Em meio às águas cálidas e azuis de uma vila paradisíaca no litoral do Rio de Janeiro, Bruna, uma artista carioca marcada por um relacionamento tóxico, busca refúgio e recomeço. É nesse cenário de areia branca e noites estreladas que cruza o caminho de Min Jae-Hyun, um chef coreano que, fugindo de seus próprios fantasmas, inaugura um restaurante de culinária asiática na mesma vila. O encontro entre os dois se dá em meio a olhares silenciosos e uma tensão irresistível, desenrolando-se em um romance ardente, onde o erotismo é tão natural quanto o vai e vem das ondas. Ao lado deles, Gabriela e Luca, um casal aventureiro e libertário, exploram o amor e a sexualidade em paisagens selvagens, ampliando os horizontes e os desejos de todos ao redor. Entre encontros e desencontros, viagens, filhos, desafios e conquistas.
Ler maisBruna segurava a taça de vinho como quem segura uma âncora, enquanto observava Jae-Hyun retornar da cozinha, trazendo, dessa vez, uma pequena travessa de frutas cortadas e polvilhadas com especiarias.— Achei que seria uma sobremesa mais… leve — disse ele, pousando o prato no centro da mesa, inclinando-se, mais perto do que o necessário, como se o espaço entre eles não fosse uma fronteira, mas um convite.Bruna sorriu, pegando uma fatia de manga madura e levando-a aos lábios lentamente, consciente do olhar atento dele. O sumo adocicado escorreu por um canto de sua boca, e, sem pensar, ela passou a ponta da língua para limpar a pele.Jae-Hyun acompanhou o gesto com um brilho discreto nos olhos, mas não disse nada.Por alguns segundos, ficaram em silêncio, apenas escutando o som abafado do mar e a música distante, vinda de algum bar na vila.— Você sempre cozinha assim… com tanta intenção? — ela perguntou, quebrando o silêncio com
O aroma de gengibre fresco, óleo de gergelim e pimenta pairava no ar, misturado ao som suave das ondas que quebravam suavemente, algumas ruas abaixo. O restaurante de Jae-Hyun, iluminado por lanternas de papel, já começava a atrair os primeiros clientes daquela noite quente, mas ele permanecia à porta, de avental amarrado na cintura, observando, com aquela tranquilidade firme que parecia sua assinatura.Bruna vinha caminhando pela rua de pedras, sem perceber que ele a esperava. Não sabia ao certo por que havia decidido sair naquela noite. Não queria comer, tampouco conversar com estranhos. Talvez quisesse apenas andar, perder-se na vila, deixar que a brisa quente apagasse o desejo que insistia em aquecer seu ventre.Mas quando os olhos de Jae-Hyun encontraram os dela, soube, imediatamente, que a caminhada tinha outro destino.Ele não disse nada; apenas sorriu, daquele jeito discreto e seguro que Bruna começava a decifrar. E ela, mesmo sem saber, incli
De volta à vila, Bruna caminhava devagar pela rua de pedras irregulares, como quem tenta retardar a chegada a um destino que, na verdade, não quer alcançar. O final da tarde tingia o céu com tons quentes de laranja e púrpura, enquanto as sombras se estendiam pelos pequenos sobrados coloridos, as fachadas enfeitadas com vasos de flores pendurados.O cheiro do mar ainda impregnava sua pele e os cabelos úmidos, entrelaçado agora com o aroma adocicado do jasmim que se derramava de uma trepadeira próxima. Cada passo era leve, mas a mente pesava, saturada de pensamentos que Bruna não sabia como organizar.Ela apertou o tecido fino do vestido contra o corpo, sentindo a brisa fresca da noite que se aproximava e, com ela, a lembrança incômoda do olhar de Jae-Hyun, fixo nela, silencioso, intenso demais.Desde o passeio de barco, desde aquele momento em que o viu, meio homem, meio deus, saindo das águas com o corpo reluzente e os olhos cravados nos dela, algo de
Sentada sobre a canga estendida na areia quente, Bruna apertou os joelhos contra o peito, apoiando o queixo ali por um instante, enquanto deixava os olhos vagarem pela extensão azul-esverdeada do mar.Jae-Hyun caminhava decidido em direção à água, despindo-se da camiseta de linho branca com um gesto despreocupado, revelando o dorso magro e bem definido, o bronzeado desigual delineando o esforço dos músculos.Bruna mordeu levemente o lábio inferior, os olhos seguindo cada movimento com uma atenção que ela não fazia mais esforço para disfarçar.Ele parou à beira da arrebentação, os pés afundando na areia molhada, e inclinou o corpo para frente, molhando as mãos antes de passá-las pelos braços e pela nuca, como num ritual íntimo. A água reluzia sobre a pele morena, escorrendo lentamente pelas costas e pelo peito firme, até se perder na linha da bermuda escura que ele usava.Então, sem hesitar, Jae-Hyun avançou em direção às ondas, mergulhan
O motor do barco diminuiu gradualmente até silenciar-se, deixando apenas o som suave das ondas lambendo o casco, como um convite silencioso à rendição. À frente, uma pequena enseada deserta abria-se como um segredo bem guardado: areia fina e branca, margeada por uma vegetação densa e intocada, e o mar translúcido variando entre tons de esmeralda e turquesa, calmo como um espelho.Bruna olhou fascinada para aquela cena, o peito subitamente preenchido por uma paz rara, como se o tempo tivesse decidido se recolher, deixando-os ali, suspensos entre o céu e a água.— Parece um paraíso escondido — murmurou, mais para si mesma do que para os outros.Ao seu lado, Jae-Hyun sorriu, com aquele ar tranquilo e misterioso que parecia colado à sua pele, e puxou a alça de uma bolsa térmica, entregando-a a Luca, que já saltava com facilidade do barco para a areia.— Trouxe as caipirinhas, como prometido! — exclamou Luca, levantando os copos de plástico improv
O barco avançava lentamente sobre as águas esmeraldas, deixando atrás de si um rastro branco que se dissipava aos poucos, como se o mar quisesse guardar para si aquele instante fugidio. A brisa salgada espalhava gotículas no ar, umedecendo a pele bronzeada de Bruna, que se acomodava na lateral da embarcação, com os joelhos dobrados e os pés descalços apoiados na madeira quente. Ela fechou os olhos por um segundo, inspirando profundamente aquele aroma inconfundível de maresia, misturado ao perfume suave do protetor solar que havia passado horas antes, já quase imperceptível. O som das risadas de Gabriela e Luca, que mergulhavam despreocupadamente na água morna, parecia distante, abafado pelo zumbido insistente do vento. — Não gosta de nadar? — perguntou uma voz masculina, firme e aveludada, interrompendo seus pensamentos. Bruna ergueu os olhos, surpresa e, ao mesmo tempo, satisfeita por ser ele: Min Jae-Hyun. Ali,
Último capítulo