Em meio às águas cálidas e azuis de uma vila paradisíaca no litoral do Rio de Janeiro, Bruna, uma artista carioca marcada por um relacionamento tóxico, busca refúgio e recomeço. É nesse cenário de areia branca e noites estreladas que cruza o caminho de Min Jae-Hyun, um chef coreano que, fugindo de seus próprios fantasmas, inaugura um restaurante de culinária asiática na mesma vila. O encontro entre os dois se dá em meio a olhares silenciosos e uma tensão irresistível, desenrolando-se em um romance ardente, onde o erotismo é tão natural quanto o vai e vem das ondas. Ao lado deles, Gabriela e Luca, um casal aventureiro e libertário, exploram o amor e a sexualidade em paisagens selvagens, ampliando os horizontes e os desejos de todos ao redor. Entre encontros e desencontros, viagens, filhos, desafios e conquistas.
Ler maisO céu exibia um azul profundo, salpicado de estrelas que cintilavam como pequenas promessas sobre o mar. A brisa morna da noite carregava o aroma das flores e do sal, misturando-se às notas suaves de um violão que já aquecia o ambiente. O restaurante estava mais cheio do que nunca, um burburinho animado se espalhava entre as mesas ocupadas, e do lado de fora, na varanda de madeira iluminada por lanternas de papel, um grupo aguardava pacientemente a sua vez de entrar.Bruna parou por um instante no meio do salão, respirando fundo, deixando que o calor daquela cena a preenchesse: risos baixos, o tilintar de taças brindando, os olhos curiosos voltados para o pequeno palco que agora fazia parte do espaço.No meio daquela movimentação, Jae-Hyun surgiu vindo da cozinha, carregando uma bandeja com pratos cuidadosamente montados. Ele a viu parada, admirando tudo, e não resistiu: inclinou-se, passando discretamente os lábios pelo pescoço dela, numa carícia rápida,
A brisa da tarde entrava pelas janelas abertas, brincando com as cortinas de linho claro, que se agitavam suavemente como véus flutuantes. O aroma doce e salgado do mar atravessava o salão do restaurante, misturando-se ao perfume discreto das flores que Bruna espalhava sobre as mesas. Ela ajeitava com cuidado os pequenos arranjos de hibiscos e folhas verdes, enquanto, ao fundo, Jae-Hyun media com passos silenciosos o espaço onde, dali a algumas noites, os músicos se apresentariam.O restaurante, com suas tábuas de madeira lavadas pelo tempo e as luminárias de fibras naturais pendendo do teto, parecia ainda mais bonito naquela tarde dourada.Bruna parou por um instante, apoiando as mãos na cintura, e olhou para ele, que, concentrado, arrastava uma das mesas grandes, posicionando-a num canto estratégico.— Aqui? — perguntou ele, com o sotaque que ela amava, olhando para ela por sobre o ombro.Ela se aproximou, os pés descalços tocando suav
O calor macio da tarde se derramava sobre a vila, tingindo de dourado as calçadas de pedra irregular e os troncos das árvores que sombreavam os caminhos tortuosos. O cheiro de maresia se misturava aos perfumes adocicados das flores silvestres que cresciam despreocupadas pelos cantos, enquanto as vozes preguiçosas de turistas e moradores enchiam o ar de uma harmonia despretensiosa, quase como um sussurro contínuo.Jae-Hyun ajeitou a alça da mochila de lona sobre o ombro e se virou para Luca, que o aguardava encostado no poste de madeira, segurando uma pilha de panfletos recém-impressos. O sorriso largo de Luca refletia não apenas o entusiasmo pela ideia, mas também a cumplicidade crescente entre eles, agora fortalecida não só pela amizade, mas pelos muitos encontros compartilhados ao redor de mesas fartas, tardes de conversa e noites de música.— Pronto? — perguntou Jae-Hyun, com aquele sotaque que tornava cada palavra mais lenta, como se as moldasse antes
A manhã se insinuava preguiçosa pelas frestas das cortinas de linho cru, filtrando a luz dourada que se derramava sobre o piso de madeira aquecido pelo sol. O aroma leve de café pairava no ar, misturado ao perfume de flores secas e do sal que vinha do mar, logo ali adiante, tão próximo que parecia sussurrar através da brisa morna. Bruna ajeitou-se na poltrona baixa da sala, cruzando as pernas nuas enquanto abria o notebook sobre o colo. O tecido leve do vestido branco acompanhava o movimento suave do seu corpo, e, quando ela ergueu o olhar, pôde ver, através da varanda aberta, Jae-Hyun do outro lado, junto à rede, falando ao telefone. Ele gesticulava de maneira contida, a expressão serena, mas atenta — como sempre. Bruna sorriu de leve, antes de inspirar fundo, tentando conter a ansiedade. Ali, naquele exato momento, ela estava iniciando algo que há meses apenas imaginava: sua primeira aula de Design, transmitida online, direta
A noite se derramava sobre a vila como um manto macio de linho, levemente perfumado pelo sal do mar e pelo frescor das folhas que dançavam com o vento. Bruna e Jae-Hyun caminhavam lado a lado pela trilha de areia fina, os pés descalços sentindo o calor que o dia deixara impregnado na terra. A lua, cheia e redonda, como um espelho antigo esquecido no céu, iluminava os contornos dos corpos e fazia a pele de Bruna reluzir com um brilho acetinado.Ele passara o braço ao redor de sua cintura, puxando-a suavemente para mais perto, enquanto o som das ondas quebrando ao longe pontuava o silêncio confortável que se instalara entre os dois.— Você gostou da comida hoje? — perguntou Jae-Hyun, com aquele sotaque sutil que tornava qualquer frase uma carícia.Bruna sorriu, inclinando o rosto na direção dele, roçando de leve a têmpora na mandíbula forte.— Sempre gosto… mas hoje estava especialmente deliciosa — respondeu, com a voz baixa, quase como se
Bruna saiu do restaurante com o coração aquecido, os lábios ainda marcados pelo beijo terno de Jae-Hyun e a mente vibrando com a ideia que, agora, não era mais apenas um pensamento fugaz, mas um desejo real: voltar a ensinar, criar um curso inspirado na sensualidade que havia redescoberto ali, naquele pedaço remoto de mundo e, sobretudo, dentro de si. Caminhou devagar pela faixa de areia fina, deixando que a brisa morna da noite se enroscasse nas dobras da saia longa, enquanto o céu escurecia, salpicado das primeiras estrelas. Mas, ao invés de seguir direto para casa, desviou para o deque de madeira que contornava a lateral do restaurante, onde uma das redes ficava armada. Sentou-se ali, descalçando as sandálias, deixando que os pés flutuassem a poucos centímetros do chão. O tecido da rede abraçou-lhe o corpo com suavidade, balançando ao ritmo das ondas que quebravam, preguiçosas, logo adiante. Dali, atr
Último capítulo