratos cuidadosamente montados. Ele a viu parada, admirando tudo, e não resistiu: inclinou-se, passando discretamente os lábios pelo pescoço dela, numa carícia rápida,
A brisa da tarde entrava pelas janelas abertas, brincando com as cortinas de linho claro, que se agitavam suavemente como véus flutuantes. O aroma doce e salgado do mar atravessava o salão do restaurante, misturando-se ao perfume discreto das flores que Bruna espalhava sobre as mesas. Ela ajeitava com cuidado os pequenos arranjos de hibiscos e folhas verdes, enquanto, ao fundo, Jae-Hyun media com passos silenciosos o espaço onde, dali a algumas noites, os músicos se apresentariam.O restaurante, com suas tábuas de madeira lavadas pelo tempo e as luminárias de fibras naturais pendendo do teto, parecia ainda mais bonito naquela tarde dourada.Bruna parou por um instante, apoiando as mãos na cintura, e olhou para ele, que, concentrado, arrastava uma das mesas grandes, posicionando-a num canto estratégico.— Aqui? — perguntou ele, com o sotaque que ela amava, olhando para ela por sobre o ombro.Ela se aproximou, os pés descalços tocando suav
O calor macio da tarde se derramava sobre a vila, tingindo de dourado as calçadas de pedra irregular e os troncos das árvores que sombreavam os caminhos tortuosos. O cheiro de maresia se misturava aos perfumes adocicados das flores silvestres que cresciam despreocupadas pelos cantos, enquanto as vozes preguiçosas de turistas e moradores enchiam o ar de uma harmonia despretensiosa, quase como um sussurro contínuo.Jae-Hyun ajeitou a alça da mochila de lona sobre o ombro e se virou para Luca, que o aguardava encostado no poste de madeira, segurando uma pilha de panfletos recém-impressos. O sorriso largo de Luca refletia não apenas o entusiasmo pela ideia, mas também a cumplicidade crescente entre eles, agora fortalecida não só pela amizade, mas pelos muitos encontros compartilhados ao redor de mesas fartas, tardes de conversa e noites de música.— Pronto? — perguntou Jae-Hyun, com aquele sotaque que tornava cada palavra mais lenta, como se as moldasse antes
A manhã se insinuava preguiçosa pelas frestas das cortinas de linho cru, filtrando a luz dourada que se derramava sobre o piso de madeira aquecido pelo sol. O aroma leve de café pairava no ar, misturado ao perfume de flores secas e do sal que vinha do mar, logo ali adiante, tão próximo que parecia sussurrar através da brisa morna. Bruna ajeitou-se na poltrona baixa da sala, cruzando as pernas nuas enquanto abria o notebook sobre o colo. O tecido leve do vestido branco acompanhava o movimento suave do seu corpo, e, quando ela ergueu o olhar, pôde ver, através da varanda aberta, Jae-Hyun do outro lado, junto à rede, falando ao telefone. Ele gesticulava de maneira contida, a expressão serena, mas atenta — como sempre. Bruna sorriu de leve, antes de inspirar fundo, tentando conter a ansiedade. Ali, naquele exato momento, ela estava iniciando algo que há meses apenas imaginava: sua primeira aula de Design, transmitida online, direta
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