O calor macio da tarde se derramava sobre a vila, tingindo de dourado as calçadas de pedra irregular e os troncos das árvores que sombreavam os caminhos tortuosos. O cheiro de maresia se misturava aos perfumes adocicados das flores silvestres que cresciam despreocupadas pelos cantos, enquanto as vozes preguiçosas de turistas e moradores enchiam o ar de uma harmonia despretensiosa, quase como um sussurro contínuo.
Jae-Hyun ajeitou a alça da mochila de lona sobre o ombro e se virou para Luca, que o aguardava encostado no poste de madeira, segurando uma pilha de panfletos recém-impressos. O sorriso largo de Luca refletia não apenas o entusiasmo pela ideia, mas também a cumplicidade crescente entre eles, agora fortalecida não só pela amizade, mas pelos muitos encontros compartilhados ao redor de mesas fartas, tardes de conversa e noites de música.
— Pronto? — perguntou Jae-Hyun, com aquele sotaque que tornava cada palavra mais lenta, como se as moldasse antes